Pietra point of view
Pego os 4 remédios do meu pai, e encho um copo de água, vou até o quarto dele e dou os remédios e água dele.
Volto pra cozinha pra guardar os remédios e vejo que só tem 4 remédios de casa.
Suspiro fundo e coloco minha mão na cabeça.
onde vou arrumar dinheiro pra comprar esses remédios?
Meu pai sempre foi um homem bom e honesto, sempre trabalhou muito pra me da tudo que eu queria, talvez pra tentar cobrir o vazio que eu tinha por não ter minha mãe comigo.
Até ele ter avc, ai já viu né.
Agora eu me sinto na obrigação de retribuir tudo que ele me deu um dia, mas eu ainda tenho que pagar minha faculdade e comprar os remédios dele, que inclusive, são muito caro.
Vejo dona Marta entrar sorrindo e eu retribuo o sorriso.
- Oii querida, como você está? - Ela fala vindo até mim e me dando um beijo na testa.
- Tô ótima e você? - Ela sorri colocando compras na mesa.
- Tô ótima. - Fala tirando as coisas de dentro.
- O que é tudo isso? - Falo sem entender.
- Vi que tava faltando algumas coisas, e fui no mercado comprar. - Eu nego com a cabeça.
- Não precisava Marta, eu ia comprar, não quero que gaste seu dinheiro com isso.
- Minha filha, o que não falta lá em casa é dinheiro, e vc sabe o pq. - Apenas concordei e sai da cozinha.
Marta é mãe do dono daqui, ou seja rica, com dinheiro sujo, mas rica.
Ela é minha madrinha, era melhor amiga do meu pai desde a infância, e por isso eu e seu filho crescemos juntos, eramos melhores amigos, mas a uns anos atrás tivemos uma briga e nos afastamos. isso a mais de 6 anos atrás, por causa de sua namorada, Millene.
Ela não gostava da nossa amizade e eu não suportava ela, eu e ele tinhamos que nos ver escondido pq se não ela brigava com ele, até que um dia eu mandei ele escolher entre eu e ela, e adivinha? pois é.
Depois disso eu e ele se afastou e nunca mais tivemos contato, mas nos esbarramos as vezes, mas é aquilo se ele tá em uma calçada eu tô em outra, se ele tá de um lado do camarote no baile eu tô no outro, almoço todo mundo junto? não trocamos nenhuma palavra, na mesa ele senta em um canto e eu o mais afastada possível.
Imaturidade? talvez, mas ele fez a escolha dele, então eu só respeito.
Peguei a caixinha de som e fui tomar meu banho, botei a música no último volume e liguei o chuveiro.
- NO BAILE EU JOGO TUDO, NA TRETA EU PERCO A LINHA. NO BAILE EU JOGO TUDO, NA TRETA EU PERCO A LINHA. VEM GUSTAVO, ME BOTA SEM CAMISINHA. - Cantei dançando no banho enquanto passava shampo no cabelo.
(...)
Saio do banheiro e me jogo na cama de toalha pegando meu celular, vejo que a Japa ta me ligando e eu atendo
- Fala vadia. - Falo assim que atendo.
Gelada hoje, topa? -
- Tô dura garota, acha que dinheiro ta dando em árvore pra beber todo dia?
Tudo na conta do peixe amor. -
Eu rio da cara de safada que ela faz e ela me acompanha rindo.
- Vai enrolar o coitado até quando?
Amor, ele quer me comer e eu quero - o dinheiro dele, ou seja até eu da pra ele vai me patrocina tudo que quero, acha mesmo que vou da esse mole de da pra ele fácil assim?
- Mas você ta nessa a mais de 2 meses, acha mesmo que ele não vai desistir?
Tomara que desista, que eu não - quero ser só mais uma que ele vá comer
Conversamos mais algum tempo e eu desligo indo me arrumar, coloco um short jeans preto e um cropped branco.
(...)
- Fala minha puta favorita. - Japa fala assim que eu deixo um beijo em sua testa.
- Oii vadia. - Ela enche meu copo eu dou um gole grande. - Po tava morrendo de sede. - Ela ri.
- Aquelas ali não perde a oportunidade né. - Fala apontando pra umas meninas indo se jogar pra cima do Grego que tava na quadra de frente pro bar.
- Oportunidade de passar vergonha né, sabe que o cara é casado e a mulher é barraqueira. - Falo negando.
- Aquela lá nem se fala, não perde uma briga, mal sabe que ta passando vergonha. - Fala e da um sorrisinho e eu vejo que o peixe chegou lá e mandou um sorriso pra ela. - Esse ai acha que me engana.
- Ele acha que engana todas, mal sabe ele que todas sabem que ele não presta, mas são maria fuzil então aceitam ser "corna". - Falo rindo e ela ri também.
Vejo o semblante dela mudar e vejo o faísca chegando de moto acompanhado de uma ruiva.
- Sério Carol, nessa ainda? - Ela vira pra mim. - Esquece ele, ele não te merece.
- Queria tanto que fosse ele. - Ela abaixa a cabeça.
Japa é apaixonada no Faísca desde adolescente, ele sabia, mas nunca deu muita bola, falava que ela merecia coisa melhor do que um bandido, eu concordo, mas ninguém manda no coração.
- Idai que ele é bandido? quem tem que escolher quem eu mereço ou não sou eu, e não ele. Se eu me importar-se que ele fosse bandido eu não começaria a gostar dele.
- Eu sei, mas foi a escolha dele, não bate cabeça com isso. - enchi nossos copos e brindamos bebendo.
(...)
Chego em casa e vejo que Marta já não está mais lá e meu pai está dormindo.
Vejo a hora e ainda não ta na hora do seu remédio, sento no sofá e abaixo a cabeça pensando onde vou arrumar dinheiro pra comprar os remédios.