0.1 ✔

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Melissa POV

O som da campainha é soado, significando que as aulas por este ano tinham acabado. Férias de verão aqui vamos nós, não podia estar mais entusiasmada.

(Professora)- Espero que tenham umas boas férias de verão, até ao próximo ano escolar. Podem ir.- disse a professora de educação física.

Todos começam a correr para o balneário indicado do seu próprio sexo, e eu como sempre vou nas calmas. Para quê ir a correr? Para parecer cavalos a correr, não obrigada.

Entro no balneário e começo a vestir-me ignorando os olhares das vacas da minha turma. Depois de já estar vestida coloco as minhas mochilas ás costas e saio do pavilhão sem dirijir a palavra a ninguém. Saio pelos grandes portões que nos prendem cá dentro, como se fossemos prisioneiros. Olho em volta e só se vê pessoas ao abraços e aos beijos, a despedir dos seus amigos e a desejar umas boas férias de verão. Já eu, não tenho amigos. Prefiro ficar no meu canto a ver os outros felizes e tristes. Muitas das pessoas que vejo estão tristes porque o amor da sua vida não partilha o mesmo sentimento, outros porque são gozados na escola, outros porque não gostam das suas notas dos testes, outros que se chateiam com os seus amigos. E é nessas pessoas que me chama mais à atenção, eu não sei o que é ficar chateada com um amigo, pois eu nunca tive um amigo de verdade, em quem eu pudesse confiar e partilhar as minhas opiniões e sentimentos.

Segui o meu caminho até à paragem de autocarro, vi que ainda faltava alguns minutos para o autocarro passar, por isso sentei-me na borda do passeio. Retirei o meu telemóvel e os fones, liguei os fones ao telemóvel e coloquei-os nos ouvidos. Desbloqueei o telemóvel e fui até à aplicação das músicas acabando por escolher a música "Boulevard Of Broken Dreams" dos Green Day. Eu adoro esta banda, é uma das melhores bandas que eu conheço.

"I walk a lonely road

The only one that I have ever known

Don't know where it goes

But it's only me and I walk alone

I walk this empty street

On the boulevard of broken dreams

Where the city sleeps

And I'm the only one and I walk alone

I walk alone I walk alone

I walk alone I walk a"

Vejo o autocarro a aproximar-se, levanto-me do passeio e ajeito as mochilas nas minhas costas. O autocarro para e deixo todas as pessoas que queriam entrar para o mesmo meio de transporte que eu e só depois entro eu. Não gosto de confusões, por isso tento evitar-las ao máximo. Passo o meu passe, para que o motorista veja que eu estou autorizada a andar neste veículo, sento-me num lugar onde não se encontra ninguém e pouso as mochilas no banco ao meu lado. Encostei a minha cabeça ao vidro frio da janela grande da camioneta, continuando a ouvir as músicas dos Green Day que soava pelos fones. Presto atenção à paisagem que me é permitida daqui de dentro para o mundo exterior, o mundo parece um mar de rosas para certas pessoas e para outras parece uma tempestade sem fim. Eu consigo ver muitas pessoas que estão a sorrir para o ser humano que se encontra à sua frente, mas por dentro essa pessoa tem o coração partido, machucado, mas mesmo assim faz um esforço para mostrar aos outros que está bem. Eu admiro tanto essas pessoas, que conseguem sofrer em silêncio. Vejo um grupo de raparigas a passar pelo meu campo de visão, e o quanto as invejo ás vezes, por conseguirem ter uma amizade tão forte com alguém e eu nem sequer um amigo tenho. Mas eu já estou tão habituada a andar e estar sozinha, que a música já se tornou num amigo para mim. A música muitas vezes exprime o que eu estou a sentir nesse momento, é por isso eu acho que uma das melhores coisas que o homem inventou neste mundo inútil, foi a música.

O autocarro para e vejo que é a minha paragem, levanto-me do acento, pego nas minhas mochilas colocando-as às costas. Caminho pelo corredor da camioneta e antes de sair da mesma dou um pequeno sorriso fechado ao motorista. A porta do autocarro é fechada e este logo arranca seguindo o seu próximo destino, as minhas pernas movimentam-se até a minha casa que ainda fica cinco minutos a pé da paragem. Caminho pelo passeio a fora, sozinha, e vou olhando para as montras das lojas, mas só se vê roupa com cores muito extravagantes. Preto, uma cor simples de usar que combina com tudo, eu não gótica nenhuma por andar sempre de preto, mas sim gosto da cor. Uma loja nova, nesta rua tão conhecida por mim, chama à atenção. Esta loja era ainda mais atrativa e especial, por ser uma loja que vende cd's. Por falar em cd's tenho de vir aqui amanhã ver se já estão à venda o cd novo nos AC DC, que eu tanto desejo ter.

Continuo a caminhar pelo passeio, até chegar ao tão desejado destino, a minha casa. Abro a porta com as minhas chaves de casa e entro dentro da mesma fechando logo a porta atrás de mim. Pouco a minhas chaves numa pequena caixinha de vidro e subo as escadas até chegar ao andar de cima. Entro no meu quarto e pouso as mochilas na minha secretária e atiro-me para a cama. Fecho os olhos.

Sou a Melissa Rossi, tenho 17 anos, vivo na Austrália e o resto da minha vida é segredo.

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É para dizer que os capitulos que eu colocar um ✔ sao da autoria da autora! que é ate ao capitulo 0.6!

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