Gêmeo do Mal

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Edward estava estirado na cama nova, que não tinha nem de longe o conforto da antiga, observando a decoração antiquada ao redor. Seu celular começou a tocar, e ele estendeu a mão para a mesa de cabeceira, buscando o aparelho sem sucesso. Lembrou-se então de que ele provavelmente estava no bolso da calça que usara na viagem. Ele se levantou e foi até a cadeira próxima a porta, onde suas roupas estavam amontoadas, e finalmente encontrou o celular. Atendeu.

Eu estava começando a achar que seu avião tinha caído e você estava morto, cara — disse Caius.

— Quem me dera — respondeu Edward, recebendo uma risada em resposta.

Jane me disse que está tentando entrar em contato com você desde ontem — — Edward revirou os olhos, mas não disse nada. — E, a propósito, não acredito que você foi embora sem se despedir de mim.

— Como se eu fosse ficar procurando por você.

Sim, bem, eu estava no meu quarto... com Grace e Lisa. Que noite fantástica, cara.

— Você quer uma medalha?

Jesus... O que houve? Jane disse mesmo que você estava de mau humor.

— Ah, claro. Como se eu precisasse de mais motivos para isso.

Você sabe o que quero dizer — insistiu Caius. Após um breve silêncio, ele suspirou. — Vocês dois transaram de novo?

— Não.

Sério? Porque ela parecia bem triste quando falei com ela.

— E é assim que você sabe que eu não a fodi. Se eu tivesse feito isso, ela estaria pulando de alegria.

Edward sabia que Caius tinha sentimentos por Jane e normalmente não falava dela de maneira tão explícita para o amigo. No entanto, o comportamento protetor de Caius estava começando a irritá-lo. Não era como se ele tivesse feito algo errado, afinal.

Não era culpa dele que Caius fosse covarde demais para confessar seus sentimentos para Jane. Não era culpa dele que Caius esperou até que ele chegasse em sua casa, comentando sobre a noite incrível com Jane, para contar ao amigo que ele gostava da garota. E definitivamente não era culpa dele que Jane gostava dele.

Sinceramente, o que ele poderia ter feito? Ele não estava mais com a garota! Se Jane estava triste ou qualquer merda, não era problema dele.

Do outro lado da linha, Caius suspirou. Ele não queria discutir com Edward, especialmente sobre esse assunto. No fundo, sabia que não levaria a lugar nenhum e que Jane era grandinha o suficiente para tomar suas próprias decisões.

E aí, como vão as coisas no coração da América? — Caius perguntou, mudando de assunto.

Edward agradeceu mentalmente. Era por isso que eram amigos há tanto tempo — Caius sabia quando deixá-lo em paz. Ele olhou ao redor do quarto com desdém.

— Velho, marrom e com cheiro de bosta de vaca. Eu mal posso esperar para sair daqui.

Parece uma porra.

— E é — Edward disse, mas rapidamente começou a rir sozinho. — Bem, acho que talvez eu tenha algo para me divertir. Você não vai acreditar no que aconteceu.

Só de pensar no que aconteceu, ele ficou mais animado do que esteve em um longo tempo. A mudança de humor de Edward não passou despercebida por Caius, que logo ficou curioso para saber sobre o assunto.

Vindo de você, não duvido de nada — Caius respondeu. — O que você fez?

— Porra, eu nem fiz nada. Tava quieto, na minha, e do nada a garota entra correndo, pula em cima de mim e me beija.

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