Destinados - ( MiTake )

Capítulo 06

   Takemichi engoliu em seco, era visível em seu rosto o nervosismo. Seus olhos azuis tremeram em medo, uma pequena gota salgada de suor se formou em sua têmpora e desceu lentamente pelo rosto até se encontrar com outra gota em seu pescoço.

O homem encara firme os olhos azuis, seus próprios de cor roxa, havia um brilho peculiar, um ar perigoso ronda seu corpo junto do cheiro fraco de chocolate, quase sendo imperceptível sentir tal cheiro. Se Takemichi não tivesse um ótimo olfato ele não teria sentido tal perfume.

— Comprarei uma das Seki-jun. — O de pele escura pediu ao vendedor ambulante levantando um de seus dedos.

— Claro! Essa é uma ótima escolha! Uma pedra pura, o vermelho significando amor. É uma ótima escolha para presentear um companheiro amoroso! — O vendedor de braços fortes sorriu animado, dando ideias do que fazer com a pedra e em como a presentear. Com uma aparência jovial, braços tão fortes quanto um lutador e que ficam visíveis em sua jaqueta de couro de animal sem mangas, junto de uma pele bronzeada. De fato um belo beta.

O beta foi rápido em arrumar a jóia. Ele se agachou e mexeu nas caixas abaixo da mesa improvisada de madeira, o som dos objetos balançando era bem ouvido.

“Ghg!” Takemichi engasgou ao receber uma chave de gancho no pescoço. Como qualquer medroso, ele tentou sair de fininho em passos de caranguejo, mas não deu tão certo. Takemichi não esperava que o homem prestasse atenção em seus passos e que com precisão agarrasse seu pescoço com facilidade, tão forte que o fez engasgar de susto ao ser enforcado.

— Onde pensa que vai? Eu não conversei com você ainda. — O de pele escura disse firme, sua voz rouca sai em um sussurro, em um quase rosnado felino.

— Não ia a lugar nenhum! — Negou apressado.

O beta sorridente deixou delicadamente o colar sobre uma pele fofa de ovelha, uma desgastada e aparentemente velha, a deixou sobre a mesa de madeira. Ele olhou ansioso o homem de pele escura o jogar uma pedra pequena e achatada que brilhou dourado contra o sol.

A moeda de ouro foi pega com animação pelo beta, o deixando tão animado que ignorou os dois homens pegarem o colar e sair caminhando entre as pessoas que iam e vinham…

  “Hnmg~” a mulher raposa soltou entre os lábios um gemido animalesco, repleto de prazer, enquanto suas mãos delicadas de grandes unhas vermelhas são passadas no pescoço do beta, esse que com animação desce e sobe suas mãos fortes pelo corpo delicado da raposa, detalhando todas as curvas do corpo curvilíneo com as mãos.

Sanzu soltou o ar dos pulmões contra o pescoço da raposa ao sentir as garras afiadas passarem em sua nuca.

A mulher de olhos abertos se agarrou mais ao corpo do beta, suas mãos ficaram mais firmes e seus suspiros prazerosos cada vez mais ansiosos. Tateando os dedos no pescoço branco, com ansiedade ela lambeu os lábios enquanto sentia os beijos molhados do beta em seu pescoço limpo.

A um fio de suas garras serem cravadas na nuca pálida do beta sua nuvem de prazer acabou com o rosnado felino que veio ao lado e como se isso fosse um aviso de perigo o beta esticou os olhos, suas pupilas finas e atentas.

Sanzu mordeu com presas longas o ombro nú da mulher, suas presas tão resistentes facilmente atravessam a carne atingindo o osso, que mesmo forte, se torna frágil aos dentes fortes de uma hiena.

— Porra! Seu lunático! Solte o meu braço! — A raposa gritou raivosa, por instinto ela se mecheu no lugar tentando inútilmente soltar o ombro ainda preso na boca do carniceiro, esse último que se embebeda com o sangue que enche a boca.

Sanzu sorriu, os cantos da boca marcados por cicatriz se estica espremendo seus olhos em um sorriso distorcido.

“Com todo prazer…”