Terceira rosa.

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Sunoo observava o casal ao lado dele com um aperto no peito que ele não conseguia ignorar.

Soobin abraçava Yeonjun com tanta naturalidade, enquanto ele apenas os acompanhava com os olhos, sentindo-se um estranho em meio àquele carinho. A cada cena do filme de romance que se passava na tv na frente deles, uma pontada de inveja se instalava mais fundo. Ele se forçava a assistir, mas sua mente estava longe dali.

Ultimamente, seu namorado parecia distante. O tempo que passavam juntos havia diminuído, e, mesmo que ele tentasse ignorar, aquilo o incomodava.

As teorias começavam a surgir em sua cabeça, teorias que ele sabia que não tinham fundamento, confiava em Heeseung, mas que, ainda assim, o perseguiam. "Será que ele está perdendo o interesse em mim?" — a pergunta ecoava na mente dele, aumentando sua angústia. "Ou será algo pior?"

Ele suspirou pesadamente, abaixando a cabeça. Talvez estivesse se magoando à toa, talvez fosse só uma fase. Afinal, o que mais ele poderia fazer? Assistir doramas era o que o distraía, mas a realidade sempre voltava quando a tela se apagava.

Despedindo-se dos amigos mais velhos com um sorriso forçado, ele decidiu sair do apartamento um pouco para resfriar a cabeça. No caminho, parou em uma cafeteria, sem muito rumo, apenas procurando algo para comer. Olhava pelas vitrines, distraído, o coração pesado e a cabeça cheia de pensamentos que ele não conseguia controlar.

— Boa noite! Em que posso ajudá-lo? — A voz animada de um jovem funcionário o trouxe de volta à realidade.

Sunoo olhou para o rapaz de cabelos pretos, que exibia um sorriso lindo e genuíno. Por um momento, sentiu-se contagiado pela energia boa do outro, quase esquecendo seus problemas.

— Ah... só estou procurando algo para comer. Talvez um... donuts? — Murmurou, tentando acompanhar o entusiasmo, mas sem muito sucesso. Seus olhos logo se fixaram na bandeja de donuts atrás da vitrine, os seus favoritos.

— Deixa que eu pego para você. — Disse o funcionário, sorrindo. Ele se aproximou com passos leves e pegou o doce, colocando com a pinça em um pacote, mas Sunoo viu quando ele colocou um donuts a mais, entregando-o logo em seguida com um sorriso gentil. — E fica por minha conta, tá bom? Para você se animar um pouquinho.

Sunoo demorou um tempo para processar, se vendo tímido repentinamente por causa da frase do rapaz, pois significava que ele não estava conseguindo disfarçar seu desânimo muito bem.

— Eu... — Sunoo murmurou, corando, sem saber muito bem o que dizer, mas então sorriu. —Muito obrigado... — Parou para ler o crachá do rapaz. —...Park Sunghoon. Isso é muito gentil da sua parte. — Sorriu.

— Não agradeça! — Disse o rapaz com um aceno, ainda mantendo o sorriso simpático. — Aproveite, e volte alguma hora para me dizer como estavam. — Deu de ombros.

Com o pacote de donuts em mãos, Sunoo saiu da cafeteria e voltou para casa com a mente mais leve. O caminho de volta foi silencioso, e, ao chegar, suspirou levemente ao abrir a porta do quarto que dividia com Heeseung.

Colocou o pacote sobre a mesa, pronto para se acomodar, mas algo diferente chamou sua atenção. Ali, sobre a mesinha ao lado da cama, estava uma rosa cuidadosamente posicionada. Já era a terceira que ele recebia essa semana. Ele a pegou com delicadeza, sorrindo levemente, sentindo o perfume suave da flor, mas seu coração estava inquieto.

— Espero que você não me decepcione, hyung. — Murmurou para si mesmo, com uma mistura de esperança e receio.

Continuou olhando para a flor com um sorriso bobo enquanto se deitava na cama, encantado.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, Sunghoon estava de bom humor. Chegou a hora de sair do trabalho, e hoje ele teria uma rotina diferente.

Seus passos eram rápidos até seu carro no estacionamento, e ele tirou as chaves da bolsa, mas logo sentiu uma presença ao seu lado. Quando levantou o olhar, viu Heeseung parado, observando-o em silêncio. Sorriu, lembrando-se que o homem havia dito que esperaria por ele alí mais tarde.

— Vamos? — Perguntou Heeseung, sorrindo da forma atraente que ele costumava ter.

Sunghoon assentiu com um olhar firme, e juntos eles seguiram pelo caminho, conversando sobre coisas irrelevantes até que o veículo fosse estacionado em uma rua afastada e sem movimento algum tempo depois, onde, com as luzes apagadas, as coisas começaram a ficar mais interessantes dentro daquele carro.



















Rosas | HEESUNOnde histórias criam vida. Descubra agora