Visita Inesperada

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Seonghwa, em geral, não se incomodava quando suas sessões de tutoria noturnas eram interrompidas. Às vezes era o vizinho do outro lado do corredor que o convidava para assistir ao mais recente filme de terror. Outras vezes sua mãe aparecia para entregar um jantar caseiro acompanhada de um punhado de histórias engraçadas sobre o trabalho. Em algumas ocasiões era um amigo da escola trazendo uma pizza quente e propondo uma maratona no PS5. Até mesmo sua irmã em certas noites aparecia com o cachorro, pedindo que ele ficasse com o animal quando não podia estar na casa da família.

Essas interrupções, na maioria das vezes, eram uma pausa bem-vinda em meio a fórmulas e problemas de palavras que pareciam intermináveis. No entanto, naquela noite, Seonghwa se sentiu pessoalmente ofendido pela batida na porta da frente.

Justo quando finalmente começava a progredir naquele emaranhado de exercícios!

— Merda — Resmungou, surpreso com as batidas violentas. Estava tão quieto e imerso em seu apartamento até então. — Quem pode ser a essa hora?

Hongjoong, seu tutor contratado, levantou os olhos das pilhas de livros matemáticos que analisavam há mais de duas horas. Com uma caneta preta atrás da orelha e outra vermelha na mão direita, ele destacava todos os erros nos cálculos de Seonghwa.

Tão repentinamente quanto haviam começado, as batidas cessaram.

Um silêncio profundo tomou conta do ambiente.

— Talvez tenham batido na porta errada — Ponderou em voz alta. Isso já lhe acontecera antes; a fonte confusa que o senhorio usava para os números das portas frequentemente levava as pessoas a confundirem 1 com 7 e 3 com 8.

Mas então elas retornaram. Ainda mais intensas. Fazendo a porta tremer em seu batente, reverberando pelas paredes.

Quem quer que estivesse do outro lado certamente acordaria os vizinhos a essa hora, e Seonghwa havia acabado de limpar sua imagem após a festa do mês passado. Com um suspiro, ele se levantou e caminhou pesadamente pelo piso de madeira de seu apartamento.

— Já vai! — Berrou, sem saber se seria ouvido.

Atrás dele, Hongjoong levantou-se abruptamente quase derrubando a mesa onde estavam.

— Não! — Gritou, sua voz normalmente monótona agora carregada de urgência. — Não deixe ele entrar!

— Huh? Você sabe quem é? — Mas a essa altura já tinha uma mão na maçaneta e a porta aberta por apenas uma fresta. Virou-se para olhar para seu tutor, mas Hongjoong havia desaparecido.

De repente, a porta foi arrancada de sua mão, abrindo-se com um estrondo.

— Você aí! — Ressoou uma voz alta e pomposa.

Seonghwa se sobressaltou.

Parado na entrada, um homem alto e de aparência jovem se destacava em um terno de veludo roxo vibrante. Ele usava uma cartola e segurava uma bengala com ponta de ouro. A ostentação de sua vestimenta — os botões extravagantes do paletó e a gola com babados da camisa social — parecia completamente deslocada, como se ele tivesse saído de uma máquina do tempo.

— Uhh — Seonghwa começou, tentando manter a compostura enquanto o avaliava de cima a baixo. — Posso ajudar?

O estranho vestido de forma excêntrica inclinou a aba da cartola e olhou para Seonghwa com um desdém mal disfarçado.

— É melhor ficar grato por eu ainda ter paciência para pedir gentilmente. Diga-me, humano. Onde você está guardando o ┈┈?

Seonghwa sentiu como se seu cérebro estivesse prestes a derreter.

Vampire's Pet ✿ seongjoong Onde histórias criam vida. Descubra agora