𝐄𝐮 𝐬𝐞𝐢 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜𝐞̂ 𝐭𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐦𝐨𝐭𝐢𝐯𝐨𝐬 - 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 1

Prologue

O céu estava cinza e carregado de nuvens, como se o próprio céu chorasse a perda de Chloe Haylock. Olivia Haylock se encontrava em pé ao lado do caixão, uma visão perturbadora de opacidade e silêncio em meio ao mar de rostos chorosos e soluços. A cerimônia estava repleta de familiares e amigos de Chloe, todos imersos em um luto profundo e visível.

As lágrimas escorriam pelo rosto dos parentes de Chloe, que eram um reflexo claro do impacto que ela tinha tido em suas vidas. Eles falavam dela em sussurros de admiração e saudade, suas palavras cheias de dor e arrependimento. Chloe era a filha favorita, a amiga leal, a irmã exemplar – uma imagem de perfeição que parecia ter sido abruptamente arrancada do mundo.

Olivia, no entanto, estava estranhamente em silêncio. Seus olhos permaneciam secos, fixos no caixão de madeira escura que parecia absorver toda a luz ao redor. Havia um vazio em seu peito, um espaço que a dor de perder Chloe não parecia preencher. As lágrimas dos outros estavam longe de tocá-la, não porque ela não as sentisse, mas porque a profundidade de sua própria dor era diferente, mais silenciosa e mais aguda.

Ela sabia que algo estava errado com ela, que a ausência de lágrimas parecia ser um sinal de desumanidade ou, talvez, uma forma de negar o que estava acontecendo. A verdade era que, em vez de lamentar visivelmente, sua mente estava em um estado de turbilhão constante. Cada sussurro, cada olhar de compaixão ou condenação parecia lembrar-lhe que sua irmã, apesar de adorada por todos, estava morta de maneira violenta e injusta.

À medida que a cerimônia chegava ao fim e as pessoas começavam a se dispersar, Olivia se encontrava sozinha em seus pensamentos, incapaz de escapar do peso que pairava sobre ela. As noites sem dormir se arrastavam, preenchidas por uma obsessiva busca por respostas. Quem poderia ter tirado a vida de alguém tão amado? E por quê? Cada fragmento de informação, cada rumor que surgia sobre Chloe, só alimentava a inquietação de Olivia.

Ela se perguntava se alguma vez conseguiria encontrar a verdade oculta por trás da morte de Chloe. O luto dos outros se misturava com sua própria sensação de injustiça e desespero, formando um labirinto de dúvidas e confusão que a afastava da paz e a arrastava para um ciclo interminável de investigação e reflexão sombria.

Continua...