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Nancy
O despertador tocou me tirando do mundo dos sonhos de forma abrupta. Meus olhos ainda sonolentos se abriram, e eu estiquei a mão de forma desajeitada até o criado mudo, desligando o aparelho barulhento. Me sentei no colchão macio tirando o edredom lilás de cima de meu corpo, e esfreguei o rosto com cuidado.
Nesta manhã eu estava mais cansada do que o comum, pois noite passada a insônia não permitiu que eu dormisse no horário que costumava. Talvez por ter dormido na casa de Sam durante a tarde daquele dia o meu corpo tenha ficado confuso. De qualquer maneira, me levantei contra minha vontade, e me dirigi até o banheiro de meu quarto arrancando as roupas do meu corpo.
Depois de um banho fresco, escovei os dentes e penteei os cabelos, fazendo minha maquiagem em seguida. Eu não sentia mais vontade de cobrir minha cicatriz no rosto, então quando decidia me maquiar, eu apenas passava um rímel, delineador ou lápis. Acho que desde que Sam ficou apegado na minha marca, eu passei deixá-la mais à mostra, me sentindo mais confiante, ainda que ela esteja ali por motivos horríveis.
— Querida, você gostaria de comer uma panqueca antes de ir? — Ouvi a voz gentil de minha mãe depois de algumas batidas na porta do banheiro.
— Vou querer apenas um pouco de suco. — Respondi terminando de passar o lápis de olho.
Ela se afastou e eu concluí passando um hidratante labial que realçou minha boca deixando-a um pouco mais rosada.
Ao descer e andar até a cozinha, já com a mochila no ombro e tênis nos pés, fui até a bancada de mármore aonde estava a jarra de suco de morango. Peguei um copo de vidro no armário próximo, e servi a bebida avermelhada.
— Tem certeza que não vai querer? Está ótimo. — Ouvi meu pai resmungar de boca cheia, cortando a panqueca em seu prato coberta por caldo. Eu sorri gentilmente para ele.
— Tenho sim. Não posso me atrasar. — E bebi o suco do copo que estava cheio apenas até a metade.
Ouvimos uma buzina, e minha mãe se esticou até a janela, deslizando seus dedos de unhas pintadas de vermelho entre as cortinas claras e finas.
— Você não me disse que Sam iria vir te buscar. — Minha mãe disse surpresa, se ajeitando na cadeira novamente. Ela usava um roupão bege e tinha os cabelos soltos jogados nas costas. Meu pai não pareceu ter reação alguma.
— Sam está aqui? — Franzi o cenho, e terminei de beber o suco — Ahm, eu não sabia que ele viria me buscar. Acho melhor eu ir falar com ele. — Soltei o copo e usei um papel toalha gentilmente nos lábios.
Depois de acenar para meus pais, eu corri para fora de casa e observei o carro cinza de Sam estacionado. Ele tinha a janela do passageiro aberta — já que a posição do motorista o deixava com a janela virada para o vizinho —, e assim que nossos olhos se encontraram, ele sorriu apoiando a mão esquerda no banco do passageiro.
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Através de você | Sam Monroe (Hayden Christensen)
Fanfiction{+18} Nancy se muda para a cidade de sua prima Alyssa, e se vê presa nos olhos tristes de seu colega de classe Sam Monroe. ⊱⋅ ⋅⊰ Fanfic inspirada no personagem de Hayden Christensen em Life As A House.