𝐄𝐮 𝐬𝐞𝐢 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜𝐞̂ 𝐭𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐦𝐨𝐭𝐢𝐯𝐨𝐬 - 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 1

VII - Invasão

Vicente estava na madrugada, imerso no caos do seu trabalho. A sala estava mal iluminada, cheia de pacotes, balanças e dinheiro amassado. Ele acabara de entregar um pacote a um cliente e estava guardando o dinheiro rapidamente quando seu celular começou a vibrar na mesa.

Ele olhou para a tela e viu que era Olivia. Relutante, Vicente atendeu.

— Oi, Vicente — a voz de Olivia estava carregada de urgência.

— Boa noite para você também. É sério que você me liga a essas horas?

— Nem me fale. Se mais alguém atendesse, eu já teria desistido de esperar por você.

Vicente franziu a testa. — E se alguém mais atendesse? É tarde, e todo mundo deve estar dormindo. Talvez você ainda esteja acordada porque é tarde, né?

— Eu preciso que você venha agora. É urgente. Onde você está?

A preocupação na voz dela fez Vicente suspirar. — Eu estou trabalhando, Olivia. O que você precisa?

Ela explicou que era algo muito importante, e Vicente percebeu que não havia como ignorar a chamada.

— Que parte você não entendeu? Eu preciso que você vá para minha casa agora. Ou, se não for possível, me encontre na fábrica abandonada.

Vicente ficou um pouco irritado. — A fábrica, é? Está bem, sei que vai me deixar em paz só quando eu for lá

— Vicente, é urgente. Você pode me encontrar lá?

Ele percebeu que não tinha escolha e que o que Olivia queria discutir era realmente sério. — Tá bom, eu vou para a fábrica. Só vou terminar umas coisas aqui primeiro.

Com isso, Vicente desligou, frustrado, mas sabendo que precisava atender a esse chamado. Ele deixou o ambiente confuso e se preparou para enfrentar o desconhecido na fábrica.

[...]

Olivia se vestiu com pressa, escolhendo uma roupa quente do guarda-roupa de Chloe. Com a luz fraca da madrugada filtrando-se pela janela, ela ajustou a blusa de lã e olhou rapidamente para o espelho. O seu rosto, tenso e preocupado, refletia a seriedade da situação.

Ela pegou um diário que encontrou entre as coisas de Chloe e o examinou com atenção. A ansiedade a dominava, mas Olivia tentou se concentrar nas anotações.

Quando chegou à fábrica, Vicente estava à sua espera. Ele parecia estar no mesmo estado de espírito que Olivia, um misto de inquietação e determinação.

— Ai, que susto — disse Olivia, tentando se acalmar. — Achei que era um ladrão vindo me assaltar.

Vicente sorriu, mas a expressão era séria.

— Nossa, além de mandona, você é piadista.

Olivia balançou a cabeça.

— Tá, falando sério agora. Eu descobri algo que pode nos ajudar a descobrir quem matou Chloe.

— O que é? — perguntou Vicente, levantando uma sobrancelha.

— Achei um diário nas coisas da Chloe, ou a polícia esqueceu de pegar, ou eles trabalharam com muita má vontade  — Olivia fez uma pausa para respirar. — acho que isso pode ser útil...

— Tá, e o que o diário da Barbizinha vai nos ajudar? — perguntou Vicente, com um tom irônico.

— Você tá tapado? Deve ter alguma coisa sobre quem matou a Chloe ou algo do tipo.

Vicente olhou para Olivia, tentando entender a seriedade dela.

— Então o que está fazendo aí ainda? Leia isso.