Quebrando e se reconstruindo.

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BUCK


Um mês inteiro desde que Christopher tinha voltado para casa, e Buck ainda se sentia perdido. Já fazia quase dois meses desde o tsunami, algo que Buck ainda estava tendo dificuldade para processar.

Ficou um pouco mais fácil a cada dia, com a terapia, a medicação, estar de volta ao trabalho e ver duas de suas pessoas favoritas com mais frequência. Ainda assim, os eventos daquele dia pesaram muito sobre ele. Cada sessão de terapia desenterrou mais memórias, mais traumas. Buck ainda estava surpreso por ter sobrevivido àquele dia.

Tudo isso para dizer que Buck provavelmente não deveria ter marcado a primeira sessão de kickboxing dele e de Eddie para logo depois da sessão de terapia, mas Eddie tinha pedido, e era a primeira vaga que o lugar tinha. Buck não queria mais decepcionar Eddie.

Ele tinha sido corajoso na outra noite, estendendo a mão para Eddie quando seus pensamentos e pesadelos começaram a ser demais, Eddie facilmente o acalmando sem nem mesmo tentar. Só saber que Eddie estava lá já era o suficiente.

Doeu em Buck saber que Eddie só estava acordado porque Christopher teve outro pesadelo. Aquele pobre garoto não conseguia ter um descanso.

Buck se sentia culpado pelos pesadelos de Christopher, mesmo que não houvesse mais nada que ele pudesse ter feito. Ele sabe disso agora, mas a culpa disso ainda o corroía.

Buck saltou de um pé para o outro enquanto seus nervos o dominavam. Ele tinha acabado de sair da terapia, Buck já estava esgotado por isso, e nervoso para ver Eddie. Esta seria a primeira vez que os dois ficariam sozinhos em algum tempo. Não haveria nenhum de seus companheiros de equipe ou Chris para intervir como um amortecedor.

Estar sozinho com Eddie nunca tinha sido um problema antes. Na verdade, era uma das coisas favoritas de Buck, saber que ele não tinha que dividir Eddie com mais ninguém às vezes. Então ele poderia ser egoísta, processá-lo. Claro, ele amava Christopher mais do que tudo, seus amigos e família também, mas havia algo sobre ser apenas os dois, onde eles poderiam se perder um no outro e estar em seu próprio mundo.

Agora, porém, Buck não tinha tanta certeza. Ele se sentia vulnerável ultimamente, especialmente por ter sido exposto na terapia há apenas alguns minutos. Ele e Eddie estavam em um bom lugar; as coisas estavam finalmente avançando. Buck estava com medo de ser a fenda que se interpôs entre eles novamente. Eles trabalharam tanto para voltar aonde estavam, e Buck não queria perdê-lo novamente.

O telefone dele vibrou no bolso, os nervos de Buck ficaram tensos em um instante. Eddie provavelmente estava ligando para cancelar, para dizer a Buck que eles teriam que remarcar ou adiar indefinidamente.

O nome de Maddie apareceu na tela, e Buck soltou um suspiro que não percebeu que estava prendendo.

“E-ei Mads.”

“Oi. Como foi a terapia hoje?”

Maddie sempre ligava para saber como ele estava depois da terapia, deixando-o falar sobre nada se era disso que ele precisava. Sua irmã mais velha o conhecia melhor do que o próprio Buck às vezes.

“Uh, foi…bom.”

Buck não tinha sido tão aberto ou honesto na terapia naquele dia, estava muito ansioso sobre seu encontro com Eddie.

Acorde, estou me afogando - BUDDIE.Onde histórias criam vida. Descubra agora