Capítulo 4

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A brisa do mar bate contra o meu rosto, levantando meus cabelos, enquanto o aroma da comida desperta minha fome

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A brisa do mar bate contra o meu rosto, levantando meus cabelos, enquanto o aroma da comida desperta minha fome. Penélope, Deborah e eu estamos em uma pausa para o almoço em um restaurante de frente para o mar.

Hoje é dia de gravação para a Lumivell na praia, então optei por uma salada para não estufar tanto a barriga, enquanto Penélope e Deborah se deliciam com frutos do mar.

A equipe escolheu a praia para gravarmos um comercial da nova linha de protetores solares. Afinal, estamos no verão, e muitas pessoas saem de férias. O roteiro da campanha é tranquilo: um casal curtindo as férias na praia e usando protetor solar como forma de cuidar um do outro. Eles até alugaram um trailer-camarim para mim e montaram uma tenda grande na praia para proteger os equipamentos. Fico impressionada com o cuidado que a empresa tem comigo.

Mas o meu problema continua sendo com o CEO da Lumivell e como encerrar essa ideia ridícula dos três encontros com o Sylus. Já faz alguns dias que não o vejo desde o jantar, porque ainda não escolhi um lugar para irmos. Quero que seja o pior encontro da vida dele, algo tão insano que ele tenha medo de mim e espalhe para todos os homens do mundo que eu sou louca. Mas como se assusta alguém mais louco do que eu?

— O que eu faço para afastar esse cara de vez? — largo o garfo e me viro para elas. — Tenho que levá-lo para os piores encontros possíveis, algo tão traumatizante que ele nunca mais queira chantagear garotas.

Penélope arqueia uma sobrancelha.

— Você procurou por isso!

Depois do jantar com Sylus, mandei milhares de áudios surtando no nosso grupo. Penélope, sendo a mais sensata, disse que eu precisava encarar as consequências dos meus atos, enquanto Deborah só mandava áudios gargalhando e figurinhas de memes com as minhas fotos.

— O que pode assustar um CEO milionário? — Deborah sorri, pensativa. — Embora ele seja tão bonito que dá até pena de fazer algo com ele.

— De que lado você está? — pergunto, indignada, encostando-me na cadeira.

— Do seu, claro. — reviro os olhos ao ver seu sorrisinho sugestivo. — Que tal levá-lo ao orfanato com o nome da sua mãe? Aposto que um homem rico tem medo de órfãos pobres.

— Nem pensar! Não quero que as crianças se apeguem a ele.

Minha mãe fundou um orfanato há 10 anos, pouco antes de falecer. Ela não queria deixar a única filha sozinha, mas o destino não lhe permitiu ficar. Apesar da dor da perda, meu pai e eu entendemos que ajudar outras crianças foi seu último desejo. Não quero levar Sylus lá e associá-lo a esse lugar tão especial, muito menos estragar a minha conexão com minha mãe.

Lina se aproxima para nos chamar de volta às gravações. Pagamos a conta e a seguimos até a tenda montada na areia da praia, onde a equipe está concentrada. Meu colega de gravação retoca a maquiagem e arruma o cabelo com a ajuda de uma pessoa da produção, enquanto espero a minha vez.

Noivo por acasoWhere stories live. Discover now