Capítulo 13

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O dia se findava em Celeste, os cidadãos agora iam para suas residências descansar e aproveitar suas famílias. Os bares que ficavam abertos durante a noite começavam a receber seu público. Os outros seres desse mundo não podiam permanecer em Celeste, então, todos que vinham para visitar a cidade ou fazer trocas e compras em seus comércios chamativos, tinham que ir embora quando o sol estivesse se pondo. As músicas altas e dançantes ecoavam por algumas ruas e os anjos dançavam, flertavam e se divertiam nesse momento de descontração.

Remiel e alguns dos outros líderes estavam em um bar numa rua distante da Torre, todos bebendo e comendo e se divertindo. Precisava parecer casual, como sempre. Por mais que o plano que ele e os outros estivessem tramando fosse contra uma das leis de Celeste, ele sabia que era necessário.

- Boa noite, Remiel. - Uma mão feminina encontrou suavemente os ombros do líder. Para o espanto dele, ele a conhecia.

- Enye. - Falou com uma tranquilidade forçada. Enye era uma antiga colega e paixão secreta de Remiel. Desde cedo, os sentimentos que tinha por ela eram grandes, mas, como sua posição exigia muito de seu tempo, chegou a conclusão de que não seria justo dar início nessa relação. - Você trabalha aqui? - Perguntou ele.

- Só quando estou cansada da biblioteca. - Os olhares dos outros que estavam acompanhando Remiel julgaram a mulher.

- Imagino que catalogar todos aqueles livros, seja realmente complicado. - Disse ele corando. A música parecia aumentar um pouco e as pessoas em sua volta não passavam de um borrão. Seus olhos só conseguiam se concentrar na bela mulher que estava em sua frente.

- Nem me fale. Quer tomar alguma coisa? - Os olhos de Remiel ficaram enormes diante da proposta. Nem foi preciso dizer algo para responder. Enye o puxou pelo braço, ignorando as vozes dos colegas de Remiel que protestaram.

O andar de cima do bar era mais tranquilo e havia poucas pessoas. A sacada baixa e iluminada, repleta de flores nas laterais, era bonita e aconchegante. Remiel bebia um uísque de mel, enquanto Enye aproveitava seu gim.

- Sabe, peço perdão por não ter mantido contato.

- Ah, não se preocupa. Imagino que ser o líder de Celeste não seja uma tarefa fácil. - Entre um gole e outro, Enye mantinha seu sorriso impecável para com Remiel.

- Nem me fale. - Respondeu, tomando um longo gole de seu uísque. Sua garganta esquentou um pouco e sua careta, tirou uma risada de Enye. Os dois ficaram em silêncio por um tempo, apenas observando as estrelas que começavam seus trabalhos no céu.

- Por que não vem me visitar um dia desses? - Disse Remiel.

- Eu posso? - Respondeu ela, surpresa. Até onde sabia, nem todos os anjos tinham autorização para entrar na torre e por mais que conseguissem voar, os anjos sentinelas que monitoravam o lugar a derrubariam em segundos, assim que se aproximasse.

- É claro. Só preciso ir até seu encontro na recepção e autorizar sua entrada.

- Bom, então também te convido a ir até a biblioteca passar o dia comigo. - Disse ela sorrindo.

- Será um prazer.

Enquanto isso...

- SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA! - Gritava o anjo enquanto corria em direção aos portões de celeste. O vasto campo árido que cercava metade dos muros, antes para os anjos que voavam, tão pequeno, agora parecia imenso. As luzes saltavam por sobre o muro e davam forças para aquele anjo chegar em segurança. Suas asas estavam dilaceradas, o sangue escorrendo dos tocos que ficaram no lugar, encharcava sua calça. O brilho da lua iluminava o líquido branco que ficava para trás, dando a criatura a localização exata de onde ele estava.
A criatura sabia que estava em um território perigoso, mas completar sua missão era importante.

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