Os rugidos ensurdecedores de Nuri se misturam aos trovões ensurdecedores no céu.
As paredes da Mansão se mantêm firmes contra a explosão brilhante do fogo do dragão, o vento uivante e a chuva gelada criando uma cacofonia fora do encantamento mágico. Harry fica congelado no local, e Draco também, enquanto eles testemunham o dragão travar uma guerra no céu.
As chamas deslizam por seu pequeno casulo, em direção ao chão lamacento, crepitando e chiando, sibilando ao tocar a água da chuva coletada, o vapor subindo em ondas e o mundo se torna mais nebuloso.
"O que ela está fazendo?" Harry suspira.
Draco não responde. Seus olhos cinzentos são tempestuosos como um furacão, nuvens escuras se juntando, se reunindo, se reunindo contra a Terra, o vento ganhando velocidade, aumentando, crescendo, montando, e então há trovões ribombando nos céus, raios partindo os Céus ao meio.
Quando Draco finalmente fala, ele soa como se a realização tivesse acabado de atingi-lo, fresca e nova. Sai em um sussurro paradoxal.
"Devolvendo a dívida."
Quando Nuri redireciona seu fogo para o encantamento por trás do qual Harry e Draco estão enraizados na descrença, a sólida parede de ar se mantém, e se mantém, e se mantém, até que uma pequena rachadura aparece no meio dela, como uma faca descongelando gelo congelado.
O vento assobia passando pela fissura e entrando na Sala do Pôr do Sol, trazendo consigo a temperatura congelante da tempestade, bem como o calor escaldante de Nuri. A magia se quebra em um grito estridente e implacável, e Harry mergulha em Draco, protegendo-o com seu corpo, assim que as chamas crepitantes entram na barreira, pegando nos tecidos ricos, nos móveis de ouro maciço, nas plantas em vasos, derrubando as poltronas e então incinerando tudo no próximo segundo -
"PARA TRÁS!" Harry grita, tentando empurrar Draco para fora da sala. "PROTEGO TOTALUM!"
Ele gira cegamente na direção da entrada e congela. Onde deveria haver uma abertura na parede, há um trecho vazio de pedra fria e cinza, como se a porta nunca tivesse existido. Com a adrenalina bombeando, o coração disparado com abandono, Harry soca a extensão lisa, desejando que ela retorne ao seu estado original, pensando esperançosamente que poderia ser outro daqueles pontos onde Draco afunda direto.
Nada acontece. O castelo não se abre como de costume, como se quisesse manter esse caos isolado em um canto. Harry quer xingá-lo, sentindo a picada da traição como uma videira feia se enrolando em sua garganta. A raiva borbulha sob sua pele, raiva em nome de Draco, que ele jogaria sua vida fora de bom grado sob a ameaça de sua própria destruição.
Eles vão morrer.
"NURI!", a voz de Draco ressoa. Ele está parado do lado de fora do Feitiço de Proteção, no meio das cinzas fumegantes do que costumava ser a Sala do Pôr do Sol enquanto Nuri faz uma pequena pausa para recuperar o fôlego. "JÁ CHEGA!"
E então, para o horror total de Harry, Draco caminha em direção à borda que não o salvará mais de cair, e Nuri está batendo suas grandes asas brancas e coriáceas, pairando no ar, fendas amarelas afiadas como navalhas, enquanto a tempestade continua a uivar ao redor deles.
Harry dispara pela sala. "O que você está fazendo?"
A questão é que Harry quer confiar em Nuri. Na verdade, ele quer. Se não fosse por ela, ele não estaria vivo. Mas Harry não entende Nuri do jeito que Draco claramente entende. Ele não tem um vínculo de alma, uma dívida quase vitalícia que aparentemente não foi devolvida até agora, porque se isso é o que significava libertar Draco, resgatá-lo do jeito que ele fez com ela, então atacá-los dificilmente parece o curso de ação razoável.
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Acabei de salvar Harry Potter.
FanficUma única piscadela para a Mansão Malfoy muda o curso da guerra. Tradução Ao3.