Memories ( Um romance gay)

Capitulo 6

Eu estava absolutamente em transe, sentia como se estivesse caindo em um posso bem fundo e a saída era tão longe que acreditava que se alguém olhasse de lá de cima não me veria. Ashley e Matheus sorriam como cumplices, como lobos famintos que acabavam de achar uma presa e estava prontos para ataca-la, e essa presa era eu, uma pequena ovelha indefesa.

-Oi Mike.- Disse Matheus sorrindo.- Eu sei que sentiu saudades de mim.

-Não, eu não senti saudades de vocês.- Disse com um tom mais baixo.- Você é a pior coisa que aconteceu na minha vida, mudei de cidade para fugir de você e veja o que o destino fez, agora você está aqui na minha frente, e com essa garota.- Senti as lágrimas começarem a queimar meus olhos, mas as segurei.- Se querem me machucar, vamos venham logo, podem me bater, me violentar e fazer o que quiserem.

-Calma bonitinho.- Ashley se aproximou sorrindo.- Eu ainda não vou fazer nada com você, quero apenas que fique longe do Felipe e se eu ti pedir alguma coisa você irá fazer, será como meu deixe me ver, servo.- Ela sorriu e bateu palmas.- Ainda pode continuar tem monitorias com o Felipe, porque isso não posso impedir, mas quero que seja frio com ele entendeu o Felipe tem o coração muito mole. E então o que diz.

Fiquei fitando o chão, me sentia destruído, será que as coisas nunca dariam certo para mim? Será que eu fiz algo errado para merecer uma vida tão confusa e perturbada? Eu só queria me encontrar, encontrar o meu lugar e ter uma vida com meus novos amigos e talvez um grande amor, mas só via que isso estava indo por água abaixo, e era horrível se sentir assim.

-GAROTO RESPONDE.- Gritou Matheus me sacudindo.

-Tudo bem.- Disse se emoção.- Eu faço o que pedir.

-Não disse meu bem, ele fará tudo que você pedir.- Matheus sorriu para Ashley depois os dois se beijaram, vi quando a sua mão desceu até a bunda dela e com força ele apertou a fazendo sorrir, eu estava com nojo daqueles dois, como ela podia trair o Felipe? Naquele momento percebi que eu não viraria o cachorrinho da Ashley, eu fingiria apenas para arrumar provas contra ela , eu iria destruir ela e Matheus , iria vingar por todos aqueles que se sentiram oprimidos por eles.

-Para começar.- Ela saiu de perto de Matheus e veio até mim.- Quero que fique longe daquele seu grupinho, não gosto deles e não quero ver um servo meu com aquele tipo de gente, agora vá, sua senhora tem assuntos a resolver.

Eu me virei e fui em direção a saída escutando as gargalhas de Ashley, eu bem que poderia tirar uma foto dos dois, mas precisava de um plano melhor algo que não obrigasse eu mesmo contar o acontecido para Felipe, algo que fizesse ele mesmo pegar a traidora. Quando estava chegando próximo a sala senti alguém puxar o meu braço para de trás de uma grande árvore que havia ali, assustado olhei que era e me senti aliviado quando vi Melina, ela parecia preocupada. Ela me abraçou por alguns instantes e depois me soltou e olhou fundo nos meus olhos.

-Eu vi tudo.- Começou.- A Ashley agora não vai parar, ela vai tentar acabar com você mas eu não vou deixar, pode ficar tranquilo eu irei acabar com ela não precisa você fazer nada, okay?

-Melina se acalma.- Disse sorrindo.- Eu tenho um plano, mas para isso vou precisar da ajuda de vocês, eu vou tentar destruir a Ashley, mostrar para o Felipe quem aquela vadia é de verdade, você e as meninas vão se afastar de mim só aqui no colégio, mas vamos marcar de nos encontrar na minha casa ou outros lugares para montar um plano.

-Tudo bem, mas se não der certo nós vamos partir pra ignorância.

-Tudo bem.- Respondi sorrindo. Depois fomos pra sala, foi estranho me sentar longe deles e fingir que eram desconhecidos, eu via o sorriso de Ashley a todo momento, apesar de parecer horrível eu me sentia bem pois pela primeira vez estava tomando coragem para tentar sair de um problema, antes eu sempre abaixava a cabeça, mas agora eu não ia mais fazer isso. Logo o sinal para ir embora toco, rapidamente peguei a minha mochila e parti antes que Ashley aparecesse com alguma ideia absurda.

Chegando no portão não vi o carro da minha mãe, foi quando me lembrei que ela iria trabalhar até mais tarde naquele dia, olhei nos meus bolsos e também não tinha dinheiro para o ônibus, assim fui embora a pé, caminhando o mais rápido que podia com medo que a qualquer momento Matheus aparecesse e me derrubasse ou algo ruim do tipo acontecesse, nesse momento uma mão agarrou o meu ombro me deixando completamente assustado.

-Calma cara, sou eu Felipe.- Disse ele sorrindo e colocando essa mão no outro lado do meu ombro me abraçando.- Porque ficou tão assustado assim? Ta fugindo da polícia.

-Não, é que sou medroso assim.- Sorri sem jeito.

-Minha casa é aquela ai.- Disse ele apontando para uma linda casa que estava a nossa direita.- To aqui na porta já faz uma hora, meus pais só chegam tarde e esqueci de pegar a chave.- Ele sorriu.

-Se você quiser pode ir pra minha e ficar lá até eles chegarem - Sorri, seria bom na minha casa não havia ninguém assim poderíamos conversar e ficar mais próximos.- o que me diz?

-Claro.- Ele sorriu.- É melhor do que ficar aqui na rua, a doida da minha namorada pode aparecer aqui, e sinceramente já estou me cansando dela a Ashley é muito mandona.

Eu sorri e assim fomos indo para a minha casa que não era muito longe dali, só uns dois ou três quarteirões acima. Quando chegamos lá não havia ninguém como eu tinha pensando, nós estramos jogamos as nossas mochilas sobre o sofá e depois fomos para a cozinha onde preparei algo para comermos, Felipe estava comendo rápido parecia estar faminto o que me fazia sorrir.

-Desculpa.- Ele falou de boca cheia.

-Nada não.- Cai na gargalhada o deixando sem jeito.-Felipe?

-Diga.- Ele olhou sério para mim.

-Preciso lhe dizer uma coisa.- Respirei fundo.- Acho que já está na hora afinal você me contou o seu segredo então irei lhe contar o meu, mas não quero que se afaste de mim por causa disso, você é um grande amigo.

-Tudo bem cara, pode dizer.

-Eu sou gay.