The Ceremony

57 7 0
                                    

Hermione olhou para a porta que Lucius tinha acabado de fechar atrás de si, e ouviu os sons do chuveiro ligado. Ela sentiu como se tivesse levado um tapa, embora não tivesse certeza do porquê.

Eles tinham– eles tinham estado– tudo estava bem, ou assim ela pensou até que ele parou de repente. Do nada ele se distanciou e ela o observou se retrair para dentro de si mesmo.

O que aconteceu? O que diabos ele estava falando? Ela tinha feito alguma coisa? Mas não, não havia nada que pudesse ter causado isso– mas então... o quê? Ela não sabia. Ela se sentia confusa e com raiva, mas principalmente perdida. O que diabos havia de errado com ele? Se ela não soubesse melhor, ela teria pensado que ele estava fugindo de alguma coisa. Dela? De outra coisa? Ela não tinha ideia e era o fato de que ela não entendia que a frustrava mais.

Ela também estava dolorida, cansada e mais do que um pouco sobrecarregada pelas coisas que ele a fez sentir. Depois de olhar por mais alguns segundos para a porta do banheiro dele, ela cuidadosamente saiu da cama e pegou suas roupas de onde as havia deixado em uma poltrona.

Ela deixou Mipsy mostrar-lhe um quarto com um design semelhante ao do quarto principal. Uma cama queen size grande e janelas com vista para uma extensão escura dos jardins da Mansão. Uma suíte, um guarda-roupa grande, uma estante vazia... parecia estranhamente normal. Os móveis eram todos de madeira escura cara e o brocado pesado nas capas e poltronas não eram do seu gosto, mas isso dificilmente importava.

Seu corpo doía de maneiras desconhecidas e ela se sentia tão cansada que podia chorar, mas as lágrimas não vinham. Ela tinha acabado de dar sua virgindade a um homem que odiava tudo o que ela era. Amanhã ela se casaria com esse mesmo homem. Com um Comensal da Morte. Ex-Comensal da Morte. Com Lucius Malfoy, de todas as pessoas. Como isso aconteceu? O que ela estava pensando? A força usual que ela tirava da pureza da lógica e da razão parecia abandoná-la enquanto suas emoções travavam uma guerra em seu peito. Parecia uma cãibra muscular constante, em um lugar dentro dela que ela sabia que nunca deveria se sentir assim. Ela tinha que tentar ficar calma.

Ela respirou fundo para se acalmar. Então, incapaz de se conter, ela pensou nos eventos da noite. Não importava se ele tinha... terminado ou não.

O que importava era que ela não acabaria tendo que obedecer a cada coisa que ele dissesse a partir de amanhã. E isso era bom. Reconfortante até. Ou seria se ela não sentisse vontade de vomitar de medo e exaustão.

Ela vasculhou sua bolsa até encontrar seu frasco de Pó Knockout Esloveno. Quando George lhe ofereceu uma linha de suprimentos entregue por coruja, ela aceitou com gratidão. Doía muito e ela frequentemente se perguntava por que não havia uma maneira melhor, mas por enquanto, ela esperava que fosse a última vez que precisaria disso. Uma vez que estava de pijama, banhada e aquecida, ela bateu uma pequena pilha dele nas costas da mão e sentou-se na cama, sabendo muito bem que a deixaria encolhida onde caísse se não estivesse pronta para isso.

Ela olhou para o pó azul em sua mão, então, exalando propositalmente, ela o levou ao nariz e se forçou a inalar. O efeito foi imediato e a dor foi ofuscante. Mas funcionou. Em segundos ela estava inconsciente.

***

A manhã chegou cedo demais para seu gosto, e seu corpo protestou quando ela acordou com o som de Mipsy chamando-a para acordar.

"Senhorita? Senhorita, acorde, por favor, senhorita?"

"Mipsy?" Ela conseguiu dizer, meio grogue.

"Sim, senhorita. É hora da senhorita acordar agora, por favor." Espiou a pequena elfa da beirada da cama.

Ela não sabia que horas eram, embora soubesse que seu corpo achava que era muito cedo para estar acordada. Ela sempre sentia como se o Nôitibus a tivesse atropelado quando acordava. Ela engoliu em seco e limpou a garganta. Sua voz estava um pouco rouca, sem dúvida por causa de seus gritos intermitentes a noite toda.

The Daggers of MarechiadesOnde histórias criam vida. Descubra agora