Segredos que Queimam

Capítulo 8: Ji-eun Descobre um Lado Sombrio de Seo-jun

Nos dias que se seguiram à primeira interação entre Ji-eun e Seo-jun, ela começou a perceber uma atração crescente em relação ao novo aluno. Embora ainda soubesse pouco sobre ele, a aura de mistério que o envolvia despertava sua curiosidade. Ele era inteligente, perspicaz e tinha uma forma única de ver o mundo. No entanto, à medida que passava mais tempo observando-o e tentando conhecê-lo, Ji-eun não podia ignorar a sensação de que algo mais profundo — e mais sombrio — estava escondido sob a superfície tranquila de Seo-jun.

Era uma sexta-feira à tarde, e a semana havia sido intensa. Ji-eun, Ha-neul e Min-ji decidiram passar um tempo no café próximo à escola para relaxar. A conversa entre eles fluía naturalmente, mas, de vez em quando, Ji-eun notava Seo-jun sozinho em seus pensamentos, como se estivesse longe dali. Ela sabia que havia muito mais por trás daquela fachada calma e reservada, e isso a inquietava.

Após algumas horas, Ha-neul e Min-ji se despediram, e Ji-eun decidiu caminhar um pouco antes de voltar para casa. A noite estava fresca, e a cidade de Seul começava a se iluminar com as luzes dos edifícios e carros. Enquanto caminhava, ela pensava em Seo-jun, relembrando as conversas que tiveram e a forma como ele parecia sempre manter uma barreira entre ele e o resto do mundo.

Sem perceber, seus pés a levaram até o bairro onde Seo-jun morava. Ji-eun hesitou por um momento, pensando se deveria apenas voltar para casa. No entanto, sua curiosidade a venceu. Ela sabia que havia algo mais em Seo-jun, algo que ele não estava disposto a mostrar, e isso a fazia querer descobrir mais sobre ele.

Enquanto caminhava pela rua, ela avistou Seo-jun de longe, entrando em um beco estreito. A cena a surpreendeu. O que ele estaria fazendo ali, sozinho, àquela hora? Algo no jeito furtivo como ele olhava ao redor, certificando-se de que não estava sendo observado, fez o coração de Ji-eun acelerar. Ela se escondeu discretamente atrás de um muro e decidiu segui-lo, tomando cuidado para não ser vista.

O beco era escuro e silencioso, com poucas luzes iluminando o caminho. Seo-jun caminhava em passos firmes e decididos, e Ji-eun se esforçava para manter uma distância segura. Sua mente estava cheia de perguntas. Por que ele estava indo para um lugar tão isolado? Quem ele estava indo encontrar?

De repente, Seo-jun parou diante de uma porta de metal enferrujada e bateu três vezes, em um ritmo que parecia um código. Ji-eun se escondeu atrás de uma lixeira próxima, tentando entender o que estava acontecendo. A porta se abriu, revelando um homem mais velho, com uma expressão séria e olhos atentos. Ele olhou para Seo-jun e, sem dizer uma palavra, deu passagem para que ele entrasse.

Ji-eun esperou alguns segundos antes de se aproximar. Seu coração estava batendo forte, e a adrenalina percorria seu corpo. Ela sabia que aquilo era perigoso, mas sua curiosidade era mais forte. Cautelosamente, ela se aproximou da porta entreaberta e conseguiu espiar o interior do prédio. O local parecia abandonado, com paredes descascadas e móveis antigos, mas havia algo perturbador no ar, uma tensão que ela não conseguia explicar.

Dentro do prédio, Seo-jun estava sentado à mesa, conversando com dois homens que Ji-eun nunca havia visto antes. O tom da conversa era baixo, quase inaudível, mas Ji-eun se esforçou para captar algumas palavras.

— Você está ciente das consequências, Seo-jun? — um dos homens perguntou, sua voz fria e ameaçadora.

— Sei o que estou fazendo — Seo-jun respondeu, sua voz firme, mas sombria.

— Não há volta depois disso — o outro homem acrescentou, com um sorriso cínico no rosto.

— Não estou pedindo para voltar — Seo-jun retrucou. — Só quero que isso acabe logo.

Ji-eun sentiu um calafrio percorrer sua espinha. As palavras que ouvira eram carregadas de tensão, e ela não conseguia deixar de imaginar no que Seo-jun estava envolvido. Ele parecia tão calmo e seguro na escola, mas agora, diante daqueles homens, havia um lado sombrio emergindo que ela nunca havia visto antes.