Eclipse Da Noite

𝑶 𝑪𝒐𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒂 𝑵𝒐𝒊𝒕𝒆 (10)

A figura que se aproximava era imponente, seu olhar fixo nos três aliados. Um lobisomem mais alto que todos os outros, sua pelagem escura brilhava sob a luz da lua. “Eu sou Kael,” ele anunciou, sua voz ecoando como um trovão. “E esta floresta me pertence.”

Lucas sentiu um frio na espinha. “O que você quer de nós?” perguntou, tentando manter a firmeza na voz.

“Você ousou invadir meu território e se aliar a criaturas como esses,” Kael respondeu, olhando para Victor com desprezo. “Os vampiros sempre foram uma praga.”

“E nós estamos aqui para proteger Clara,” Victor retorquiu, seu tom desafiador. “Não deixaremos que você a capture.”

Kael riu, um som profundo que reverberou na noite. “Você acha que pode enfrentar minha alcateia? Eles são mais fortes do que você imagina.”

Clara, percebendo a tensão crescente, tomou um passo à frente. “Nós não temos medo de você, Kael. O poder desta floresta não pertence apenas a você.” Ela levantou a mão, canalizando a energia que pulsava ao seu redor.

“Você se atreve a desafiar minha autoridade?” Kael rosnou, seus olhos se estreitando.

“Não estamos aqui para lutar por poder, mas por proteção,” Clara respondeu, sua voz firme. “Estamos unidos para salvar esta floresta, não para destruí-la.”

Kael hesitou, a fúria em seu olhar se misturando à curiosidade. “União? Vampiros e feiticeiros juntos? Essa é uma aliança estranha, mas não me engano. Você esconde algo.”

Lucas se lembrou das histórias que ouvira sobre a origem da floresta. “O que está acontecendo aqui vai além de você e de nós, Kael. Há uma força antiga nesta floresta, algo que afeta todas as criaturas. Precisamos trabalhar juntos para descobri-la.”

Kael estudou Lucas por um momento, a expressão ponderada. “Você fala de poder e origem, mas não tem ideia do que está envolvido. A floresta está morrendo, e com ela, nosso controle.”

“Se trabalharmos juntos, podemos salvar a floresta,” Victor sugeriu. “Mas isso requer confiança.”

“Confiança?” Kael riu, mas havia um toque de dúvida em sua voz. “Se eu deixar vocês se aproximarem do coração da floresta, e forem desonestos, a consequência será severa.”

“Estamos dispostos a arriscar,” Clara disse, determinada. “Nos mostre o caminho.”

Kael relutantemente acenou, indicando para que seguissem. “Siga-me, mas estejam cientes: os antigos guardiões da floresta não permitirão intrusos.”

Enquanto avançavam pela floresta, Lucas sentiu a energia ao redor deles mudar. Árvores antigas pareciam sussurrar, e sombras dançavam em sua visão periférica. “O que são esses guardiões?” ele perguntou, preocupado.

“Espíritos da floresta,” Kael explicou. “Protetores da magia aqui. Se não estiverem felizes com sua presença, não hesitarão em atacá-los.”

A tensão era palpável, mas a determinação de Lucas, Clara e Victor permanecia inabalável. Ao se aproximarem de uma clareira mais profunda, sentiram a energia pulsar intensamente.

“No centro, há uma árvore antiga,” Kael disse, sua voz reverberando. “O coração da floresta. Se ela sucumbir, todas as criaturas que dependem dela estarão condenadas.”

“Vamos até lá,” Lucas disse, sentindo que estavam perto da verdade.

Quando chegaram à árvore, uma luz radiante emanava dela, mas a energia parecia fraca, como se estivesse lutando para se manter viva. Clara se aproximou, colocando a mão na casca enrugada. “Está doente.”

“Precisamos descobrir como curá-la,” Victor murmurou. “Mas como?”

Kael, hesitante, finalmente falou. “Acredita-se que a união de sangue, a verdadeira aliança, pode restaurar seu poder. Um sacrifício precisa ser feito.”

Lucas olhou para Clara e Victor, compreendendo a gravidade da situação. “Estamos prontos para fazer o que for necessário.”

“Então, que os antigos espíritos ouçam nosso pacto,” Kael disse, suas palavras ecoando na clareira. “Que esta aliança seja verdadeira e que a floresta renasça.”

Com a luz da árvore iluminando a cena, os quatro se uniram, prontos para enfrentar o que viesse a seguir, sabendo que a batalha pela floresta e suas vidas estava apenas começando