03.

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Dhully 🌺

Solto o cabelo do babyliss, vendo o cacho formado. Jogo ele pra trás, pegando outra mecha e enrolando no babyliss.

Estava terminado de me arrumar pra esse churrasco, já fiz uma maquiagem bem simples e só faltava o meu cabelo e colocar a roupa. Resolvi mudar e fazer uns cachos nas pontas do cabelo. Queria ficar linda pra esse churrasco, claro, por ser o aniversário do meu coroa. Amo demais o meu pai e é com o maior orgulho que eu digo que ele sim foi um pai de verdade.

Minha genitora, ficava com o meu pai, mas ela não se cuidou e acabou engravidando dele. Ela me rejeitou do primeiro momento em que descobriu que estava grávida e tomou todos os chás possíveis para me abortar. Mas ao ver que não deu certo, resolveu apelar pro meu pai, na esperança que ele pagasse uma clínica clandestina para ela abortar. O que foi totalmente uma decepção pra ela, porque foi esculachada pelo meu pai.

Ou seja, ela só tinha duas opções, ou ela aceitava a gravidez e começava a fazer os exames, ou ela morria. O que não adiantou de nada, porque ela não se cuidou em nenhum momento, ia fazer exames obrigada e não fazia questão de tomar as vitaminas. Até que quando ela tava com 7 meses de gestação, tomou um remedio para me expulsar de dentro dela e me matar.

Ela acabou desmaiando, devido as dores que sentiu e as percas de sangue, e meu pai quando viu isso, levou ela às pressas ao hospital. Quando chegou lá, ela teve que ir pra sala de cirurgia. E graças a um milagre, eu consegui sobreviver e fiquei entubada por 3 meses.

Já ela, devido ao remédio que tomou, acabou não resistindo.

Mas se tivesse resistido, mesmo assim não estaria viva.

Essa história foi contada pelo o meu pai e pela a minha avó, quando eu já tinha entendimento e sabia as coisas.

Fui criada por ela e pelo meu pai. Com muitos altos e baixos, eles me deram todo o carinho e amor que conseguiram dar e que eu precisava. Não sinto falta alguma dela, nunca fiz e nem faço questão de saber nome, idade e até o rosto. Pra mim, ela não é e nunca foi a minha mãe. Talvez eu não estivesse nem aqui mais pra contar essa história.

Apesar de crescer vendo as outras crianças com suas mães, não foi tão difícil tendo a minha avó do meu lado, que realmente fez o papel de mãe na minha vida. Sempre era ela que ia para as apresentações de dia das mães na escola, foi ela que me ensinou a ser a mulher que eu sou hoje.

Eu amo a minha coroinha, que não é tão velha assim, mas eu chamo ela de velha mesma assim. Ela foi mãe com apenas 13 anos, tem só 53 aninhos. Coroa tá nova e ama aproveitar essa idade dela.

Escuto uns grito de crianças entrarem no meu quarto, sem ao menos baterem na porta.

Daphne: Vem aqui, Davi. Seu feio, horroroso! — sai correndo atrás dele e eu já levanto olhando pra essas crianças.

Davi: Vem me pegar, testuda! — da língua pra ela, enquanto ainda corre.

Dhully: Que putaria é essa aqui, porra. Bora, pode parando de correr os dois, antes que eu pegue a chinela e bata nos dois. — já abro minha boca.

Daphne: Ô Anne, ele não quer me dar a minha boneca. — vem andando na minha direção e abraça a minha coxa.

Dhully: Bora Davi, dá esse caralho pra ela. — ele me olha e cruza os braços, com a boneca na mão — Vou ter que repetir?

Mente Milionária [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora