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lisa estrella

Meu coração disparou, e as palavras pareciam presas na minha garganta. Eu não sabia o que dizer, muito menos o que fazer. A pressão daquele momento me atingiu em cheio, como se o ar na sala tivesse ficado mais denso.

- E aí? Você aceita? - Luiz perguntou, seus olhos ansiosos se encontrando com os meus. Havia esperança ali, um brilho de expectativa que me deixava ainda mais confusa.

O silêncio se estendeu por alguns segundos, mas para mim, parecia uma eternidade. Eu queria tanto poder corresponder a esse sentimento. Luiz era gentil, presente, alguém que qualquer pessoa gostaria de ter ao lado. Mas o problema não era ele. Era eu. Era o que eu ainda carregava do passado, os resquícios de tudo o que eu tinha vivido com Richard, as dúvidas que me assombravam.

- Eu... - minha voz falhou. Respirei fundo, tentando ganhar tempo, mas nada parecia certo. - Luiz, eu não sei se estou pronta para isso.

Ele piscou, surpreso, a esperança em seus olhos se apagando lentamente. Eu sentia a dor dele, mas também a minha própria, por não poder oferecer a mesma intensidade de sentimentos que ele tinha por mim.

- Não é você - continuei, sentindo o peso das palavras. - Eu gosto de você, mas... ainda estou lidando com coisas do passado, e não seria justo com você.

Luiz olhou para baixo, claramente desapontado. O silêncio voltou a se instalar entre nós, agora mais pesado, e eu me sentia afogada pela culpa e pela incerteza.

- Eu entendo - ele disse finalmente, a voz baixa e cheia de uma tristeza contida. - Só queria que você soubesse o quanto você é importante para mim.

Meu coração se partiu um pouco mais ao ouvir isso.

- Acho melhor você ir embora. - falei, e ele apenas assentiu, levantando-se sem dizer mais nada, saindo pela porta.

Soltei um ar que nem sabia que estava segurando, a pressão no meu peito aliviando-se lentamente.

- Meu Deus do céu. - murmurei para mim mesma, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. A sensação de tensão e confusão ainda pairava no ar, como se a conversa tivesse deixado um eco.

- O que foi isso? - sussurrei, me perguntando como uma simples conversa poderia ter me deixado tão desnorteada.

○○○


Senti que precisava aproveitar, tirar esse peso de mim. Amanhã não ia ter treino, então não precisava me preocupar em acordar cedo para ir trabalhar. Eu poderia dormir tarde e, por que não, deixar a noite me levar.

A ideia de relaxar na praia à noite parecia irresistível. O som das ondas quebrando na areia e a brisa fresca do mar eram o tipo de remédio que eu precisava para acalmar minha mente inquieta. A praia sempre teve esse poder sobre mim, como um refúgio onde as preocupações podiam ser deixadas para trás.


peguei meu celular, decidida a chamar Isabela para ir comigo. Nada melhor do que a praia à noite e a sua melhor amiga ao lado, não é mesmo?

Com os dedos rápidos, digitei uma mensagem

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coração em jogo, Richard riosOnde histórias criam vida. Descubra agora