Segredos que Queimam

Capítulo 11: Segredos do Passado de Seo-jun e Ji-eun

Os dias que se seguiram ao passeio escolar foram marcados por uma sensação estranha. A tensão que Ji-eun sentira ao redor de Seo-jun e Yoon-seok ainda estava presente, embora ela tentasse, de alguma forma, ignorá-la. Min-ji continuava em sua missão de se aproximar de Yoon-seok, enquanto Seo-jun permanecia cada vez mais distante. No entanto, algo além daquela dinâmica estava mudando, algo que Ji-eun não conseguia compreender completamente.

Naquela tarde, enquanto voltava para casa depois da aula, Ji-eun decidiu parar em um café que ficava no caminho. O local era pequeno, mas aconchegante, e ela gostava de passar um tempo ali para organizar seus pensamentos. Mas, quando entrou no café, foi surpreendida ao ver Seo-jun sentado em um dos cantos mais isolados, de cabeça baixa, folheando um caderno com uma expressão séria.

Ela hesitou por um momento. Desde o passeio, eles não haviam conversado muito, e a última interação entre eles deixou Ji-eun com a sensação de que havia uma barreira cada vez maior entre os dois. Mas, por outro lado, ela sabia que, de alguma forma, eles estavam conectados de uma maneira que ainda não compreendia completamente.

— Seo-jun? — ela chamou suavemente, aproximando-se de sua mesa.

Ele levantou os olhos lentamente, surpreso por vê-la ali. Por um breve segundo, Ji-eun viu uma mistura de emoções em seu olhar — surpresa, cansaço, e talvez algo mais profundo, uma dor que ele estava tentando esconder.

— Ji-eun — ele respondeu, dando um leve sorriso, embora fosse visível que ele estava tenso. — O que está fazendo aqui?

— Eu estava passando e decidi entrar para tomar um café — ela disse, tentando soar casual. — Posso me sentar?

Seo-jun hesitou, mas depois assentiu, afastando o caderno para o lado enquanto ela se sentava.

— O que está escrevendo? — Ji-eun perguntou, apontando para o caderno.

Ele olhou para o caderno por um momento, como se considerasse se deveria ou não contar a verdade.

— Só algumas anotações... — ele disse vagamente. — Nada importante.

Ji-eun sabia que aquilo era uma mentira, mas decidiu não pressionar. Em vez disso, mudou de assunto.

— Eu sinto que não conversamos direito desde o passeio. — Ela olhou para ele com uma expressão preocupada. — Você parece mais distante do que antes.

Seo-jun suspirou, passando a mão pelo cabelo em um gesto claramente frustrado.

— Desculpe por isso — ele disse, sua voz mais baixa. — É que... tem muita coisa acontecendo na minha vida agora. Não quero te envolver nisso.

— E se eu já estiver envolvida? — Ji-eun perguntou suavemente. — Nós somos amigos, certo? E amigos ajudam uns aos outros, mesmo que as coisas sejam difíceis.

Seo-jun a encarou por um longo momento, como se estivesse decidindo até que ponto poderia confiar nela. Havia uma batalha acontecendo dentro dele, isso era claro. Ele não queria que ela soubesse o que estava carregando, mas também parecia exausto demais para continuar escondendo.

— Você não entende — ele começou, sua voz cheia de uma emoção reprimida. — Eu já perdi pessoas importantes por causa do que estou enfrentando. Não quero que você seja mais uma.

Ji-eun franziu a testa, confusa e preocupada.

— O que você quer dizer com isso? Perdeu pessoas?

Seo-jun abaixou o olhar, seu maxilar tenso. Ele respirou fundo, como se estivesse tentando reunir coragem para finalmente dizer o que vinha guardando.