Lua escura - Lorenzo Zurzolo

07

pov narrador

Lorenzo notou que a expressão de Cecília havia mudado; ela estava mais calma agora, ainda que seus olhos revelassem a excitação que lhe percorria o corpo. A proximidade entre eles era palpável, com os dois conversando a poucos centímetros de distância. Ele podia ver o leve tremor de expectativa em seus lábios. Com um sorriso provocante, Lorenzo inclinou a cabeça levemente e deixou a voz sair mais baixa e sedutora.

— Tá me querendo agora, Cecília? — ele perguntou, o tom cheio de intenção. Seus olhos desceram até a boca dela, percorrendo seus lábios entreabertos com aquele olhar de cachorro pidão mas ao mesmo tempo parecia que ia devora-la com os olhos, que ele sabia usar tão bem.

Cecília ficou rendida imediatamente. O coração disparou novamente, enquanto sentia o calor do corpo dele tão próximo. O desejo crescia de forma incontrolável, e quando Lorenzo começou a se aproximar devagar, os olhos fixos na boca dela, como se fosse impossível resistir, Cecília tomou a atitude. Em um movimento repentino, agarrou a blusa dele com as duas mãos, puxando-o para mais perto com uma força feroz e inesperada.

Lorenzo, surpreso, deixou escapar uma expressão de espanto por um breve segundo antes de se entregar completamente. Seus lábios se encontraram com intensidade, o beijo carregado de toda a tensão acumulada entre eles. Ele mal teve tempo de processar a atitude dela, mas em vez de hesitar, ele se inclinou ainda mais, aprofundando o beijo com uma paixão que o consumia por dentro. Cecília, por sua vez, sentiu-se tomada por uma onda de sensações que ela nunca havia experimentado antes, entregando-se ao momento como se não houvesse nada além dos dois ali.

Ele era gelado, mas ela não se importou. Ela era quente o suficiente para os dois.

Os dedos de Cecília se entrelaçaram no cabelo de Lorenzo, puxando os fios com uma intensidade que fez um rosnado baixo escapar dos lábios dele. O som enviou uma onda de excitação pelo corpo dela, uma mistura de poder e desejo. Sentindo o controle dela sobre ele, Lorenzo a pressionou contra a árvore com mais firmeza, seus corpos moldando-se um ao outro com uma urgência.

O corpo de Lorenzo era uma tempestade de sensações contraditórias. Por um lado, o instinto de vampiro rugia dentro dele, lembrando-o constantemente do perigo que representava. Cada toque poderia ser o suficiente para machucá-la, mas ele se segurava, usando toda a sua força de vontade para manter o controle. Seus dedos percorriam a pele quente de Cecília com cuidado, como se ela fosse feita de vidro. Mesmo assim, o desejo que sentia por ela parecia queimar mais forte a cada segundo.

Cecília, por sua vez, não se importava com o gelo que emanava de Lorenzo. O calor que irradiava de seu próprio corpo era quase insuportável, e a sensação do toque gelado dele era um alívio ardente. Ela não se importava com o frio, com o perigo, nem mesmo com o cheiro inconfundível que ele exalava, aquele aroma doce e levemente metálico que a atraía mais do que ela gostaria de admitir.

Seus corações, ou no caso de Lorenzo, o silêncio dentro do peito, batiam em ritmos opostos, mas ainda assim perfeitamente sincronizados. Cecília sentia o calor subir em ondas, e o frio de Lorenzo, longe de ser desagradável, era como um bálsamo que intensificava cada sensação. Seus lábios se moviam com urgência.

Lorenzo, tomado pelo desejo, a pegou no colo com facilidade, suas mãos firmes segurando as coxas dela enquanto a pressionava ainda mais contra a árvore. Cecília ofegou com a intensidade do momento, suas pernas instintivamente se apertando em volta da cintura dele, enquanto seus corpos se moldavam perfeitamente um ao outro.

Enquanto ele descia os lábios pelo pescoço dela, Cecília arqueou o corpo, o toque dos lábios frios contra sua pele quente enviando arrepios por toda a sua espinha. Cada beijo era uma mistura de prazer e tentação, e ela sabia que, de alguma forma, estava brincando com fogo. O instinto vampírico de Lorenzo poderia facilmente vir à tona, mas naquele momento, tudo o que ela queria era se perder naquele contraste de sensações.