Capítulo 4

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Dor.

Meu corpo dói.

Assalto

Arma

Diana. Meu Deus ele vai matar a Diana

POW

Diana!!

Abri meus olhos e senti-os ardendo. Pisquei atordoada procurando por informações naquele espaço branco. O bip insistente confirmou que eu estava no hospital.

Eu estou viva.

Tentei me levantar mas meu corpo parecia o mais pesado dos concretos. Precisava saber se mais alguém tinha se machucado ou não tendo a mesma sorte que eu. Só de pensar nessa possibilidade meu coração se afundava no peito. E Hazel, será que tinha se machucado?

Consegui mover a cabeça e além dos aparelhos tinha um vaso de flores e um recipiente com água na mesinha de cabeceira, automaticamente minha garganta gritou de sede.

Procurei algum botão para chamar ajuda, foi quando ouvi a porta se abrir e uma mulher baixa entrar com roupas elegantes, lisas como se tivessem sido passadas no corpo dela, jóias simples mas que gritavam luxo. Seus olhos cansados ostentando olheiras, me encontraram com preocupação e alívio expresso neles.

- Mi niña - suspirou vindo até mim. Suas mãos macias como nuvens tocaram meu rosto me fazendo sentir seu cheiro que me remetia à casa e ao conforto do meu lar, fechei os olhos emocionada e feliz por sentir seu toque novamente, grata por estar viva.

- Mamá - minha voz saiu fraca e minha garganta arranhou - Água. - pedi e ela logo me atendeu me ajudando a beber num canudo.

- Como se sente? - perguntou em espanhol.

- Exausta, mas eu acho que estou bem.

- Eu vou chamar o médico, você precisa ser observada. - afirmou voltando a acariciar meu rosto, seus olhos estavam marejados e eu não consegui conter uma lágrima que ela tratou de limpar. - Pedi tanto à minha Santinha que não permitisse que te tirassem de mim, eu te amo tanto, meu coração. - admitiu antes de deixar um beijo na minha testa. Sussurrei um "eu te amo" e ela se afastou saindo do quarto, instantes depois um médico e um enfermeiro entraram para me observar e explicar o que tinha acontecido.

Eu tinha levado um tiro no peito, a bala atravessou e saiu pelas costas sem danificar algum órgão vital. O choque fez meu corpo desligar por mais de 12h, o assalto foi às 3 da tarde e eram 7 da manhã do dia seguinte. Perguntei por Diana, ela teve complicações durante a cirurgia para remover a bala mas no fim correu tudo bem, ela não teria sequelas além de uma cicatriz e eu ia garantir que nada lhe faltasse para que se recuperasse rápido e bem.

Quando os médicos saíram Hazel entrou junto com minha mãe, seu rosto estava vermelho, seus olhos inflamados, aquilo fez meu coração se apertar. Eu tive que repetir que estava bem para que ela se acalmasse.

- Você não imagina como eu enlouqueci quando te vi no chão desacordada. Eu nunca mais quero passar por isso. - choramingou.

- E não vai, minha querida. - falou uma voz rouca que eu conhecia bem. Olhamos na direção da porta e vi o Secretário de Estado do México vestindo um de seus ternos feitos à medida azul escuro- Palomita.

- Papi - choraminguei de saudades. Ele veio até mim para deixar um beijo demorado na minha testa, fechei os olhos para apreciar seu carinho e cheiro de mar e perfume caro. Eu estava com saudades.

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⏰ Última atualização: Oct 29 ⏰

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