Pela última vez.

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Heeseung encostou a cabeça na parede do quarto, o mesmo quarto que antes ele dividia com Sunoo. Ele estava naquela posição há horas, imóvel, como se o peso do arrependimento o mantivesse preso ali. Seus olhos vagavam pelo cômodo vazio, buscando desesperadamente por algum vestígio do Kim, por alguma lembrança que o conectasse ao garoto dos lindos olhos de raposa que ele tanto amou e, de alguma forma, destruiu.

"Hyung, sou um homem muito feliz por estar com você."

A lembrança da voz suave de Sunoo ecoava em sua mente, fazendo seu peito apertar ainda mais. Ele murmurou para si mesmo, quase inaudível:

— Eu também era... Mas eu não soube apreciar isso.

Ele apertou os punhos e fechou os olhos, tentando afastar as lágrimas que insistiam em cair. As palavras de Sunoo continuavam a rondar sua mente, como uma tortura silenciosa.

"Hyung, você me ama, não é?"

— Eu te amo... — Sussurrou, as lágrimas agora escorrendo livremente por seu rosto. — Eu realmente te amo tanto... Mas sou um idiota.

A dor era quase insuportável. Ele cobriu o rosto com as mãos enquanto soluçava entre as lágrimas, tentando se proteger dos próprios sentimentos, mas não conseguia escapar. As lembranças continuavam.

"Amor, você tem trabalhado muito ultimamente. Quer que eu faça um massagem em você? Ou prefere alguns beijinhos?"

Heeseung deixou escapar mais um soluço. Ele queria tanto sentir os lábios macios de Sunoo mais uma vez, mas sabia que isso era impossível agora. Ele abraçou as próprias pernas enquanto se encolhia, o desespero o envolvendo por completo.

"Essas rosas são tão falsas quanto você."

As palavras ecoavam em sua mente como um martelo. Ele queria responder, queria gritar, mas sua garganta estava seca. Nada saía de sua boca. Ele havia destruído a pessoa que mais o amava. O amor de Sunoo era puro, genuíno, algo que ele nunca mereceu e, no entanto, ele o quebrou.

— Eu nunca soube valorizar você... Eu não deveria ter feito nada disso... — Murmurou para si mesmo, a voz baixa e arrastada.

Ele balançou a cabeça, sentindo o peso esmagador da culpa. Não queria perder Sunoo, preferia morrer a vê-lo desaparecer para sempre de sua vida. E agora, era tarde demais.

Então, algo o tirou de seus pensamentos. O som de passos ecoou pela casa. Alguém havia entrado no apartamento. Mas ele não se importava. Podia ser um assassino, um ladrão... Qualquer um. Nada mais parecia ter importância.

— Heeseung? — A voz de Soobin soou pela sala, firme e fria. Heeseung ergueu o olhar, apenas o suficiente para ver o rosto sério de Soobin, que o observava com uma expressão inabalável.

— Pode me bater, se é isso que você quer... — Disse Heeseung, a voz fraca e sem vida, desviando os olhos do rapaz.

Soobin negou com a cabeça, sem desviar o olhar.

— Sunoo me ligou... Ele está indo para Seul com o atual namorado dele.

Essas palavras fizeram com que as pernas de Heeseung fraquejassem. Ele mal conseguia processar o que havia escutado, até que uma engrenagem girou em sua mente.

Sem pensar, levantou-se e correu, suas pernas quase não o sustentavam, mas ele não podia parar. Precisava chegar ao aeroporto. Precisava vê-lo uma última vez.

Não suportaria viver sem ter se desculpado de verdade com Sunoo, sem ter dito a ele que o amaria eternamente e que iria o deixar ir para que ele fosse feliz da forma que merecia.

O desespero o conduzia. Ele finalmente chegou ao aeroporto, mas a multidão parecia um obstáculo insuperável. Cada passo parecia mais difícil do que o anterior. Seu olhar frenético percorria todos os rostos à sua volta, procurando, esperando ver Sunoo entre eles. Mas ele não estava lá. O desespero tomou conta, e ele percebeu que estava chorando, as lágrimas escorrendo sem controle.

Seus passos, antes apressados, agora se tornaram mais lentos, até que ele parou de vez. Diante dele, o painel indicava que o último avião para Seul havia partido. O voo de Sunoo já havia decolado.

A realidade o atingiu como uma onda de choque.

Heeseung caiu de joelhos, o coração pesado com o conhecimento de que o havia perdido para sempre.

Heeseung havia perdido. Não somente o homem que amava, mas tudo. Ele havia perdido tudo.







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Rosas | HEESUNOnde histórias criam vida. Descubra agora