Capitulo 11 - Parte II

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Melina parecia estar mais que feliz com o que havia visto dentro da casa, coisa que eu não conseguia entender. Ela estava dirigindo muito rápido o que me deixou um pouco com medo, mas logo fiquei calmo quando ela entrou no estacionamento do shopping e estacionou o carro.

-Preciso de sorvete.- Disse ela sorrindo e saindo do carro, eu sorri e sai também.

-Melina o que foi que você viu que a deixou desse jeito?-Perguntei.

-Uma coisa que pode simplesmente derrubar a Ashley, algo que vai derrubar ela e ela não vai ter como se levantar.- Melina dizia e sorria ao mesmo tempo.

-E você pode me contar que coisa é essa?- Perguntei meio desanimado, afinal a história do Felipe estava me machucando muito.

-Mike.- Melina olhou séria pra mim.- Eu vou te contar, mas não agora, vou contar pra você na hora certa quando tivermos executando o plano, se eu te contar agora vou te por em perigo por ser algo muito sério, então por favor não fique fazendo perguntas nem pedindo pra mim contar.

-Tudo bem.- Sorri.- Eu confio em você e se diz isso então é porque é verdade, mas Melina se eu souber vai me por em perigo, isso significa que você está correndo perigo?

-Não.- Ela pediu o seu sorvete e um para mim e fomos nos sentar.- Pelo menos eu acho que não.

Depois disso nos despedimos, pois Melina tinha que ir encontrar com os seus pais, assim eu fiquei sozinho pensei diversas vezes em ir na casa do Felipe, mas não podia ficar sozinho com ele não mesmo ele ia tentar me fazer entender aquilo que já estava mais que entendido, então apenas mandei uma mensagem para que ele me encontrasse na entrada do shopping. Trinta minutos se passaram e logo ele chegou, todo sorridente e me abraçando, eu apenas me esquivei.

-Aconteceu alguma coisa?- Perguntou ele preocupado.

-Sim.- Disse o fitando sério.- Você e a Ashley, você foi comprar algo pra mim na casa dela? Era o beijo que você deu nela, mas Felipe vocês não tinha terminado?

-Mike eu posso explicar.- Disse ele.

-É bom que possa mesmo.

-Eu não terminei com a Ashley, simplesmente não deu ela falou que se eu terminasse com ela, ela iria espalhar para toda a escola que eu sou gay, isso ia acabar com a minha reputação no time.

-Então é isso, você tem vergonha de mim.- Senti um forte dor, meu coração estava novamente se despedaçando.- tem vergonha de nós. Isso era tudo que eu precisava ouvir.-Sem olhar para ele eu sai, pois logo as lágrimas viriam e eu não conseguiria segura-las.

-Mike espera.- Disse ele, eu me virei e olhei nos seus olhos.

-Acabou.- Ele ficou surpreso.- Não quero mais nada com você Felipe.- Quando me virei topei de cara com Matheus que parecia surpreso, com certeza ele havia visto da a cena, eu sem pensar apenas agi, acredito que por idiotice. Me aproximei de Matheus e o beijei, ele não recuou apenas me agarrou contra o seu corpo e me beijou também, ficamos alguns minutos assim até que nos soltamos sem folego, quando olhei para trás Felipe não estava mais ali.

-Porque fez isso?- Perguntou ele sorrindo.

-Pra ter certeza que você gosta mesmo de mim e que não vai ter vergonha de me beijar em público.- Sorri.

-Eu não vou ter vergonha.- Ele sorriu.

-Eu te amo.- Disse, mas senti que aquelas palavras estavam saindo apenas de boca pra fora.

-Também te amo.- Ele me deu um selinho e sorriu novamente.- Meu pequeno príncipe.

Ele me levou até em casa e ficamos um bom tempo lá conversando. Por dentro eu estava destruído e sabia que assim que o Matheus fosse embora eu iria chorar até não aguentar mais, pois estava perdidamente apaixonado pelo Felipe , porem beijei o Matheus apenas para causar ciúmes nele, eu sou um idiota.

-Tenho que ir.- Disse ele deitado na minha cama e olhando para o teto.

-Ok.- Respondi fitando o teto também.

-Só vamos nos ver segunda agora, vou ir viajar amanhã com os meus pais e volto segunda para a excursão.- Ele se virou para mim.- To com medo de quando voltar você está com aquele outro e não me querer mais.

-Eu não vou estar.- Disse o beijando, ele me pegou pela cintura e o puxou para cima dele, assim rapidamente nosso beijo começou a esquentar, mesmo não amando ele, a sua beleza e a forma como ele me beijava me deixava excitado, era tipo desejo carnal, ta eu deixo vocês me chamarem de estranho. Matheus começou a morder a minha orelha e descer para meu pescoço, depois a sua mão apertou com força a minha bunda fazendo nossos corpos ficarem cada vez mais perto, naquele momento eu já o desejava, foi quando algo muito constrangedor aconteceu.

-Filho você vai viaj...- minha mãe ficou parada boquiaberta na porta do quarto, mas eu teria ficado também, imagine você chegar em seu quarto e pegar seu filho sentado no colo do cara que um dia o violentou, tenso né.- Acho melhor deixar isso pra depois.- Ela sorriu fechou a porta e saiu.

-É eu tenho que ir.- Matheus sorriu e eu também, depois disso ele foi embora.

Sábado foi o dia mais chato da minha vida, não fiz absolutamente nada só fiquei deitado na minha cama lendo, depois assisti uns filmes idiotas que estavam passando na tv, porque na tv só passa coisa interessante quando você não pode assisti e depois fiquei jogando vídeo game. Logo o domingo chegou, que foi um tédio também, eu não estava com animo pra sair e pelo visto a minha mãe também não.

Por volta das quatro horas da tarde o meu telefone tocou, achei estranho quando vi quem era, Sophia, ela nunca havia me ligado então deveria ser algo importante.

-Oi Mi-ike.- Disse ela do outro lado, parecia estar chorando.

-Aconteceu alguma coisa?- Quando perguntei isso ela simplesmente começou a chorar sem parar o que me deixou extremamente preocupado.

-Sophia respire, tente se acalmar e depois me diga o que aconteceu.- Fez-se silencio e depois bem de vagar e baixo ela falou.

-A Melina.- Soluçou novamente.- Ela sofreu um acidente, estamos aqui no hospital mas até agora não sabemos nada, o acidente foi grave.

Naquele momento acredito que se não tivesse sentado eu teria caído no chão pois as minhas pernas simplesmente acabaram, meus olhos começaram a chorar e meu corpo começou a doer.

-Estou indo para ai agora, em qual hospital estão?- Ela falou, e logo depois que desliguei pedia a minha mãe que me levasse até lá. Todos choravam e quando entrei Sophia me abraçou aos prantos.- Alguma notícia? - Sophia me olhou de um jeito estranho, depois me pegou pelo braço e me levou até um canto onde não havia ninguém.

-O médico acabou de nos informar.- Ela chorava ainda mais.- Ela está em coma, com traumatismo craniano.

-Ai meu Deus.- Eu comecei a chorar também.- Diga que ela tem chances.

-O médico foi bem claro.- Sophie me abraçou.- Talvez ela não sobreviva.

-Não, não.- Eu estava chorando muito também.- Não pode ser.

-Ontem a noite ela foi na minha casa.- Agora Sophie estava séria.- Ela disse que se algo acontecesse com ela pra mim te entregar isso, mas falou que era pra você abrir só la na excursão, ela falou que é pra você ir.

-Ok.- Eu peguei um pequeno envelope que Sophie me entregou.

Memories ( Um romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora