Epílogo

103 14 9
                                    

O primeiro impacto foi visivelmente doloroso, mas os dois jovens levantaram e começaram uma sequência de golpes tão rápida que alguns movimentos poderiam escapar de um olhar não tão atento

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O primeiro impacto foi visivelmente doloroso, mas os dois jovens levantaram e começaram uma sequência de golpes tão rápida que alguns movimentos poderiam escapar de um olhar não tão atento. 

O que não era o caso de Obito Uchiha. 

─ Sarada, não baixe a guarda desta forma! Lembre-se que seu oponente é um Uchiha como você! ─ Gritou com autoridade para a garota que, naquele momento, havia caído após levar um golpe do garoto que enfrentava. Obito ao ver o menino sorrir, cruzou os braços demonstrando irritação. ─ Akira, tire esse sorriso do rosto e preste atenção! Se um soco de Sarada o acertar não será agradável! 

─ Pai, estamos cansados…  ─ O menino que já trazia sinais da adolescência o encarou com tristeza antes de desviar do golpe da Uchiha que enfrentava. O cabelo coberto de suor, caía sobre o rosto, algo que sua mãe já havia avisado e tentado convencê-lo a cortar. 

─ Aqui sou o seu sensei! Agora vamos, melhore essa postura! ─ Obito gritou de volta enquanto ignorava a expressão azeda do filho em sua direção. Akira já era forte para a idade, mas podia se distrair facilmente quando enfrentava a filha de Sasuke Uchiha. Talvez fosse a acidez da garota ou a forma tão direta que ela o provocava, mas era engraçado ver os dois se enfrentarem até o limite como se brigassem por algo. Alias, eles realmente brigavam por alguma coisa, já que ambos sonhavam em se tornarem Hokages. 

─ Não acha que está sendo duro demais com eles? ─ A voz tão conhecida tirou o foco da luta, fazendo-o buscar com o olhar a direção que estava. 

─ Ou você que está ficando mole com a chegada da idade, Kakashi. ─ Provocou o amigo antes de ir apressado e selar os lábios nos da mulher loira que estava ao lado do platinado. ─ Pensei que viria só mais tarde, amor. 

─ Queria ver como anda o treinamento dos meninos, aliás…  acho que vou te ajudar um pouquinho. ─ Kazumi deu um passo à frente e apontou para o menino loiro sentado em uma distância considerável na dupla que se enfrentava. ─ Boruto, vá separar os dois e evite ser atingido por algum golpe deles! 

─ Tia Kazumi, olha como eles estão! ─ Apontou para os dois justo no momento que Sarada golpeava Akira a ponto de fazê-lo cair de costas no chão. 

─ É o momento ideal, vamos! Ou prefere treinar comigo? ─ Sorria com uma doçura fingida, fazendo o pequeno Uzumaki a encará-la com assombro e se levantar no mesmo instante, indo de encontro aos dois amigos. ─ Se cair em algum genjutsu dos dois, ficará sem lanchar com a gente mais tarde! 

Enquanto sua esposa torturava seus alunos com um sorriso gentil, Obito sentou no gramado, sendo acompanhado por Kakashi. 

─ Eles o adoram, mesmo você sendo um tirano. ─ Kakashi deu uma risada baixa. 

─ Não sou um tirano, apenas estou reforçando os laços entre eles. ─ Obito o encarou com indignação. 

─ Akira é tão esperto para a pouca idade, diferente de você na mesma época. ─ Provocou. 

─ Veio tentar ferir meus sentimentos hoje, Kakashi? Kazumi te atormentou demais pela manhã? ─ Sorriu para o amigo enquanto via a mulher se aproximar dos dois, sentando ao lado do Uchiha. 

─ Por isso a trouxe de volta, queria ler um pouco em paz. ─ Kakashi ignorou o olhar raivoso que veio da amiga. 

─ Olhe para eles. ─ Apontou para o trio, que após derrubados, ajudavam um ao outro a se levantar e as risadas uniam-se em um som agradável. ─ Sempre juntos, mesmo após as disputas internas entre Sarada e Akira. 

─ Eles tem um bom sensei. ─ Kazumi segurou a mão do marido, entrelaçando os dedos. 

A loira olhou para o campo de treinamento e foi impossível não encher-se de felicidade. Faziam oito anos que haviam voltado para Konoha. Haviam se casado em alguns meses ao pedido feito, contando com a presença de alguns rostos conhecidos em uma cerimônia rápida e discreta. Pouco tempo depois, foram surpreendidos com a notícia de que estava grávida, apesar de ter consciência, visto que não se preveniam o suficiente comparado a intensidade que se buscavam. Quando receberam uma carta de Kakashi pedindo para que voltassem, houve longos dias de hesitação e dúvida, o que fez o platinado usar sua principal carta na manga: enviou como representante Naruto Uzumaki, usando do talento na arte do convencimento que o rapaz possuía. 

Inicialmente houve um certo receio e olhares atravessados quando chegaram à vila, mas existia algo em Obito que o tornava cativante, logo adaptando aquela vida nova. Lembra da felicidade do marido ao receber  convite para ser professor, assim como sua expressão de desespero ao notar que muitas crianças sabiam de seus talentos, atormentando com perguntas. Akira assim que completou sete anos entrou para academia ninja, um ano antes do convencional, após despertar o sharingan ao escutar fragmentos do passado de seu pai em uma conversa não autorizada, escondido dos olhares dos locutores. Graças a Kakashi e Naruto, trouxeram um louco de paz a criança que, por alguma razão de Justiça, decidiu que seria Hokage. 

─ Vou deixar vocês dois, preciso ir. ─ Kakashi levantou-se e saiu com pressa, antes das crianças o alcançarem, visivelmente fugindo delas. 

Cínico. 

─ A quatro olhos quer comer churrasco hoje, pai. ─ Akira apontou para Sarada que bufou de raiva, afinal a ideia era de Akira e Boruto, ela apenas concordou. 

─ Seu pai também usava óculos, sabia? ─  Cruzou os braços enquanto o encarava com leve desdém. ─ E a ideia é de vocês dois, parem de ser covardes! 

─ Era por outro motivo que usava, OK? ─ Obito levantou-se e bagunçou o cabelo do filho. ─ Se escutar chamar ela disso outra vez, ficará a semana toda de castigo. 

O pequeno Uchiha apenas resmungou algo inaudível enquanto aceitava o afago do pai. 

─ Vamos comer churrasco, mas somente após recolherem todas as shurikens e kunais que estão no campo. ─ Kazumi levantou e apontou para o espaço aberto. ─ Vão! Vocês tem quinze minutos! 

Os três logo sorriram alegres e foram para o campo, Sarada e Akira inconscientemente dando a mão um para o outro por um instante. 

Obito olhou atento a cena e sorriu com uma expressão enigmática em seu rosto. Porém, Kazumi após tanto tempo ao lado de seu homem, entendia o que se passava naquele momento. 

─ Te trás boas memórias, não é mesmo? ─ Segurou sua mão, entrelaçando os dedos. Um gesto que se tornou um carinho íntimo  e único entre os dois. 

─ Ao menos desta vez, estamos em um período de paz…  ─ Segurou ainda mais forte a mão da mulher enquanto mantinha-se tão pensativo. ─ Obrigado, Kazumi. Por isso, por tudo. 

─ Não precisa agradecer, você merecia uma chance. ─ Levou a mão até seu ombro, confortando-o. 

─ Existe parte de mim que nunca vai aceitar essa felicidade que sinto agora. Obrigado por não ter desistido de mim, mesmo quando o ódio era o único sentimento aceitável. 

─ Eu te amei na escuridão e nos seus dias alegres, então pare de me agradecer. Você tem cumprido sua promessa todos esses anos. ─  Kazumi virou-se para ele, dando um beijo suave e carinhoso até escutar um coral de “ eca”, “que nojo”, vindo do campo. 

─ Você é tudo pra mim. Nossa família é o que me mantém forte todo esse tempo. ─ Beijou-lhe a testa, abraçando-a forte. ─ Eu te amo. Obrigado por iluminar minha vida. 

Fim.

AGRADECIMENTOS

Me despeço de mais uma história, quase chorosa, porque é como se despedir de parte de mim. Agradeço a cada leitor que ainda acreditava em seu fim, e ele chegou.

Espero ver vocês em outros devaneios meus, afinal nunca irei parar de escrever sobre Obito.

Obrigada por tudo. Até mais. ❤

 TOQUE DA ESCURIDÃO | Obito UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora