GO - Faculdade: Um sonho? (Part2) (Extra)

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GOGOGOGO

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Crowley continuou andando e andando enquanto puxava Azirafell junto.

- Cro- - Azirafell quase tropeçou. - Crowley! Me escute.

- Espere, deixa a gente se afastar mais.

- Deus, por que tudo isso? Bet é nosso amigo!

- Não é por ele é que– Por que Crowley sentia frio? Aquele lugar era estranho. - Só deixa eu pensar, tá legal? - Crowley andou mais rápido.

- Oh. - Azirafell acabou tropeçando na calçada.

Crowley se virou assustado.

Azirafell suspira ajoelhado no chão.

- Por isso eu falei para esperar.

- F-Foi mal! - Crowley se agacha na frente de Azirafell ficando preocupado. - Machucou?

- Claro que machucou, seu bobo. - Azirafell se senta e mostra seus joelhos magros pálidos e infantis ralados. - Eu não era tão energético como você aos 11.

- Oh....Ralou.... - Crowley fala triste.

- Não....Isso já estava.

- O que? - Crowley olha com mais calma e de fato, os pequenos ralados já estavam criando casquinha, mas algumas infelizmente foram abertas por conta daquela queda.

Agora que lembra, Azirafell vivia com os joelhos machucados quando era mais novo.

Crowley apertou as mãos nas coxas.

Isso podia ser por vários motivos. Nenhum bom.

Por isso odiava aquele lugar.


Estava carregado de lembranças ruins, na verdade todas as lembranças - é claro.- mas pensou que depois da faculdade nunca mais teria que pisar lá, ou pior, pisar lá junto com Azirafell.
A pessoa que mais sofreu naquele fim de mundo.

Ele só queria fazer lembranças novas em um lugar mais feliz.


Ele queria que Azirafell fosse feliz.



- Foi mal anjo....Eu não queria que me machucasse....Mesmo em um sonho.

- Tudo bem...Não é nada muito serio. - Azirafell era lindo e maduro mesmo para uma criança de 11 anos. Ele sorriu para despreocupar Crowley.

- Vem....Eu vou mais devagar. Prometo.

- Onde vamos?

- Na clareira. - Sim, aquele lugar era seguro.

- A...Clareira?

- Sim....é o unico lugar que ninguém vai nos pertubar. - O único que não tinha memórias ruins. - Vem.

- Certo...Só não segure minha mão muito forte também, tá? - Azirafell segurou a mão de Crowley. - Você era tão forte aos 11. Será que é porque as crianças ainda não sabem bem controlar o corpo?

- Ah.... - Crowley olha a mão vermelha de Azirafell enquanto o seu anjo fica de pé. - Foi mal.... - Crowley abaixa o seu rosto e beija com carinho a mão macia e pequena de Azirafell. - Passou?

- Pa- Azirafell pista algumas vezes e cora. - Passou.


Uma senhora passou por eles enquanto ria baixinho.

- Que fofos.


Crowley andou no ritmo de Azirafell, eles ficaram de mãos dadas enquanto andavam pela cidade.


Suas pernas eram mais curtas e devia ser uma longa caminhada, mas eles chegaram rápido demais até a estrada de terra que leva ao bosque.

Talvez por ser um sonho? Crowley pensou.


Eles andaram até o caminho da cachoeira, mas como sempre faziam, pararam no meio e entraram em um caminho que só tinha árvores e galhos fechados.

Eles eram menores, então foi mais fácil entrar pelo caminho estreito.

Crowley continuou segurando a mão de Azirafell enquanto desviava dos galhos e Azirafell logo atrás dele seguia o seu exemplo.

- Você já conhecia esse lugar quando tinha essa idade, Crowley?

- Hm? É difícil dizer....Eu brincava muito no meio do bosque, daí encontramos essa clareira de tanto ir por aí.....Pensando um pouco, é verdade. Eu conheci esse lugar aos 11.

Embora ele ache que foi no fim do ano e com toda certeza era o começo do ano agora, já que estava quente.

Ou melhor...O clima estava quente, mas seu corpo estava frio.


- Vamos.


Eles chegaram finalmente na caldeira.

Grama alta e flórida e lá no fundo uma grande árvore velha.


Eles andaram pela grama alta com receio.

- Não lembrava de ser tão grande... - Azirafell suspira afastando a grama que batia na sua cintura.

- Temos 11 anos, anjo. Tudo é grande para a gente.

- É verdade....

Eles agiam e falavam como adultos, mas seus corpos eram com toda certeza de crianças.



Quando chegaram na árvore eles ficaram um tempo olhando para cima além dos galhos e das árvores.

Crowley olha mais para frente vendo o pequeno riacho fazendo barulho de água correndo logo mais na frente.

- Então? Qual o plano de me acordar? - Azirafell suspira.

- Hm? Ainda nisso? Bom, se quer saber, eu já tentei me beliscar.

- Então porque não me belisca? - Azirafell ergue o pequeno braço sem se importar.

- Eu não! - Crowley dá um passo para trás. - Além disso, você até ralou o joelho e não acordou, não é?

-Oh...É verdade. Mas além disso, no que mais podemos pensar?

- Hm... - Crowley fecha os olhos pensando. - Oh! Já sei! Eu ouvi dizer que prender a respiração te faz acordar!

- Prender a respiração? - Azirafell não parecia ter certeza. - Mas não existem sonhos as vezes que as pessoas estão debaixo da água?

- Tem? - Crowley suspira sem ideias. - Podemos tentar, quem sabe?

- Certo....

- No 3, beleza? Um, dois, três.

Eles colocaram as mãos no nariz e encheram suas bocas com ar.

Não demorou muito para os dois respirarem fundo em desespero.

- Isso é- Azirafell tenta respirar com dor. - Isso é ridiculo. - Ele anda até a árvore e se senta se encostando nela. - Vou ficar parado até acordar.


- O que? Sério? - Crowley coloca as mãos na cintura. - Vai desistir? - Ele suspira e olha para o lado. - Ta. Beleza. - Ele resmunga e se senta ao lado de Azirafell.

- O que foi? Vai desistir também?

- Não, só vou descansar e pensar em algo mais prático.

- Céus, você é tão energético. - Azirafell resmungou fechando os grandes olhos. - Você sempre foi muito energético quando tinha essa idade na verdade.

- Foi mal por ser uma criança normal.

- Bobo, não estou reclamando. Na verdade eu te admiro muito.

- Hm? - Crowley olha para o lado vendo Azirafell brincando com suas pequenas mãos.

- Eu te admirava muito nessa idade também, se quer saber.

- Eu? Eu não era muito gentil com você nessa idade....

- É verdade. - Azirafell falou a verdade e o Crowley suspira. - Mas eu te admirava, na verdade também te invejava. Eu sempre quis ser como você, digo, não como você exatamente, mas sim alguém um pouco mais normal.


- Sério? Eu pensei que tinha medo, já que sempre olhava para baixo ou encolhia os ombros apenas de eu chegar perto. Se bem que eu tinha histórico....

Crowley de 11 anos sempre se irritava fácil. Fácil demais.

Azirafell daquela época se aproximava com carinho e Crowley o empurrava e o chamava de esquisito.


Até que Azirafell não tentou mais nada.


"Eu não posso brincar com vocês?"

Crowley ainda lembra de Azirafell segurando uma caixa de brinquedo no grande corredor da escola enquanto Crowley corria cada vez mais longe com seus amigos, deixando Azirafell sem resposta.

- Não, pensando um pouco, era eu que tinha medo de você. - Crowley fala com sinceridade.

- De mim?

- Sim, sei que isso não é desculpa, mas....Eu tinha medo do que me fazia sentir. Eu não entendia e morria de medo. Eu tive medo de na verdade não ser nada normal. Agora eu sei como eu fui idiota.


Crowley fala que seus amigos eram uns animais, mas na verdade ele mesmo era o mais selvagem deles.

Foi só aos 13 e começou a ser domesticado sem perceber. Domesticado por Azirafell que tinha um poder sobre ele.

Ele nunca ligou muito para o que os outros falavam dele.


Mas um olhar errado de Azirafell era capaz de assombrá-lo por semanas enquanto um sorriso fazia tudo dentro dele vibrar de alegria.


Ele passou a brincar com Azirafell, no começo tentaram brincadeiras de bola, mas isso só deixou Azirafell mal por não conseguir fazer o mesmo do que as outras crianças.


Mas é verdade.



Crowley de 11 anos foi tão cruel com Azirafell quanto um valentão qualquer.

- Eu só fui um covarde. - Crowley suspira.


- Acho que já sei porque estou sonhando com a gente de 11 anos. - Azirafell completa fazendo Crowley olhar para ele cansado. - Acho que é porque eu queria muito ser seu amigo nessa época. - Azirafell coloca a mão sobre a de Crowley fazendo Crowley corar.

Eles dão as mãos de novo.

Crowley sorri quando ve Azirafell sorridente.

- Seria legal ter sido seu amigo aos 11. - Crowley fala envergonhado. - Embora você me intimida-se. Talvez isso até tenha mudado quem somos um para o outro hoje em dia. Já que me conhecia melhor. - Crowley rir. - E com toda certeza não se sentiria tão interessado.

- Não diga isso. - Azirafell encosta sua bochecha fofa no pequeno ombro de Crowley. - Meu sentimentos iriam apenas aumentar.

Crowley suspira olhando a grande paisagem florida. Ele encosta sua bochecha nos cachos fofos de Azirafell.


Seu eu de 11 anos queria se redimir tanto assim com Azirafell?


Ele cora sentindo o cheiro de Azirafell.

Até o cheiro era nostálgico.

Mas seu corpo ainda estava frio.


Ele mal podia esperar por conhecer mais e mais Azirafell, até que finalmente soubesse de tudo.


Cada coisa.

- Eu fiquei feliz quando não aceitou aquele trabalho de modelo. - Azirafell admite de repente. - Pensei mesmo que te chatearia se disse-se, mas devo admitir.

- Eu gosto quando me entrega pequenas coisas amarelas. - Crowley fala mudando de assunto. - O cachecol, o biscoito, a concha. - Crowley sorri vendo as flores do campo. - A folha de outono dessa árvore.

- Eu sempre gostei dessa cor, ambêr como seus olhos. Eu gosto quando me chama de nomes carinhosos. Eu realmente amo apelidos. Eu ficava triste quando não me chamava nem mesmo pelo meu nome quando éramos mais novos.

- Eu só tinha vergonha.....De que apelido gosta mais?

- É difícil dizer.....bem....na verdade eu gosto dos apelidos com meu nome. Assim sei que é diretamente para mim....e... .também porque gosto de ouvir falar meu nome.

- Sério? Então gosta de algo como "Fell"?

- É legal....mas.... - Ele riu envergonhado. - Vou pensar que seria o Bet me chamando....ou a Bellz.

- É verdade. Azira?

- Eu gosto.... - Ele diz em dúvida.

- Zizi? - Crowley faz Azirafell rir. Era uma risada gostosa de criança. - Legal? Como uma abelha? Zizi. - Crowley tocou na barriga de Azirafell o fazendo rir mais. - Zizi.

Azirafell se deita no chão com o Crowley se ajoelhando sobre ele e o enchendo de cócegas.

- Oh ce-HAHAHA CÉUS PARHAHAHAHA.

- Que tal Az?


- Az? - Azirafell cora ainda deitado no chão, seu cabelo e suas roupas estavam toda bagunçada.

- Gostou né? - Crowley sorri vendo Azirafell colocar as mãos no rosto envergonhado.

- Pare de brincar, idiota.

- Eu gosto quando fica irritado.

- O que?

- Estou falando sério. Você geralmente só fica com raiva de mim. Eu gosto disso. Eu ficaria com ciúmes se do nada ficasse irado com alguém que não fosse eu.

- Por isso me provoca tanto?

- Eu amo te provocar.

- Céus... - Azirafell se senta empurrando Crowley fazendo Crowley rir. - Se é assim porque não apostamos?

- Aposta?

- Sim, eu aposto que esse sonho é meu e você aposta que esse sonho é seu.

- Se você acordar vai ter que me chamar de "Az" na vida real. Se eu acordar, vou fazer algo legal amarelo e até dá de presente.

- Eu estou interessado. - Crowley sorri. - Mas como vamos acordar? Já tentamos de tudo.

- Vem, eu tive uma ideia. - Azirafell se levanta e segura na arvore. - Ouvir falar que pular de um lugar alto sempre te acorda.

- Sério? - Crowley olha para cima vendo o grande galho.

- Vamos tentar! Vem, me ajuda.

- Você já subiu em uma árvore?

- Acha que sou algum selvagem? - Azirafell tenta subir, mas tropeça. - Ohhh.

- Calma!! - Crowley corre e coloca as mãos nas pernas de Azirafell. Use meu ombro como escada.

- Desculpe, com lisença. - Azirafell aos poucos tentou levantar novamente e começou a subir com o apoio de Crowley. Depois do primeiro galho que era mais alto, o segundo foi rápido e logo ele foi para o terceiro.

Crowley ficou com as mãos erguidas todo o momento olhando de baixo, como se ele tivesse capacidade de pegar Azirafell se ele acabasse caindo.

- Eu estou bem! - Azirafell suspira aliviado depois de subir no quarto galho e começar a engatinhar pela a base grossa do galho. - Vem!

- Espera. - Crowley resmungou e andou o corpo da árvore. Ele tirou seus sapatos e começou a escalar com bem mais facilidade que Azirafell. Ele escalou com habilidade e em poucos segundos já estava no quarto galho. Ele engatilha e senta ao lado de Azirafell.

- Pensando um pouco....acho que foi uma péssima ideia. - Azirafell suspira olhando para o chão.

O chão não era tão longe, mas tudo era longe demais para uma criança.

- Relaxe, é um sonho.

- Mas e se quebrarmos a perna ou algo assim? - Azirafell suspira olhando para baixo.

- É um sonho, pare de ser paranoico. - Crowley também ficou com medo. - E....E eu já caí de tamanhos maiores do que esses, não dá para quebrar a perna assim, precisa de muito mais força de vontade.

- Verdade? - Azirafell olha um pouco e toma coragem. - Certo. Vamos. - Ele se ajeita para pular.

- Sério? Agora?

- Sim, se não eu não vou ter mais coragem.

- Porra. - Crowley resmunga e também coloca o pé no galho e se agacha de uma forma que estava pronto para pular. - Pront-

Crowley se assusta quando olha para Azirafell e olha para suas costas que havia um grande par de asas brancas.

- Espere ai! - Crowley grita irritado. - Suas asas estão aparecendo! Isso é trapaça!

- O que?

Sim, Crowley não estava surpreso por Azirafell - Que era um anjo. - Está com um par de asas. Elas sempre estiveram lá - Não estiveram? - Ele ficou irritado por Azirafell ser um trapaceiro.

- O...Céus...Desculpe. Foi sem querer....De-Devo ter ativado pelo medo....O que eu faço?

- Faz elas sumirem!

- Não é assim que funciona, você sabe.


Aquela situação era normal, sempre acontecia. - ou talvez o sonho te faça pensar que era normal. - Azirafell sempre fazia suas asas aparecem quando estava nervoso ou assustado.

- Que saco! Não importa. Vamos, só não tente voar!

- Tá, tá! Eu sei idiota.

- Você é o idiota aqui. - Crowley ficou de mal humor.

- Crowley.

- Que é, trapaceiro? - Ele resmungou olhando para o chão pronto para pular.

- Se for eu a acordar, eu já sei o que vou te dar de amarelo e pequeno.

- Tá, tá, o que? - Crowley estava com medo dele ativar suas asas também e ser chamado de hipócrita pelo Azirafell.



- Um par de alianças. - Ele diz com um sorriso travesso demais para um anjo.

!!!!

Isso fez Crowley olhar para ele assustado, seu corpo paralisado em transe apenas foi para baixo.

- Ah
- Ah.

Eles falam juntos enquanto Crowley caia sozinho no galho.






Crowley suspira com seu corpo todo dolorido.


Ele estava em uma cama fofa.


A cama fofa de Azirafell. O quarto escuro do seu namorado na faculdade, é exatamente como tinha que estar.


O clima frio fez Crowley que estava sem roupa tremer.

Ele se cobre mais e procura ainda sonolento pelo Azirafell.


Ele tenta recordar das coisas.


- Certo. - Era o dia de Azirafell limpar o banheiro. Ontem eles foram ao shopping.

Mas Azirafell prometeu ficar colado ao lado de Crowley a semana toda.


- Esse namorado sem coração. - Crowley resmunga.



Depois de poucos segundos. Azirafell abre a porta em silêncio e fecha lentamente como se não quisesse acordar Crowley.

Ele anda até o armário e cheira a sua roupa, mesmo que estivesse no clima negativo e era impossível soar.

- Az. - Crowley fala com a voz roupa se sentindo vitorioso de vencer a aposta. Azirafell olha para ele no quarto escuro como um coelho atento. - Vem aqui, Az.




Quando Azirafell pulou em seus braços. Crowley sentiu finalmente que o calor tinha voltado para o seu corpo.


Apenas Azirafell podia aquecê-lo afinal.



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amanhã vamos ter omegaverse - segunda alma gemea e volto com a historia pricipal de Uma vida ao seu lado na terça!!! 

VAMOS NESSA!! 

Good Omens - Uma vida ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora