Draco estava com um braço na manga de seu melhor casaco de lã quando recebeu a chamada. Eram quase sete horas da noite, e depois de um longo e excruciante dia tratando de coriza, consertando ossos quebrados e extraindo objetos de lugares onde não deveriam ser inseridos, Draco estava ansioso por um fim de semana tranquilo em casa.
A princípio, quando Draco ouviu as chamas do Flu rugirem, ele se virou para a lareira situada ao longo da parede leste de seu escritório de tamanho generoso, apenas para descobrir a lareira fria e escura.
O coração de Draco deu um salto no peito e ele bateu com o punho no peso de papel em forma de Catedral de São Paulo em sua mesa. A estante à sua direita se abriu com um rangido, revelando uma lareira secundária, com metade da largura da outra e desprovida dos enfeites habituais – sem fuligem, troncos ou resíduos carbonizados de queimaduras anteriores. E nele estava o rosto vermelho e contraído do Inominável MacLeod.
— Curandeiro Malfoy, sua presença é solicitada no local.
Draco agachou-se elegantemente na frente do Flu escondido - malditas calças justas não o deixavam fazer muito mais.
— Qual é o dano?
— Um de nossos agentes foi ferido na ativa.
— Ferida mágica ou física? — Draco perguntou, já revisando o inventário de poções escondidas em sua maleta de viagem. Ele esperava que houvesse Dittany suficiente, já que o país estava atualmente em escassez.
— Ambos, pelo que entendi.
— Quão sério? — Draco perguntou, a voz tão concreta.
— Isso cabe a você determinar, não é? Sendo o curandeiro e tudo mais.
O lábio superior de Draco se contraiu sob um sorriso de escárnio reprimido. Não era de admirar que pessoas como MacLeod se tornassem Inomináveis. Cada um deles era mais desagradável e insociável que o anterior. Não pela primeira vez, Draco questionou seu desejo de se envolver nas bagunças deles. Graças a Merlin, o salário era bom e os casos mais estimulantes do que os que ele encontrava em seu consultório particular.
— Claro — Draco respondeu com um sorriso tenso que não enganava ninguém. — Só estou me perguntando se devo fazer uma mala e avisar meus pacientes de que estarei fora por uma porra de um mês inteiro, como da última vez. Vocês me mandaram para a Islândia em janeiro vestindo apenas uma calça de lã e um casaco.
— Não vou precisar da parka desta vez. Posso ter certeza disso.
— Então, você sabe a localização?
— Negativo. Hemisfério sul em algum lugar.
— Certo. Isso restringe tudo. E o agente ferido?
MacLeod balançou a cabeça.
— Isso está acima do meu nível de autorização.
As sobrancelhas de Draco se ergueram com isso - um gesto que MacLeod não deixou de notar, baseado na torção de sua boca sob a bem cuidada barba ruiva. Ele não estava exatamente em uma posição inferior na hierarquia, embora os superiores estivessem compreensivelmente envoltos em mistério. Mas às vezes MacLeod ocultava informações de Draco apenas para ser um idiota. Ele nunca o perdoou pelo incidente no Egito antes de MacLeod ser transferido para o serviço administrativo. Draco foi chamado para suturá-lo após um ataque de Acromântula e afirmou que não era o responsável pelas cicatrizes graves. Foi culpa de MacLeod ele ter optado por renunciar à pomada prescrita simplesmente porque cheirava a mijo (é verdade que o mijo de Doxy era o ingrediente principal).
Inomináveis eram pacientes de merda; sempre tão contrários, e Draco só podia presumir que quem quer que fosse que o tivessem chamado para tratar era ou um idiota que pretendia arruinar o fim de semana relaxante que Draco havia planejado, ou era alguém importante, e ambos os casos provocavam ansiedade e excitação disputando o domínio nas entranhas de Draco.
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The Unspeakable | Drarry
FanfictionO curandeiro Draco Malfoy aceitou o emprego no Departamento Internacional de Mistérios por causa do salário e do prestígio. Mas o que ele recebeu foi o Inominável Harry Potter e a maldição mais fascinante que ele já viu. Link: https://archiveofourow...