Dialógo

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Caio narrando

Desço as escadas irritado querendo matar qualquer um que tenha se atrevido a atrapalhar eu e a minha companheira juntos.

Abro a porta a destrancando enquanto escuto Isadora descer correndo apressada, encontro um homem todo vestido, com chapéu, bigode feio e marrom, óculos escuros e um palito de madeira na boca, ele parece se surpreender ao me ver e muda seu semblante de calmo para irritado e preocupado.

— Onde está a dona da casa? — ele pergunta grosseiramente.

— Vá embora, eu sou o homem dela — começo a fechar a porta até o corpo de minha companheira bater contra o meu, ela passa em minha frente sorrindo nervosa para o homem e não gosto.

— Xerife oi, tudo bem? No que posso ajudar? — ela diz sorridente e meu lobo rosna dentro de mim.

"Mate-o Caio, ele quer o que é nosso, nossa companheira só deve sorrir para nós"

Começo a rosnar com raiva e ela ignora apenas se grudando a mim e levando minha mão até a sua e entrelaçando nossos dedos, estranho a calma que isso me causa.

— Quem é o rapaz Isadora? Precisa de ajuda? — ele pergunta erguendo a sobrancelha para mim e ignoro me abraçando mais a ela que parece envergonhada, mas ignoro.

— É meu... namorado, de outra cidade, no que posso te ajudar mesmo?

— Falaram na cidade que você não apareceu ontem, e como mora nesse local perigoso vim passar um olho.

— Olho passado, ela já achou seu companheiro — digo e recebo um belisco em meu estômago, o que é isso? Porque ela me pinicou?

— Desculpe xerife, só fiquei ocupada aqui em casa, mas está tudo certo, te vejo por ai!

— Vou passar nesses dias, para conferir você — ele avisa ainda desconfiado de mim mas Isadora se vira me empurrando para dentro da casa e batendo a porta.

Ela me olha com seus olhos azuis bem esbugalhados e sorrio achando graça, minha companheira é muito fofa, a abraço pegando no colo e escuto seu resmungo.

— Você tem que ter meu cheiro em você, assim ninguém chegará perto— aviso esfregando ela em meu peito, braços, pescoço enquanto escuto seu riso, tão leve e doce.

— Isso não funciona para nós humanos — ela diz e continuo mesmo assim, ela não é humana, mas fica insistindo nisso.

— É bom eu já começar para quando voltarmos a nossa Alcateia — aviso e ela agora fica mais tensa, mais uma vez.

— Voltarmos?

— É, iremos nos conectar, amanhã eu estarei bem e iremos para lá, nosso lar, você vai gostar, pode cozinhar lá — acaricio seus cabelos negros sentindo a maciez em meus dedos.

— Mas eu não vou — ela avisa e não entendo, mas também sei que não adianta discutir.

Ela está resistente porque ainda não se conectou com sua loba ou a achou, não sei o que aconteceu com minha companheira, mas ela está meio ruim nisso.

Mas quando ver o que é vai querer ir comigo e sentir tudo da forma que eu sinto, todo esse desejo, euforia, necessidade do outro, o companheirismo entre lobos é lindo e eterno, não vejo a hora de me conectar com ela dessa forma.

Beijo seu rosto com carinho levando uma trilha até seus lábios, me sento no sofá com ela em meu colo puxando seu rosto junto ao meu.

— Companheira — digo baixo mantendo nossas testas coladas.

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⏰ Última atualização: Oct 28, 2024 ⏰

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