Capitulo 4

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Quando cheguei em casa eu ainda estava com aquilo na cabeça. Eu não podia negar que estava sentindo algo por ele, não era como o que eu senti um dia por Matheus, era algo mais puro que estava crescendo aos poucos, por mais que eu sentia que deveria investir nisso eu tinha medo, medo que acontecesse tudo de novo e eu não queria ter que me afastar de Felipe ele é uma pessoa legal e parece ser um ótimo amigo, eu realmente estava muito confuso e sem saber o que fazer.

-Passei na sua escola e não te encontrei.- Disse a minha mãe da porta do meu quarto.- Esqueceu que eu iria te buscar?- Naquela hora eu me lembrei que minha mãe havia falado que iria me buscar, acho que Felipe estava começando a me deixar extremamente bobo.

-Desculpa, me esqueci , peguei um ônibus.- Disse sorrindo sem jeito.

-Sem problemas.- Disse ela sorrindo, depois ela veio até mim e me abraçou.- Comprei isso pra você.- Ela me entregou um embrulho.- Espero que de agora em diante tudo seja perfeito e como você sonha, você é uma ótima pessoa e merece tudo de bom.- Ela me abraçou de novo, eu estava quase chorando.

-Obrigada mãe.- Ela sorriu em reposta e depois saiu do quarto, eu sorri e abri o embrulho, sei uma enorme alegria quando vi o que estava la dentro, era um exemplar do pequeno príncipe, o primeiro livro que li, o meu preferido.

O tempo passou bem rápido quando vi já estava na hora de dormi, coloquei o meu livro sobre a minha escrivaninha, e quando fui fechar as cortinas da minha janela vi uma estrela cadente, naquele momento fechei os meus olhos e fiz o seguinte desejo, " Que tudo seja perfeito, que se for para ser será e no final eu não irei me machucar só quero o que seja melhor pra mim.". Depois disso eu me deitei e logo dormi, tive um sonho um tanto estranho, sonhei com Felipe se declarando pra mim, com ela me rejeitado, várias coisas absurdas que a minha mente montou pra me deixar ainda mais ansioso, a ansiedade foi tanta que eu levantei antes que o despertador tocasse.

Desci as escadas correndo e tomei o café o mais rápido que pude, depois subi as escadas correndo de novo e fui me arrumar, sim eu estava me sentindo lindo naquele dia.

-Que presa toda é essa?- Disse minha mãe quando voltei pronto para a cozinha.

-Nada, só quero ir logo, ver meus novos amigos.- Disse sorrindo.- Obrigada pelo livro.

-Não precisa agradecer meu querido.- Disse ela repousando a xícara de café sobre a mesa e pegando a chave do carro.- Vamos.

Assim saímos de casa e a minha mãe me levou até o colégio, eu senti a minha respiração acelerar assim respirei fundo e tentei controla-la afinal eu só veria Felipe na hora do intervalo e eu não sabia o que ele queria falar então poderia ser uma coisa nada a ver e ficar daquele jeito poderia acabar me deixando pra baixo. Logo chegamos na porta do colégio, e eu senti uma pressão enorme, mas me controlei, despedi da minha mãe e logo desci do carro. Naquele momento fui surpreendido por braços que me abraçaram forte por trás, quando olhei pra trás pra ver quem era vi Sophia que sorria pra mim, ao lado dela estava Samara Bruno e Melina sorrindo.

-Oi lindinho.- Disse Sophia me soltando.- Tudo bem?

-Sim.- Respondi sem jeito. Samara caminhou até a irmã.

-Quantas vezes vou ter que te explicar que ele joga pro outro time e que mesmo você tentando não vai conseguir?- Disse Samara sorrindo pra Sophia.

-Eu sei disso, mas será que não posso abraçar meu amigo e chamar ele de lindinho?

-Pode sim Sophia.- Disse Melina sorrindo.

-Bom, vamos entrar antes que nos atrasamos.- Disse Bruno e eu agradeci por ele dizer aquilo antes que aquela conversa ficasse mais estranha do que ela já estava. Caminhamos até a sala e chegamos lá antes do professor, Ashley me olhou de um jeito estranho quando entrei parecia que estava me marcando ou algo do tipo, mas eu sentia uma coisa dentro de mim, algo que dizia para não deixar aquela garota me intimidar.

O tempo estava voando e quando estava perto dos meus amigos parecia que ela passava ainda mais rápido o que digamos ser ruim, pois eu estava amando aquilo tudo. Logo chegou a hora do intervalo assim fomos para o mesmo lugar que estávamos no dia anterior, eu não havia visto Felipe em lugar algum, será que a Ashley havia arrumado alguma coisa novamente para impedi-lo? Eu simplesmente já estava começando a detestar aquela garota.

-Mike.- Disse uma voz atrás de mim, me virei e deparei com Felipe que sorria.- Vamos logo antes que não de tempo.- Ele sorriu e olhou para os meus amigos que estavam boquiabertos.- Vou tomar o amigo de vocês mas assim que o intervalo acabar ele estará na sala com vocês.

Dizendo isso nós fomos em direção a algum lugar que eu não sabia onde era, andamos um pouco até chegar em uma pequena sala que ficava no fundo da escola, se não fosse Felipe eu nunca saberia que aquela sala existia pois ela estava atrás de grandes arbustos que a escondia por completo.

-Chamo aqui de refúgio.- Disse ele.- Descobri essa sala quando estava no primeiro ano, eu não tinha amigos então ficava andando por ai.- Ele abriu a porta.- Entre.

Quando entrei fiquei impressionado, o lugar estava completamente limpo, em todas as paredes estavam colados desenho muito bem feitos e no canto esquerdo havia algumas poesias, ele sorriu sem jeito ao ver a minha expressão.

-Você desenha?- Perguntei impressionado.

-Sim, e escrevo poesia também.- Ele sorriu.- Você deve estar se perguntando porque te trouxe aqui, bom nunca contei pra ninguém sobre esse lugar, nem sobre meus desenhos e poesias pois meus amigos são ignorantes iriam rir de mim e tal, mas quando te conheci senti que você seria a pessoa certa para mim contar o meu segredo.

- Estou feliz que confie em mim a ponto de contar isso.- Sorri.- Apesar de não ser um segredo tão comprometedor.- Naquele momento senti que realmente estaríamos ligados dali pra frente, que ele seria um grande amigo.- Sabe eu também tenho um segredo, ele não é uma coisa boa como o seu e eu tenho medo de lhe contar e você se afastar de mim.- Disse sentindo as palavras vacilarem em minha boca e os meus olhos encherem de lágrimas.

-Ei, não precisa contar se não quiser.- Ele segurou no meu ombro me fazendo olhar para ele e sorriu.- Mas se um dia sentir que é preciso e quiser me contar eu estarei aqui pra te ouvir, e pode ter certeza que não irei te julgar e nem me afastar de você.

Naquele momento o sinal tocou significando que o intervalo havia acabado, sorrimos um para o outro e voltamos para as nossas salas. Hoje eu havia percebido que por mais que eu havia me decidido arriscar e tentar algo com ele eu senti que ainda estava cedo que eu deveria me aproximar mais dele para conhecer ele direito e ver se não seria a mesma coisa que com Matheus. Eu estava feliz e era isso que importava, a cada dia Felipe me impressionava mais e o meu sentimento, só estava aumentando cada vez mais.

Memories ( Um romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora