Nosso Destino.

07.

Maya Sanches. 🕸️

UMA SEMANA DEPOIS.

Caminho ao lado de Camila, enquanto nós conversamos sobre algum assunto qualquer, mas não algo que me prende muito.

— Aí ela foi me perguntar o que eu achava daquilo, sabe o que eu disse pra' maluca?... Amiga? Maya! — Ela me empurra, fazendo com que eu volte para a realidade em que nós estamos, me fazendo sentir culpa por não prestar atenção no que a mesma diz.  — Coé? Em que mundo cê' tá? Tô aqui tentando bater um papo contigo e você toda avoada, o que é que tá' rolando? — Camila expressa me fazendo cair na real. A realidade é que aqueles pensamentos insistentes sobre nossa situação financeira não saiam de minha cabeça.

— Me desculpa amiga... De verdade, eu estou passando por umas coisas ultimamente, tá' tão dificil, parece que tudo piora a cada dia. — Com um semblante preocupado tento explicar a situação.

— Cê' sabe que pode contar comigo, já te disse isso tantas vezes, me diz qual o problema... Eu posso tentar te ajudar! — Camila insiste.

Penso por uns segundos se deveria abrir a situação para minha amiga. Eu nunca fui do tipo que fala dos meus problemas para as pessoas, nem mesmo para aquelas que eu confiava.

Por fim, decido deixar todo meu orgulho de lado, e desabar sobre a minha situação para ela, nesse momento não estou podendo negar qualquer ajuda.

— Então... — Começo então a explicar os problemas que vieram a tona depois que meu pai faleceu.

[...]

Depois de jogar tudo que havia dentro de mim para fora, me senti mais leve, mais tranquila. Mesmo que seja tão complicado contar com a ajuda das outras pessoas, eu reconhecia o quão era confortável saber que tem alguém ali por você.

Vejo Camila pensativa, como se estivesse se perguntando algo. Decido então perguntar o porquê.

— Cami... Ta tudo bem? Você ficou quieta demais depois de tudo que eu te contei.

Apesar de tudo, não contei minha situação para ela porque esperava que ela me ajudasse ou qualquer coisa do tipo. Então me surpreendo quando ela fala: — Eu estou tendo umas idéias meio bizarras, mas como você mesma disse, não ta' aparecendo outras opções pra' tu. — Depois dela falar eu me sinto curiosa. Viro meu rosto para ela e questiono sobre o que ela está falando.

— A umas semanas atrás abriu uma loja de roupas aqui no morro... A dona disse que ta' precisando de funcioná— interrompo ela no mesmo momento, já animada — Como assim?! Onde? Quem? Porque não me falou antes! Será que ainda estão precisando?... — Completamente eufórica eu solto palavras embaralhadas e nervosas.

— Se controla, porra. Se eu não te falei é porque tem motivo, a dona da loja é a mãe do Grego, ta ligada né? — Ela solta isso com um semblante que não posso identificar.

Ah...

Algum problema tinha que existir. Para mim as coisas sempre funcionam dessa forma.
Só desejava que minha vida tomasse um rumo diferente, que as coisas voltassem ao normal.
Bom, querer não é poder.

Me pergunto se vale a pena me arriscar tanto, me envolver tanto, mesmo que indiretamente...
Mas logo as memórias de minha mãe com lágrimas de preocupação em seus olhos vem em minha mente. Eu tenho que fazer isso, por ela.

— Camila, se é o único jeito, é o que vou fazer. Eu passei os últimos dias procurando emprego, ninguém me contrata... Eu preciso ao menos tentar, eu preciso disso. — Falo já completamente cansada.

Ela me olha com aquela cara de sempre, como se eu estivesse prestes a fazer uma loucura. Mas eu sei o que estou fazendo.

— Eu só quero deixar as coisas claras Maya, to' tentando te mandar o papo, qualquer coisa que rolar contigo pode saber que tu' foi avisada.

Eu apenas confirmo, meio decepcionada por ela não entender meu lado já que tinha sido a mesma que comentou sobre a vaga.
Camila nunca havia passado por dificuldades mesmo morando aqui, ela definitivamente não conseguia entender o que era ver sua mãe chorando em cima de contas e mais contas.
É algo que consome, e eu estava disposta a fazer de tudo para mudar essa situação.

[...]

Após a conversa que tive com Camila me despedi e me direcionei até minha casa, com o objetivo de me informar sobre a tal vaga na loja de roupas.

Confesso que fico assustada, mas eu nunca fui de me esconder, mesmo não precisando, eu colocava minha cara a tapa, nessa situação não seria diferente.

Arrumo meu currículo e percebo que já está tarde, então vou até minha mãe para desejar uma boa noite.
Digo para ela que as coisas iam melhorar, e ela toda desconfiada me enche de perguntas, mas dou um jeitinho de enrolar dona Gia.

Decido então tomar um banho pois logo cedo iria ir na loja que me foi indicada.
É... que Deus me guie e me proteja!

[...]

Mais um capítulo para vocês!
Vida da Maya esta um caos, mas INFELIZMENTE, tudo ainda pode piorar...

ATÉ MAIS! 🩷