The Unspeakable | Drarry

[3] A Maldição

A primeira vez que Draco tratou do Inominável Harry Potter foi três anos antes.

Foi a primeira missão de Draco do Departamento Internacional de Mistérios ou, coloquialmente, do IDM - uma entidade que ele nem percebeu que existia até que estava sentado no saguão de sua elegante sede em Londres, aguardando uma reunião com uma certa Maria Alvarez.

Draco ganhou reputação como um curandeiro especializado em quebrar maldições, e um curandeiro superior, embora um pouco pouco ortodoxo. Não foi o suficiente para apagar a mancha preta do sobrenome Malfoy, mas ofereceu a Draco crédito, validação e uma medida de prestígio. Também lhe ofereceu um salário muito miserável. Enquanto Draco permanecesse sob o comando de St Mungos, ele seria relegado a ternos de segunda mão e Cabernet de preço médio.

Draco desejava abandonar o sistema de saúde administrado pelo governo e iniciar seu próprio consultório. Um onde pudesse priorizar os casos mais difíceis e estimulantes com um orçamento ilimitado, ao mesmo tempo que atuava como clínico geral para uma clientela seleta. Veja bem, a reputação de Draco ia além de sua capacidade de curar maldições difíceis e ele era conhecido por seu alto nível de discrição. O Mungo's tinha de obedecer a certos protocolos, uma cadeia de comando e uma quantidade enorme de papelada. Era exatamente esse tipo de burocracia que deixava as pessoas merecedoras sem as curas de Draco que salvavam vidas e os idiotas ricos sem um lugar para gastar seu dinheiro. Se Draco tivesse seu próprio consultório, os políticos, as estrelas do rock e a realeza pagariam Draco generosamente para tratar as maldições embaraçosas lançadas por ex-namorados traídos, o hipocondríaco ocasional e a esposa troféu que brinca de voar de helicóptero com o filho toda vez que ele funga. Draco podia, então, gastar sua energia intelectual real - que era vasta - nos casos mais fascinantes, com pouco ou nenhum custo para a vítima, porque, embora o coração e a mente de Draco vivessem entre os amaldiçoados, seu corpo precisava de luxo.

Foi assim que Draco se viu contratado como curandeiro confidencial do IDM. Eles lhe ofereceram quantias obscenas de dinheiro por sua experiência e seu silêncio. Ele também teve que concordar em largar tudo sempre que eles o chamassem e se permitir ser levado a locais desconhecidos para tratar algumas das maldições mais raras e incomuns do mundo.

Em retrospecto, fazer de Harry Potter a primeira missão oficial de Draco foi como uma prova de fogo, pois Draco não podia simplesmente dizer "Não, obrigado, decidi que isso não é para mim" e sair dali vivo. Ao aceitar o conhecimento de que Harry Potter era um Inominável, Draco firmou um contrato mais vinculativo do que qualquer assinatura em pergaminho.

Draco quase se cagou de medo quando Maria lhe entregou o dossiê com o nome de Harry no registro médico. E o registro de Harry era mais grosso do que Hogwarts, uma História.

Draco folheou as páginas, horrorizado, porque acabara de ver Harry na capa de uma revista de mau gosto, fotografado com os amigos em uma partida de Quadribol. Harry era discreto, apesar de sua fama, embora fosse comum ele ser visto em um restaurante ou em uma festa a cada poucos meses. Os longos desaparecimentos só aumentavam a curiosidade do público, e havia teorias malucas sobre onde ele passava o tempo, sendo a mais popular a de que ele estava em férias de luxo ou em um encontro secreto com alguma outra pessoa famosa. Na verdade, ele estava perseguindo criminosos de Bangladesh à Cidade do México para o IDM.

O Departamento manteve Harry excepcionalmente ocupado, embora exatamente com o que foi ocultado da papelada. Pela aparência do arquivo, Harry colecionava maldições como mãe colecionava porcelana inglesa do século XVIII - Draco temia que pudesse estar tentando completar algum tipo de conjunto. Mas desta vez, o que quer que tenha acontecido com Harry Potter deixou o resto do Departamento perplexo. Por que outro motivo eles chamariam Draco?