Toca dos Vampiros

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Mingi os conduziu através dos imponentes portões de ferro que se erguiam à frente da propriedade.

No gramado, à luz suave e amarelada da lua cheia, pessoas vestidas de maneira extravagante dançavam valsa, criando uma cena de elegância etérea.

Seonghwa pensou que Mingi poderia estar exagerando ou até zombando ao chamar Hongjoong de príncipe, já que aquele país não era uma monarquia. No entanto, a cada passo que o trio dava em direção à mansão, cada alma que cruzava seu caminho interrompia suas atividades e se curvava respeitosamente na direção de Hongjoong.

— Precisamos de trajes mais adequados para você. Vou levá-lo ao provador — Mingi proclamou. Estava tão seguro de que Hongjoong o seguiria obedientemente que nem sequer olhou para trás, mesmo mantendo um ritmo consideravelmente apressado.

Seonghwa tentou, uma única vez, soltar-se do aperto de Hongjoong. Apesar de sua estatura menor, o homem exibia uma força surpreendente; seu aperto era tão firme quanto algemas.

— Por favor — Seonghwa implorou. — Me explica o que está acontecendo.

Hongjoong virou-se para encará-lo, e pela primeira vez desde que estavam no apartamento, seus olhos se encontraram.

— Sinto muito — Ele disse, sua expressão transparecendo genuína contrição. — Você não merecia passar por isso tudo...prometo que o levarei de volta para casa ao nascer do sol.

Seonghwa pediu uma explicação, mas sentiu que a resposta que recebeu não foi satisfatória.

— Eu estava...sangrando muito — Ele murmurou, olhando para a frente da camisa ensopada de sangue. Uma onda fantasmagórica de dor percorreu sua espinha, fazendo-o tremer. — Como ainda estou vivo?

— Eu te alimentei com meu sangue e ele curou suas feridas — Hongjoong respondeu, desviando o olhar, como se o peso da verdade o oprimisse.

Assim, percebeu que não havia sonhado com tudo isso; ele não havia imaginado ter bebido o sangue de Hongjoong antes de desmaiar.

— E como seu sangue poderia me curar?

Hongjoong se manteve voltado para a frente, os olhos fixos nas costas de Mingi enquanto eles atravessavam a multidão reunida.

— Sou um vampiro.

A revelação fez tanto sentido que Seonghwa a aceitou instantaneamente como verdade. Seus olhos se fixaram em suas mãos entrelaçadas, percebendo quão firme e rígido era seu aperto.

— Eu posso andar sozinho — Afirmou.

Em resposta, Hongjoong virou a cabeça apenas o suficiente para lançar a Seonghwa um olhar penetrante.

— Não vê que está na toca dos lobos? — Ele inclinou o queixo, indicando a multidão de pessoas vestidas de forma espalhafatosa ao redor deles. — Se eu te soltar eles vão te drenar até a última gota.

E Seonghwa compreendeu, instintivamente, que cada ser dançando no gramado era um vampiro. O fogo colorido em seus olhos não era um mero truque de luz, e o líquido escuro em seus copos não poderia ser vinho. Um impulso primal de correr o invadiu; desejava se esconder. Cada par de olhos brilhantes que se voltava em sua direção fazia o medo vibrar até a base de seu pescoço, enquanto cada toque frio e duro em seu braço se assemelhava a galhos de árvores arranhando sua pele.

Oh, merda.

— Eu preciso te prender — Hongjoong declarou. — Para que todos aqui saibam que você é meu.

Seonghwa engasgou, sentindo-se tão desconectado que havia perdido uma parte crucial da conversa.

— Desculpa. O quê?

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