CAPÍTULO 1.

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Família, seguinte, decidi dividir esse capítulo aqui, que seria único, em duas partes (ficou maior do que eu havia planejando inicialmente, e como optei por trazer uma história cujo o texto é mais divertido e descontraido, não quis que ficasse “pesado”). Mas, não se preocupem que isso não irá influenciar no calendário de postagens! Até dia 15/10/2024 trago a última parte, que irá conter o hot. Boa leitura, e comentem, caralho!

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Yin Anan Wong.

31 de Outubro de 2024.

Quinta-feira, 20:03 PM.

Engulo profundamente em seco, em completo choque, meus olhos arregalados disparando em direção ao palco montado bem ao centro do que presumo ser – em dias normais – uma ampla sala de estar, no segundo em que ultrapasso a porta de entrada.

É sobre esse mesmo palco em que se encontra uma estrutura que já vi antes, em filmes pornô de procedência duvidosa. Se trata de uma imponente cruz de Santo André. E é onde uma atração está prestes a começar; realmente não entendo o que os personagens Neo e Trinity, da sequência de filmes Matrix, tem haver com a temática halloween, mas, estas eram as fantasias que o casal em cima do palco usavam, antes de ambos se livrarem completamente destas.

— Puta que pariu — Desvio o olhar, mas não a tempo de não ver a mulher ser amarrada às suas extremidades por grossas tiras de couro, os pulsos pairando acima da cabeça e tornozelos afastados de forma quase acrobata, os membros bem abertos e o corpo nu exposto para quem quiser olhar. Particularmente, eu não quero.

Sinto a minha pele em chamas, não por ter sido estimulado sexualmente pela visão que tive, mas, pelo constrangimento cru que está reverberando dentro de mim agora, neste exato momento.

Há pessoas transando por todo lado, – se portando, portanto, como animais irracionais movidos pela necessidade de foder – nos sofás dispostos a cada metro quadrado, em curiosas espreguiçadeiras onduladas, e sobre outros móveis estranhos.

Não posso deixar de me perguntar: é disso que War gosta? Foi ele quem organizou tudo isso, afinal. Estremeço só de pensar.

— Ei! — Praguejo, saindo do caminho quando uma versão feminina do Capitão Jack Sparrow passa por mim, quase me derrubando ao se atracar à sua Elizabeth Swann; uma versão libertina e devassa que difere bastante da original, com seus peitos empinados que quase batem no queixo — Merda — Eu realmente pensei que pudesse fazer isso. Mas, uma vez dentro da casa, de paredes cujos tijolos são pintados de um preto austero, – com manchas de mãos ensanguentadas ao longo destas, bem como teias de aranha e morcegos de plástico – eu travo sobre meus pés fixos ao chão. Não sabendo para onde ir ou o que fazer, sequer para onde olhar, me afasto da multidão e me mantenho quieto e seguro próximo a uma mesa de petiscos e bebidas. É onde permaneço pelos próximos quinze minutos.

Frustrado, e pensando por onde devo começar a procurá-lo, encho um copo com um ponche verde neon, evitando as balas fini em formato de olhos que boiam em sua superfície. Esse aspecto é repugnante, assim como a sinfonia de gemidos que fodem meus tímpanos.

Isso é loucura.

Ser espectador realmente não é minha praia. Entretanto, não é como se eu fosse participar dessa putaria compartilhada, também. Não sou um exibicionista. Gosto de seguir os limites da pornografia que consumo.

— Achou quem estava procurando? — Dou um pulo, esfregando minha orelha quando a respiração do mesmo segurança de antes chicoteia a minha pele. Me viro para olhá-lo no instante seguinte, apenas para flagrá-lo me observando com zombaria. Seu sorriso ladino e sobrancelhas erguidas o denunciam. Esse puto está, sem dúvidas, tirando um tsunami com a minha cara.

𝐁𝐀𝐃 𝐑𝐎𝐌𝐀𝐍𝐂𝐄 || 𝐘𝐈𝐍𝐖𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora