Capítulo 6: A Conversa Decisiva

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O estagiário estava sentado à sua mesa, os olhos fixos na tela, mas seus pensamentos vagavam, completamente absorvidos pelo clima de tensão crescente no escritório. Desde a primeira interação com Chay, ele sabia que algo ali estava além do simples ambiente de trabalho. O jovem sentia a pressão aumentando a cada dia, como se estivesse à beira de um precipício, prestes a tomar uma decisão crucial.

Chay entrou na sala com sua presença imponente de sempre. O barulho dos passos ecoava no piso de mármore, e o estagiário não pôde deixar de sentir o coração acelerar quando Chay parou bem atrás de sua cadeira.

“Está ocupado?” Chay perguntou casualmente, embora o tom de sua voz já indicasse que ele não estava realmente interessado na resposta. Ele estava no controle, como sempre.

“N-não, senhor,” o estagiário respondeu, virando-se rapidamente para encará-lo. Seus olhos captaram o olhar penetrante de Chay, que parecia ler cada pensamento que passava por sua cabeça.

Chay deu um meio sorriso e fez um gesto para que o jovem o seguisse. “Venha comigo. Temos algo importante para discutir.”

O estagiário obedeceu de imediato, levantando-se e acompanhando Chay até a sala particular do empresário, onde as portas se fecharam atrás deles com um leve estalo. A atmosfera era mais pesada, mais íntima, e o jovem sentia o ar denso de expectativa.

Chay se acomodou em sua grande cadeira de couro e gesticulou para que o estagiário sentasse à sua frente. O jovem fez o que lhe foi pedido, mas estava desconfortável, a tensão no ar quase palpável.

“Então,” Chay começou, cruzando os braços e inclinando-se para frente, “você me disse que está disposto a fazer o que for necessário para crescer na empresa. Estou certo?”

O estagiário assentiu lentamente, sem saber exatamente onde aquela conversa iria parar. “Sim, senhor. Eu quero dar o meu melhor.”

Chay soltou uma leve risada, algo entre o divertido e o desafiador. “É disso que eu gosto... disposição. Mas disposição, meu caro, é só o primeiro passo. Você precisa entender algo fundamental sobre como as coisas funcionam aqui.”

O estagiário permaneceu em silêncio, aguardando as próximas palavras, mas seu estômago se apertava com o que viria a seguir.

“Esta empresa,” Chay continuou, “não é apenas sobre números e relatórios. É sobre saber jogar. Saber quem impressionar, e como impressionar. Estou falando de iniciativa, criatividade... e um certo... toque pessoal.”

As palavras de Chay pairaram no ar, carregadas de duplo sentido. O estagiário sentiu o peso do olhar de Chay sobre ele, estudando cada reação.

“Eu quero saber,” Chay disse lentamente, cada palavra sendo calculada, “se você realmente está disposto a ir além do que os outros fazem. Se você entende o que significa se destacar.”

O estagiário engoliu em seco, sabendo que o que Chay estava pedindo ia além de qualquer tarefa comum. “Eu... estou disposto a aprender, senhor. A me esforçar mais.”

Chay arqueou uma sobrancelha, visivelmente intrigado. “Esforçar-se mais? Interessante. Mas o que isso significa para você? Esforçar-se de que maneira?”

O jovem hesitou, sentindo que estava sendo atraído para um jogo que mal compreendia. “Eu... acho que posso trabalhar mais, ser mais proativo nas tarefas, talvez assumir mais responsabilidades...”

Chay balançou a cabeça, interrompendo o estagiário com um gesto de mão. “Não, não. Estou falando de algo mais profundo do que isso. Estou falando de saber ler o ambiente, de entender o que as pessoas realmente querem, mesmo quando não dizem em voz alta.”

O estagiário piscou, confuso. “E o que você quer, senhor?”

Um sorriso predatório cruzou o rosto de Chay. “Ah, finalmente. Agora você está fazendo a pergunta certa.” Ele se inclinou ainda mais para a frente, os olhos fixos no jovem. “O que eu quero? Eu quero ver se você está disposto a sair da zona de conforto. Se está disposto a fazer sacrifícios... a me mostrar que entende o que é realmente necessário para crescer.”

O estagiário sentiu um frio na espinha. As palavras de Chay estavam carregadas de um subtexto claro, mas o que ele estava realmente pedindo ainda era uma incógnita. “Eu... estou disposto a ir além, senhor. Mas... o que exatamente você espera de mim?”

Chay ficou em silêncio por um longo momento, observando o jovem como um gato prestes a atacar sua presa. Então, com um sorriso enigmático, ele se levantou e caminhou até a janela, olhando para a vista da cidade.

“Isso, meu caro,” Chay disse, sem se virar, “é algo que você terá que descobrir sozinho. Mas eu posso te garantir uma coisa... se você entender o jogo, se souber como jogá-lo... você terá tudo o que deseja.”

Entre o Poder e a SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora