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Melissa POV

Limpo as gotas de águas, ainda permanentes no meu corpo, a uma toalha grande castanha. Visto uma t-shirt preta, um bocado grande, fazendo com que mais pareça um vestido. Calço umas meias pretas que me dão a cima do joelho e por fim as minhas botas pretas. Pente-o o meu cabelo castanho e longo, retirando-lhe as chocas que este continha deixando-o liso. Pego numa mochila e desço as escadas indo para o piso inferior. Entro na cozinha e coloco dentro da mochila uma garrafa de água e uma sandes. Pego numa maça e saio de casa. Saio do terreno pertencente à minha casa e caminho pelo passeio de cimento, enquanto vou dando trincadas na minha maça. Quando pela casa ao meu lado, vejo um rapaz de cabelo de cabelo castanho escuro a sair. Este virasse para a frente e encontro o rapaz de cd. Ele é meu vizinho? Desde quando? Eu nunca o tinha visto.

Continuo o meu caminho ignorando esse facto.

(Xx)- RAPARIGA DO CD, ESPERA AÍ.- ouço uma voz masculina a chamar-me.

Viro-me para trás vejo o rapaz do cd a correr atrás de mim. Quando chega perto de mim controla a sua respiração antes de me dirigir a palavra.

(Xx)- Com que então somo vizinho.- diz e eu assinto- Não falas?

Encolho os ombros e volto a virar-me para a frente e a seguir o meu caminho. Sinto uma presença ao meu lado o que me faz olhar pelo quanto do olho vendo o rapaz do cd.

(Xx)- Qual é o teu nome?- mete conversa.

(Eu)- Melissa e tu?- digo baixo.

(Xx)- Calum.- diz a sorrir.

Olho para a esquerda e depois para a direita, quando reparo que os carros dos dois lados estão parados, atravesso a estrada.

(Calum)- Vais para onde?- pergunta-me curioso.

(Eu)- Loja de cd's, buscar o meu cd.

Vejo a loja a cerca de pouco metros de distancia. Acelero o passo, para chegar o mais rápido possível à loja e poder ter o meu cd dos AC DC na minha mãe e poder dizer que é meu.

(Calum)- Eu acompanho-te.- diz e eu assinto, aceitando a sua companhia.

Calum abre a porta da loja, fazendo o som irritante do sino soar. Deixa-me passar primeiro e só depois entra, atrás de mim. Dirijo-me à prateleira onde se encontra o cd que pretendo. Vejo que desta vez já tinha mais que um cd, por isso peço ajuda a Calum para que me chegue um cd que está no cimo da prateleira.

(Eu)- Obrigada.- agradeço assim que este me dá o cd.

Encaminho até ao balcão onde hoje já se encontrava um funcionário diferente, este era alto, pele clara, cabelo loiro escuro e com uns olhos azuis claros. Era bonito.

Pouso o cd em cima do balcão fazendo o olhar do rapaz se concertar em mim e logo formar um sorriso na cara.

(Calum)- Meu, que fazes aqui?-pergunta Calum que se encontra atrás de mim, para o rapaz atrás do balcão.

(Xx)- Parece que trabalho aqui.- diz fazendo os dois soltar uma gargalhada- E quem é esta rapariga, tua namorada?

(Calum)- Oh, não. É apenas uma amiga?- respondo com algumas dúvidas.

(Eu)- Sim, amiga.- digo baixo e com as minhas bochechas a arder.

Eu acho que posso considerar Calum um amigo ou talvez não. Mas ele foi a única pessoa com que já falei mais na minha vida. O mundo é feito de ilusões e eu não me quero iludir. Ao pensar que ele vai ser meu amigo, um bom amigo, e no final da história nada passou de uma simples ilusão.

(Xx)- Eu sou o Luke e tu?- pergunta-me.

(Eu)- Melissa.

Luke pega no cd, regista-o e eu dou-o o dinheiro certo para pagar o mesmo. Este voltar a devolver-me o cd, mas desta vez este vinha dentro de uma saca pequena, de plástico.

(Calum)- Adeus Luke.- despede-se do amigo.

(Luke)- Adeus Calum e adeus Melissa.

(Eu)- Adeus Luke.- despeço-me do rapaz loiro.

Dirijo-me até à saída no estabelecimento, novamente quando abro a porta o sino volta a soar. Irritante.

(Calum)- Já agora Luke, tenta aguentar com o som do sino, acredito que seja difícil.- esta foi as últimas que disse ao seu amigo antes de fechar a porta.

Seguimos caminho até à loja de arte.

(Eu)- Se quiseres espera aqui por mim.- peço a Calum ao qual ele assente.

Entro dentro da loja e agradeço a deus por esta loja não ter um sininho irritante. Pego num bloco de folhas de papel cavalinho e em lápis de desenho, pago tudo e volto a sair do estabelecimento encontrando Calum sentado num banco a fumar. Ando até ao banco onde este está sentado e sento-me ao seu lado. Guardo tudo o que tivera comprado dentro da mochila deitando a saca de plástico no caixote do lixo, ao nosso lado.

(Eu)- És uma pessoa.. hummm... social?- pergunto-lhe fazendo-o rir.

(Calum)- Porque perguntas isso?- olha para mim.

(Eu)- Conhecias o Michael e agora o Luke. E prevejo que tu sejas um dos rapazes, que no outro dia estava cá fora, ao pé de minha casa.

(Calum)- Provavelmente. Mas se queres saber o Michael, o Luke e o Ashton são os meus únicos amigos.

Baixo o meu olhar. Eu sabia, ninguém me quer como amiga, eu não presto, é por isso que ando sozinha e não tenho amigos. Uma pequena lágrima cai-me fazendo-me apressar a limpar-la. Sinto duas mãos na minha cara, estas levantam a minha cara fazendo-me encarar uns olhos castanhos escuros, que me fazem lembrar chocolate.

(Calum)- Eles são os meus únicos amigos e tu és a minha única amiga. Podes ainda não ter falado muito comigo, podes parecer uma pessoa fria e sozinha, mas eu acredito que sejas uma pessoa incrível, só que tens medo do futuro.- diz e mais um lágrima cai-me- Não chores, por favor.- pede e com uma mão limpa a lágrima.

Ele é boa pessoa.

Ele ia-me dar um beijo na testa ao qual eu fujo. Contacto físico, não.

(Calum)- Desculpa.- pede ao qual eu encolho os ombros.

Ele levantasse do banco e eu imito o seu gesto. Caminho até ao parque que havia aqui ao lado, sempre seguido por Calum.

Já no parque vou até ao sítio que eu vou, sempre que venho para cá. O sítio é atrás de uns arbustos, distante do restos da população que se encontra neste parque, longe das crianças a correr e a brincar. Longe de tudo. Sento-me na relva e Calum imita o mesmo gesto que eu, sentando-se ao meu lado.

Retiro da mochila o bloco de folhas de papel e um lápis de desenho. Abro o bloco e com o lápis vou desenhando a paisagem magnifica que se encontrava à minha frente.

Quando estou quase a acabar o meu desenho sinto novamente o cheiro a tabaco a entrar pelas minhas narrinas, o que faz pensar em tempos antigos, pelos quais eu não gosto de tocar no meu passado.

(Eu)- Porque fumas?- pergunto.

(Calum)- Para esquecer o passado.- responde-me.

(Eu)- Como assim?

(Calum)- Dizem que se formar-mos podemos morrer mais cedo. A única coisa que eu quero é esquecer o passado, por isso quanto mais tempo tirar à minha vida, mais rápido esqueço o meu passado.- diz e eu olho para ele chocada.

(Eu)- Tu és maluco? Isso não faz sentido nenhum.- digo-lhe um pouco alto de mais mas este apenas encolhe os ombros.

Unknown Neighbors Onde histórias criam vida. Descubra agora