Quinta rosa.

51 5 5
                                    

Heeseung voltou àquela cafeteria após o trabalho, como havia se tornado rotina durante as últimas semanas.

Havia algo naquele lugar, algo que ele procurava ali — alguém.

Quando chegou, viu Sunghoon na porta, com os olhos fixos na tela do celular e um pequeno sorriso brincando em seus lábios. A visão trouxe uma mistura de sentimentos para Heeseung, algo entre conforto e inquietação, como se aquele momento fosse precioso demais para se deixar escapar, mas ao mesmo tempo carregasse uma leve tensão.

Ao se aproximar, Heeseung não pôde evitar o ciúme que brotava silenciosamente em seu peito.

— O que você está olhando, querido? — Perguntou, sua voz suave, mas carregada de um leve tom de possessividade. — Está conversando com alguém?

Sunghoon levantou os olhos do celular e negou com a cabeça, o sorriso ainda presente, embora mais contido. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Heeseung passou o braço ao redor da cintura de Sunghoon, puxando-o para mais perto. O toque era firme, quase como se estivesse marcando território.

— Você sabe que só deveria sorrir assim comigo, não sabe? — Murmurou Heeseung, o tom baixo, mas cheio de intensidade.

Sunghoon apenas sorriu em resposta, um sorriso que agora trazia algo de enigmático, como se ele guardasse segredos que Heeseung jamais pudesse entender por completo.

— Eu sei. — Respondeu, sem deixar de encarar o outro.

O espaço entre eles se fechou em um beijo suave, que, aos poucos, foi crescendo em intensidade. O calor aumentava, as mãos firmes entrelaçadas, os corpos se aproximando mais. Era um beijo que dizia muito mais do que as palavras jamais conseguiriam.

Quando finalmente se separaram, ainda ofegantes, eles trocaram um olhar cúmplice, como se aquele momento tivesse selado algo entre eles.

De mãos dadas, caminharam em direção ao lugar que Heeseung havia prometido levar Sunghoon naquela noite. Enquanto andavam, o mundo ao redor parecia distante, como se apenas os dois existissem.

[.....]

Do outro lado da cidade, naquele mesmo momento, o coração de Sunoo se partiu em bilhões de pedacinhos.

Ele estava sozinho em casa, como já havia acontecido tantas vezes nas últimas semanas, pois os outros dois homens que moravam alí haviam saído para um jantar romântico.

E foi naquele momento, enquanto mexia despretensiosamente em seu celular, que algo lhe chamou atenção: uma notificação de um perfil que ele não seguia havia enviado uma mensagem para ele pelo instagram.

Era um perfil com o usuário "@y.jwonie".

Ele franziu as sobrancelhas, não dando muita atenção de início, mas quando abriu a mensagem, tudo ao seu redor pareceu parar. Alí estava uma foto que ele não queria ter visto.

Ele rapidamente reconheceu a silhueta de Heeseung, abraçado a outro garoto na frente de uma cafeteria da qual ele costumava ir, com um sorriso que ele não via há muito tempo. Sunoo reconheu que era Park Sunghoon, o funcionário simpático que lhe deu donuts de graça uma vez.

A foto se seguiu de uma outra, e nessa próxima foto Heeseung não só abraçava o garoto, como também depositava beijos em seus lábios. Um aperto enorme começou a preencher o peito do Kim.

@y.jwonie: As fotos são de agora. Heeseung está te traíndo com um amigo meu, e antes disso ele te traía comigo. Sinto muito.

O choque percorreu o corpo de Sunoo de maneira avassaladora. Suas mãos tremiam, a visão começou a ficar embaçada pelas lágrimas que se recusavam a cair. Sentiu as pernas fraquejarem, e antes que pudesse processar, já estava no chão, as mãos cobrindo a boca em um esforço inútil de conter os soluços que vinham de dentro de si. Seu coração estava apertado, a respiração pesada.

Ele não queria acreditar, mas a situação era clara: ele estava perdendo Heeseung, e não havia nada que pudesse fazer para impedir.

Respirando fundo, pegou o celular com as mãos trêmulas, buscando o número de Heeseung entre os contatos. Após alguns segundos de hesitação, finalmente apertou para ligar.

"Sim?" a voz de Heeseung soou do outro lado, calma e controlada.

— Você vai fazer hora extra de novo hoje? — Sunoo tentou soar normal, tentou parecer que estava tudo bem, mas a própria voz o traía, cheia de hesitação e medo. — Eu gostaria de jantar com você. Soobin e Yeonjun saíram, não quero ficar sozinho.

Um silêncio pesado se instalou do outro lado da linha, durando mais do que Sunoo conseguia suportar.

"Sim. Meu chefe me mandou ficar mais tempo hoje, desculpe" Respondeu Heeseung finalmente, a voz firme, mas distante.

O aperto no peito de Sunoo aumentou, mas ele não queria demonstrar. Não naquele momento.

— Eu entendo. — Murmurou, a voz baixa e sem força. Desligou o telefone sem esperar resposta.

O som do silêncio que seguiu foi quase ensurdecedor. Ele olhou para o telefone por alguns instantes, sentindo-se completamente só, mas então novamente uma mensagem daquele perfil do instagram chegou.

@y.jwonie: Gostaria de te encontrar pessoalmente para conversarmos um pouco sobre isso, se você se sentir bem.

Sunoo analisou aquelas palavras por um momento, uma grande mágoa em seu peito, e antes que pudesse raciocinar muito ele enviou uma resposta:

@kimsunoo: Me encontre no bar central às oito.





































Rosas | HEESUNOnde histórias criam vida. Descubra agora