Oxigenada

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Decidi voltar rápido por livre e espontânea vontade (fui ameaçada☝️), espero que gostem 💕

Boa leitura 🫶

Carol~~

Meus olhos estavam quase fechados, a respiração quente de Natália batia contra meu rosto, meu corpo estava entrando em uma espécie de erupção.
Vejo seu senho franzir e percebo que deixei as palavras espacaparem da minha boca.

Não...pode?- Ela se afasta um pouco, seu calor já não me aquecia mais.

E-eu não- sinto meu estômago se revirar, meus dedos se esfregam e eu balanço a perna sentido meu coração acelerar- não gosto de...

Já entendi- ela se levanta, parecia decepcionada.

Onde você vai?- tento puxar seu braço e ela se esquiva, meu peito se aperta e eu me sinto culpada.
Culpada, por que sei que isso não é uma verdade, culpada por que mesmo estando confusa sobre minha sexualidade eu poderia dar uma chance a Natália.

No banheiro- fala simples e some em meio as pessoas que estavam no bar.

Meus ombros caem, sinto meus olhos arderem e uma vontade de me jogar nós braços malhados da mais velha.

Alguns minutos se passam, nem um sinal de Natália.

Decidi procurar por ela, fui ao banheiro e nem um sinal da olhos de jabuticaba, quando estava passando pela pista de dança, voltando para mesa, vejo a morena.

Começo a ir até a mesma e paro de supetão vendo uma loira se aproximar de Natália.
Ela fala algo no ouvido da mais alta, que ri puxando-a para mais perto.

Meu coração se apertava cada vez mais, definitivamente eu precisava de uma bebida...

2 horas se passaram, sinto minha garganta seca, não lembro em que copo de whisky eu estou...parei de contar no décimo...eu não gosto de whisky.

Vi Natália beber, e dançar com a tal loira, agora observava a mesma aos beijos com a oxigenada.

"Que porra" murmuro ao perceber que meus olhos lacrimejavam.

Me vê mais um copo- estendo o copo para o barmen, que me olha surpreso, minha voz enrolada e meus olhos caídos mostravam o quão bêbada eu estava.

Olha, sei que eu não sei de nada... Mas não acha que já bebeu demais?- ele pega o copo da minha mão.

Tanto faz- apoio meu rosto em minhas mãos.

Ele me oferece uma garrafa de água, eu o ignoro e vou para a pista de dança.
Começo a dançar timidamente, logo me sinto mais solta, me entregando a música animada que tocava.

Sua namorada te deixou sozinha?- sinto as mãos de Ulisses apertar minha cintura por trás.

Meu solta- empurro suas mãos me afastando alguns passos dele, estava tonta e tudo parecia girar.

Ei relaxa- ele tenta passar a mão em meu cabelo e eu desvio- tem certeza que não quer que eu te pague um drink- Ulisses tenta se aproximar novamente.

Eu já não recusei?- falo me sentindo fraca, minha visão estava um pouco embaçada.

Sei... Mas agora só tá eu e você, então eu pensei...- o cheiro familiar inunda minhas narinas e eu sinto vontade de morar naquele momento.

Ela já não disse que não quer?!- Natália fala autoritária, percebi raiva em sua voz.

Não se entromete caminhoneira- O homem a minha frente fala, sinto meu sangue ferver, perco o pouco de senso que me falta e quando vejo seu rosto já esta com a marca da minha mão em vermelho.

Você tá louca- ele esbraveja, indo em minha direção.

Natália me empurra um pouco para traz entrando na minha frente.

Melhor você sair daqui, não quero ser obrigada a fazer o mesmo que Carol- Ulisses nos olhava com fúria.

Isso não vai ficar assim- fala se afastando, saindo do estabelecimento.

Você está bem?- Natália se vira me olhando com preocupação, ela segurava meus ombros e me olhava nos olhos.

Eu...- antes que eu podesse responder meu estômago se embrulha e eu corro para o banheiro, entrando em uma cabine rapidamente jogando tudo para fora.

Poucos segundos se passam quando sinto meus cabelos sendo presos pelas mãos de Natália, que sussurrava algumas palavras de carinho.

Depois que termino, a mais velha me leva até a pia, onde lavo minha boca e rosto.

Ta' melhor?- me pergunta entregando o papel para secar meu rosto e boca.

Sim- respondo simples- não deveria estar com a sua peguete?- falo com um ar deboche, arrumando meu cabelo em frente ao espelho, não lembrava de como era estar bêbada ( confesso que gosto desse minha versão mais corajosa).

Eu não iria te deixar sozinha- fala ignorando meu comentário- vamos vou te levar para casa- ela me puxa pelo braço.

Só se for a sua- dou um sorriso travesso, a de olhos jabuticaba me olhava confusa.

Você me confundi sabia?- ela para em frente ao caixa do bar.

Você também- sorri para ela que faz o mesmo negando com a cabeça.

Depois de pagar a conta, vamos até o estacionamento onde colocamos os capacetes e vamos até minha casa.

Entrege- fala após me ajudar a tirar o capacete.

Já vai voltar para a oxigenada?- falo sem perceber, ela ri.

Nossa, já tem até apelido?- pergunta se apoiando na moto.

Me leva lá em cima?- peço colocando minhas mãos em seus ombros.

Carolina...-me repreende.

Natália~~

Eu não iria subir, eu juro que não ia, mas Carol e tão persoaziva quando quer.

Estava abrindo a porta de seu apartamento, ja procurando o interruptor para acender as luzes.

Eva, acender as luzes- Carol fala entrando na minha frente.

Me assusto ao ouvir uma voz robótica, que respondeu Carol.
Vejo a morena rir de mim, se jogando no sofá.

Não sabia que falava com robôs- cruzando os braços.

Eva é praticamente da família, tá!- ela fala fingindo estar ofendida, me fazendo rir logo sendo acompanhado por Carol.

Bom, agora sim entregue- falo após me recuperar das risadas- precisa de mais alguma coisa?- pergunta já me aproximando da porta.

Sim- ela fala levantando, quase desesperada.

Do que?- volta a me aproximar da mesma para ajuda-la.

De você- ela se aproxima mais, quase colando nossos corpos.

Carol...- seus olhos estavam escuros e ela parecia faminta por...mim?

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