Capítulo 3: Sussurros na Escuridão

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O vento forte balançava os galhos das árvores, lançando sombras erráticas pelas ruas mal iluminadas. Viollet caminhava apressadamente para casa, o coração acelerado, a sensação de que algo — ou alguém — a estava seguindo desde que se despediu de Nathan. A escuridão parecia mais profunda do que de costume, cada ruído ecoando como um alarme.

Ela olhou por cima do ombro, os olhos percorrendo a rua vazia, mas não viu ninguém. "É só a minha imaginação", pensou, tentando acalmar a própria mente. Mesmo assim, apressou os passos, desejando chegar logo à segurança de sua casa.

Quando finalmente viu a fachada familiar, soltou um suspiro de alívio, abrindo a porta rapidamente e entrando. Sua mãe estava sentada no sofá, lendo um livro.

— Oi, querida. Como foi o trabalho hoje? — perguntou a mãe, sem desviar os olhos da leitura.

— Foi... cansativo — disse Viollet, tentando não demonstrar sua preocupação. — Vou subir e tomar um banho.

Subindo as escadas, Viollet entrou no quarto e fechou a porta, encostando-se nela por um momento e tentando respirar fundo. Tudo parecia estar mudando tão rápido, e ela estava sendo puxada para algo maior do que podia controlar. Nathan era um enigma, mas agora ela estava envolvida em seus problemas, e não havia como voltar atrás.

Enquanto se dirigia ao banheiro, ouviu seu celular vibrando. Uma mensagem de um número desconhecido apareceu na tela: "Eu avisei para ficar fora disso. Cuidado, Viollet."

Seu estômago se revirou, o medo congelando-a por um momento. Quem era? Como tinham seu número? Pensou em ligar para Nathan, mas hesitou. Ela não queria preocupar mais ainda alguém que já estava enfrentando tanta coisa.

De repente, ela ouviu um barulho vindo da janela. Aproximou-se devagar, o coração acelerado, e puxou a cortina levemente para espiar. Nada. Apenas a escuridão lá fora. "Preciso me acalmar", disse a si mesma, tentando afastar o pânico crescente.

Na manhã seguinte, Viollet estava exausta, mal conseguindo dormir depois dos acontecimentos da noite anterior. Chegou ao Café Vintage e encontrou Nathan já lá, servindo os primeiros clientes do dia. Ele olhou para ela e imediatamente percebeu que algo estava errado.

— Você está bem? Parece que não dormiu nada — comentou ele, aproximando-se.

Viollet hesitou, mas decidiu contar a ele sobre a mensagem.

— Recebi uma mensagem ontem, de um número desconhecido — disse, mostrando o celular para ele. — "Eu avisei para ficar fora disso. Cuidado, Viollet." — Sua voz tremia levemente, e ela não conseguiu esconder o medo nos olhos.

Nathan pegou o celular, lendo a mensagem com o rosto tenso. Ele ficou em silêncio por alguns segundos, antes de devolver o aparelho.

— Eu sabia que isso poderia acontecer. Eles estão tentando te intimidar. — A voz dele estava baixa, cheia de culpa. — Eu nunca quis te envolver nisso, Viollet.

Ela olhou para ele, tentando parecer corajosa, mas a verdade era que estava aterrorizada. No entanto, sabia que fugir não era uma opção.

— Eu já disse que não vou deixar você enfrentar isso sozinho, Nathan. Se eles querem me intimidar, não vou dar a eles esse prazer.

Nathan a observou por um momento, seus olhos brilhando com algo que parecia ser admiração misturada com preocupação.

— Você é mais corajosa do que pensa, Viollet. Mas precisamos ser cuidadosos a partir de agora. Eles são perigosos, e não vão hesitar em machucar quem estiver no caminho deles.

Viollet assentiu, tentando assimilar a gravidade da situação. Sabia que estava se envolvendo em algo sombrio, mas a conexão com Nathan era mais forte do que o medo. Ela precisava estar ao lado dele.

Entre Acasos e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora