Nascida na Rússia Shiva Argont é considerada por si mesma uma mulher muitíssimo perigosa que foi criada por um curto tempo pelo seu pai e mãe, após mais uma discussão dentro de sua casa a garota foi vendida como fruta para a mão de desconhecidos, se...
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NERVOSISMO
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SHIVA
- A senhora gosta bastante dos jardins, né?. - perguntei mimada enquanto a mão da mamãe estava agarrada ao meu braço.
Camihávamos pelo jardim do hospital. Ela adorava os jardins, olhar as flores, principalmente ficar sentada embaixo de um pé de árvore. A mulher se sentou em um banco feito de madeira e eu deitei minha cabeça em suas pernas, a mesma fazia um cafuné gostoso, dava sono.
- Ma… - cocei a garganta tentando disfarçar as palavras. - A senhora gosta dos cuidados aqui?. - tentei puxar assunto.
- Sim, Fernanda cuida bem de mim, e você também. Mas gostaria de lembrar das outras meninas.
As outras meninas eram… Todas elas.
Sou eu.
Mamãe sempre esquecia de mim, toda vez que olhava meu rosto sem a máscara ela surtava, entrava em uma estado vegetativo, não comia, não bebi mais tira as chances de mim por fazer ela se lembras dos bons momentos, mais meu medo me afugentava toda vez que a hipótese dela lembrar dos mesmo ruins que passaram.
Respirei observando os cabelos grisalhos se misturarem com os seus, as rugas da velhice apareciam devagar, olhei para sua aparência e ela continuava um anjo. Levantei a cabeça do seu conforto e olhei em seus olhos, a senhora abriu um sorriso gentil, seus olhos brilhavam mais que qualquer estrela, brilhava mais que o próprio sol.
- Por que usa a máscara? Você tem vergonha?. - perguntou apontando para a máscara.
- Talvez eu não goste da minha boca. - falei gentilmente. Mas sabendo que escondia o rosto para ela não lembrar e ao menos desejando que ela se lembre de tudo.
Não tudo, só o importante, o que valia para nós duas, eu queria que ela lembrasse do amor que tinha por mim, mas tinha medo dela lembrar das piores partes. Eu só queria seu amor, seria o suficiente.
Os anos que passei fora devem ter sido os dias mais desesperados da vida dela, eu perdi tempo demais treinando para tentar salva-la, a primeira coisa que eu deveria fazer era ter ido buscá-la.
Papai deve ter se aproveitando o bastante, seu estado era deplorável, minhas lágrimas vendo sua situação dentro da sala de emergência do hospital, noite em claro tentando salvar sua vida, roubando dinheiro já que o de Bruno já tinha acabado e eu não tinha nem decência para pedir mais.
São anos de busca, anos de procura e eu ainda não descansei e não vou descansar até ver seu corpo sem vida.
