Memories ( Um romance gay)

Capitulo 15

Ashley ficou alguns estantes me encarando, eu sabia que ela tinha matado a Samanta só que queria ouvir isso da boca dela. Quando percebi que ela ia falar algo mexi na minha mochila sem que ela vesse e peguei meu celular e coloquei para grava a conversa, seria hoje que eu iria pegar ela.

-Porque você acha que fui eu quem matou ela?- Disse ela ainda me encarando.

-Você quer mesmo que eu responda?- Perguntei ironicamente.

-Escuta aqui Mike.- Ela se aproximou de mim e eu puxei a mochila para que ela não visse o celular.- Eu bem que poderia ter dado um fim na sua amiguinha afinal todos os seus amiguinhos sempre ficam no meu caminho, mas não fui eu, no momento que ela morreu eu estava com o Felipe, nós fomos para a floresta namorar um pouco.- Ela enfatizou o termo namorar o que deu a entender que eles transaram, nojo.- Você acha mesmo que eu ia deixar de ficar com o Felipe pra matar uma pessoa?

-Você está mentindo Ashley.- Disse.

-Não acredita? Pergunta pra ele.- Ela sorriu e olhou para trás de mim.- Felipe você pode vir aqui?- Ele veio e parou ao meu lado olhando sério para ela, eu não olhei para ele fiquei apenas olhando a cara de cínica da Ashley.

-Felipe onde estávamos quando a Samanta morreu?

-Estavamos na floresta.- Disse ele olhando dela para mim.- Não matamos a Samanta Mike, foi outra pessoa e nós também não sabemos quem foi.

Dizendo isso eles saíram me deixando lá sozinho, o que eu gravei realmente não valeria de nada afinal a Ashley não confessou nada. Naquela tarde eu fui visitar a Melina no hospital, segundo os médicos ela havia apresentado algumas melhoras, porem ainda estava em coma mas o caso já não era tão grave quanto antes e eles disseram que ela poderia acordar e sem nenhuma sequela o que seria muito bom. Tentaram apagar a Melina porque ela sabia demais e eu tenho quase certeza que o que ela sabia era algo que incriminava a Ashley.

Dias e dias se passaram eu comecei a voltar a ser o anti social da escola, Matheus não vinha a muitos dias o que estava me deixando preocupado, será que aconteceu algo? Ou então pode ser pelo fato da Ashley ter virado super amiga da minha mãe que me proibiu de encontrar o Matheus, segundo a minha mãe ele era uma péssima pessoa que provavelmente estava tentando matar todos os meus amigos para ficar comigo só para ele, ela o chamava de o psicopata. A Ashley também pós na cabeça da minha mãe que eu estava precisando de um tratamento então agora estou fazendo sessões toda semana com um psicólogo o que é um saco, toda vez que vou lá ele trata a minha opção sexual como uma doença.

Todos estavam muito diferentes, o Bruno havia mudado de escola e estava em depressão pois era apaixonado pela Samanta e coitado nunca havia conseguido confessar. A Sophia estava distante e via a Ashley sempre falando com ela o que me deixava preocupado, acho que a Ashley está ameaçando ela afinal foi para ela que a Melina entregou o envelope então provavelmente a Sophia deve saber alguma coisa. As vezes eu tinha vontade de ir conversar com ela, mas sempre me lembrava do que aconteceu no meu quarto e desde então toda vez que ela me vê ela vira o rosto ou finge que não me conhece, quanto ao Felipe , ele sempre tenta falar comigo de vez em quando, mas eu o ignoro, cansei de bancar o babaca.

-Ei.- Alguém segurou o meu braço, me virei e era o Felipe.- Preciso falar com você.

-Me solta Felipe.- Disse tentando me soltar, mas ele era mais forte.- Não tenho nada pra falar com você.

Ele não respondeu, apenas me arrastou até a sala secreta. Depois de entrarmos ele trancou a porta e se virou para mim me encarando.

-O que foi, vai me manter preso aqui agora? É mais um planinho da sua namorada?

-Mike me escuta.- Ele se aproximou me fazendo respirar fundo e me controlar ao sentir o seu perfume. Ele continuou ao ver que eu havia me calado.- Eu quero que você pare de tentar incriminar a Ashley, você não vai conseguir só vai se afundar mais e isso vai ajudar ela a virar o jogo contra você.

-Você diz isso porque está ajudando ela.

-Mike a Ashley tem várias pessoas ajudando ela.- Disse ele segurando os meus ombros.- E você está sozinho, ela pode te derrubar na hora que ela quiser, então tenta ficar fora disso será melhor para você.

-Isso é uma ameaça?-Perguntei.- Não acredito que um dia pude gostar de você Felipe.- Senti lágrimas escorrerem dos meus olhos.- Você não sabe o quanto dói saber que tudo que você me falou era mentira e que você está do lado dela. Abre a porta eu quero sair.

Ele caminhou até a porta e a abriu, sem olhar pra ela eu fui em direção dela e quando ia saindo ele me puxou e me encostou na parede depois me beijou, eu o empurrei e depois sai correndo até chegar no portão, a minha mãe estava lá fora, conversando com a Ashley que ao me ver veio correndo até mim.

-Porque está chorando Mike?- Perguntou ela me abraçando, fingindo ser uma pessoa legal.

-Me solta ou eu não respondo por mim.

-Mike isso é jeito de falar com uma pessoa que está tentando te ajudar?- Minha mãe me pegou pelo braço.- Vamos ou você vai chegar atrasado em sua consulta com o doutor Vitor.

Fomos em silêncio no carro até o consultório, chegando lá entramos e fomos recebidos por uma recepcionista muito legal, ela era nova lá por isso achei ela legal a outra parecia um macaco pronto para pular em cima de você e te esganar. Logo ela falou que eu podia entrar, assim entrei enquanto a minha mãe ficou lendo uma revista idiota na sala de espera, o doutor Vitor pediu para mim sentar como sempre fazia e logo começou a sessão.

-Porque estava chorando agora a pouco Mike?

-Por motivos que não vem ao caso eu falar com o senhor, afinal você irá dizer que estou doente.- Fiz uma pausa para respirar e continuei.- Que estou fantasiando coisas que não existem e que sinto atração por meninos pelo fato de ter medo de falar com as meninas.

-Mike quando você vai entender que essa é a verdade?- Ele falava enquanto anotava algumas coisas num pedaço de papel.- Você perdeu um amiga e a outra está em coma, isso abalou muito você então para tampar esse buraco você pegou a primeira pessoa que veio em sua mente pra colocar como culpada e o fato de você se sentir atraído por meninos é que você amava essas duas garotas e não conseguiu o que queria, foi isso que a sua mãe me disse e que uma colega sua contou para ela.

-O que você sabe da minha vida?- Me levantei e comecei a falar um pouco alto.- Será que todos não veem que eu sou a vítima da história? O senhor é só mais uma peça que está ajudando a me derrubar.

Dizendo isso sai da sala, ao me ver alterado a minha mãe se levantou mas eu nem olhei para ela, simplesmente sai correndo sem rumo, apenas queria ir para um lugar onde não tivesse ninguém, eu precisava ficar sozinho e pensar. Agora eu tinha que descobrir onde o Matheus estava, quem matou a Samanta e tentou matar a Melina, e quem era aquela pessoa que está ajudando a Ashley. Tantos mistérios que eu não sei se vou conseguir desvenda-los sozinho.