002

238 21 2
                                    

Alencar point of view

Acordo as 7 horas e levanto indo no banheiro, me encaro no espelho e vejo o quanto eu tô acabada. Escovo meus dentes e vou direto pro banho.

Penteio meu cabelo e coloco minha roupa, coloquei uma calça jeans clara colada e o uniforme da padaria onde eu trabalho, sento na minha penteadeira e faço uma maquiagem. Ganhei essa penteadeira do meu pai quando fiz 20 anos, ele sabe o quanto eu gostava de maquiagem e me deu de presente.

Fiz uma maquiagem leve, até pq padaria é um lugar quente né, com certeza ia derreter tudo.

(...)

Padaria tava movimentada hoje, aqui é uma padaria, mercearia e pensão. Hoje dona Dalva teve que ir no Banco e me deixou tomando conta, aqui trabalha eu, ela e o filho dela, mas ela pediu pra ele ajudar ela por que ela ia passar no mercado.

Olho pra frente vendo quem eu menos queria atender entrar, não é possível, hoje não é meu dia de sorte.

Pego o cardápio e levo até eles.

- Bom dia, aqui o cardápio. Quando decidirem é só me chamar. - Falei e entreguei recebendo uma boa olhada dos 3. Sai e senti eles me olhando ainda.

Sentei no balcão e fiquei mexendo no celular.

- Eai Alencar, Fala comigo. - Peixe chegou falando comigo. - agente decidiu o que vai comer já.

- Era só me chamar, eu ia lá. - Falei me levantando.

- Que nada po. Vamos querer 2 coxinhas e um italiano, e 3 coca lata. - Falou e eu anotei.

- Anotado, só esperar que já levo. - Falei indo até onde ficava os salgados e peguei eles.

- Ai almoço aqui vai sair que horas? - Ele falou e eu olhei logo desviando o olhar, voltando minha atenção pros salgados.

- Vai sair um pouco tarde hoje, Dona Dalva tá ai não. - Falei e fui pegar as coca.

- Tô ligado. - Falou e saiu. Vagabundo, nem pra esperar pra levar os salgados.

Peguei tudo colocando na bandeja e indo até a mesa.

Coloquei tudo lá e senti ele me olhando, quando olhei ele desviou olhando pra um ponto fixo, eles falaram obrigado e eu sai da mesa.

(...)

- Pode ir pra hora do almoço, Alencar. Eu cuido de tudo aqui. - Dona dalva falou e eu agradeci nos pensamentos.

- Obrigada Dona Dalva, 14:00 tô aqui. - ela confirmou sorrindo e eu sai, sento parada por um menino de fuzil. - Qual foi Pelé?

- Chefe ta te chamando lá na boca principal, Alencar. - Falou e eu revirei o olho.

- Fala pra ele que eu tô no meu horário de almoço, depois eu vou. - Falei andando e ele me parou de novo. - Qual foi Pelé.

- Po, Alencar. Complica meu lado não, vai lá, namoralzinha cá. - Falou e eu suspirei fundo me rendendo a ir.

Subi na moto do Pelé e ele me levou até lá.

Subi as escadas onde levava apenas em uma sala, a sala dele. A qual eu não ia a 6 anos. Entrei e vi ele sentado, fumando.

- Me chamou Grego? - Falei e ele se virou me encarando, mas não respondeu. Sabia que ele ia esperar o negócio acabar pra me responder. - Puta que pariu. - Falei suspirando e sentando no mini sofá que tinha ali.

Ele me encarou, e quando ele terminou jogou a bituca pela janela e se ajeitou na cadeira.

- Ta diferente. - Falou organizando os papéis na mesa.

- 6 anos não são 6 dias Grego. - Falei e ele deu uma mini risada.

- Não pensei que tinha mudado tanto assim, Pietra. - Falou e botou os papéis na gaveta e me olhou.

- Alencar, Pietra é só pros próximos. - Ele riu de lado e me olhou.

- E eu não sou próximo? - falou sorrindo de lado.

- Você sabe que não. - Me olhou e desviou o olhar. - Fala logo Grego, tenho mais o que fazer.

- Preciso de uma acompanhante em uma reunião, queria que você fosse. - Falou e eu ri.

- Ue, cadê sua amada? - Falei e ele revirou os olhos.

- Pensei que as fofocas rolasse rápido aqui no morro. - Falou e me olhou.

- Rola, mas quando você ta focada demais no seu crescimento e esqueci da vida dos outros, nada chega até você.

- Vai querer ou não, Pietra. - Falou meu nome sorrindo e eu revirei os olhos.

- Claro que não. - Falei e ele me olhou arqueando as sobrancelha. - Você sabe que não vou aceitar nada que me faça ficar perto de você.

- Eu vou te pagar, 20 mil. - Falou e quando ele falou "20 mil" eu olhei pra ele surpresa. - Vai Alencar, troca de favores, você precisa de dinheiro e eu preciso de uma acompanhante.

- Isso vai ser só dessa vez. - Falei e ele sorriu.

- Se você quiser, tem outras reuniões que você pode ir também.

- Vão pensar que somos namorados Grego, nem vem. - Falei me levantando.

- 40 mil, você vai ser a minha namorada de aluguel, mas só pra essas reuniões, aqui no morro você faz o que quer e eu também. - Porra, 40 mil é muita coisa.

- Tá Grego, 40 mil cada reunião. - Ele escreveu algo no papel e me deu, vi que era seu número e botei o papel no bolso e sai da sala.

É claro que eu não ia chamar, mas não ia rasgar o papel na frente dele.

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora