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Talvez o universo goste de brincar com as pessoas de vez em quando. Como quando tudo está indo bem, mas elas decidem que suas vidas precisam de um pouco de ação. Uma ação completamente desnecessária.

Só esse motivo explica por que Talia estava arrumando suas coisas para se mudar naquele momento.

Não leve para o lado pessoal, ela adorava conhecer lugares novos. Mas mudar era demais para ela. Agora seu pai teve a brilhante ideia de comprar uma casa em uma pequena cidade esquecida por Deus sob o pretexto de relaxar.

Há tantas outras maneiras de relaxar, mas nenhuma delas parecia o suficiente para ele. Agora ela teria que deixar tudo o que havia construído até então para trás vivendo em Nova York.

Provavelmente já fazia quase um mês que eles tinham se mudado para lá, enquanto ela ficou para trás para terminar seus estudos universitários. E por algum motivo ela se deixou convencer a se mudar com eles depois que terminasse.

Talvez fosse a insistência de Lydia, ou a voz irritante de Delia, ela não sabia dizer com certeza. Ela só tinha algumas caixas para embalar e colocar no carro.

Talvez ela possa construir uma clínica na cidade, considerando o quão grande eles provavelmente precisam de outra. E seria bom para ela testar o que aprendeu na faculdade.

Trimmm.

"Oi, Julia, estou um pouco ocupada agora", ela disse, colocando alguns objetos em uma caixa.

"Você realmente precisa ir? Como William vai ficar?" Talia revirou os olhos para a pergunta.

"Quantas vezes preciso te dizer que não estou apaixonada por William." Ela quase podia ver o olhar decepcionado da amiga.

"Talvez, mas ele está apaixonado por você, por que você não aproveita antes de ir embora? Eu nunca te vi com nenhum garoto desde que te conheço, vou te perguntar de novo." Talia gemeu em desgosto antecipado. "Você está praticando o celibato?"

"Não, Julia, meu Deus! Eu simplesmente não encontrei ninguém remotamente interessante para talvez ter algo comigo."

"Você é chata"

"Eu também te amo, até mais tarde." Com isso ela desligou e voltou a arrumar as caixas.

Não havia exatamente muitas coisas que ela iria levar. Lydia dissera que Delia já havia preparado seu quarto inteiro, o que certamente não era uma coisa boa, considerando o gosto da mulher.

Ela estava parada no carro há pelo menos 15 minutos, olhando para a casa que agora seria seu lar. Era uma casa grande de certa forma, com um visual antigo, mas não exatamente ruim.

A paz que ela sentia dentro do carro desapareceu assim que Delia apareceu na porta com um sorriso no rosto.

"Que o inferno comece", ela sussurrou para si mesma, saindo do carro.

"Talia, querida, achei que nunca chegarei aqui." Ela se aproximou, abraçando-a com força.

"Eu simplesmente me perdi em meus pensamentos." ela então se afastou. "Onde estão papai e Lydia?"

"Lydia está na escola, seu pai está no escritório dele fazendo sabe-se lá o quê. Mas me diga, como foi a viagem? Ah, espere até ver seu quarto, eu o decorei com tudo o que é moderno hoje em dia."

Talia reprimiu um suspiro de desaprovação e permitiu que ela lhe mostrasse a casa. Havia várias partes em construção, segundo Delia. Era uma pena demolir certas partes, é uma casa linda.

O quarto dela era uma miscelânea de coisas completamente estranhas. Ela estava reconsiderando voltar para Nova York e pegar as coisas do quarto antes que Julia conseguisse vendê-las.

Say My Name Honey (Beetlejuice)Onde histórias criam vida. Descubra agora