Capítulo 9 - Desvio de planos

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A chuva alagava as cidades e a terra deslizava junto com as árvores. Sob o solo, o que antes estava escondido, revelou-se. Outras coisas foram enterradas no seu lugar.

Num segundo para o outro, o vento ficou mais forte, mais imprevisível. Um tornado sugava as florestas para o seu interior, fazendo desaparecer tudo consigo em meio aos fogo que começou nas árvores.

Outros tornados se seguiram, era a personificação do caos aos olhos dos shinobi que foram levados a quilômetros de distância do centro. Sendo um brilho azul a única coisa reconhecível, os pedregulhos enormes e a poeira que a queda das montanhas causou foi o que deu fim aos tornados que haviam puxado as nuvens carregadas de chuva para si.

A trovoada permaneceu como um mau presságio para os desentendidos.

O único homem que havia permanecido desde o início amaldiçoava veemente o ocorrido. 

Num novo lugar, onde um céu claro e um céu escuro coexistiam na mesma hora, patas roxas andavam pelas rochas que direcionavam para uma construção abismal. A cada passo, as patas iam aumentando de tamanho ao ponto do tamanho da raposa competir com o de uma montanha.

A paisagem tornou-se surreal.

A grande raposa parecia comum dentro da construção, um templo, podia-se adivinhar. Ao cessar dos passos, a raposa pousou o humano sobre uma enorme almofada roxa ameixa, repleta de fios dourados.

Ao redor do humano, correntes de vento tomavam colorações diversas enquanto o serpenteavam vigorosamente.

Entretanto o tempo foi-se passando. Acima da cabeça do homem, o céu era aberto. Um céu roxo havia-se estabelecido por todo o horizonte. Uns olhos vagavam pelo local, eles diziam que ele devia levantar-se e voltar para os seus genin, diziam que não podia sucumbir ao conforto que sentia. Nisso ele era bom, bastou lembrar-se da segurança dos seus genin. Eles deveriam estar numa missão que ele havia forjado, e ele devia voltar para eles o quanto antes. Não os abandonaria. Os seus olhos encontraram uma pelagem roxa familiar ao se virar.

- Asami, certo? - não querendo mais que o seu corpo sucumbisse ao cansaço, ele saltou toda a distancia até ao chão, era longo. Com passos preguiçosos, Kakashi aproximou-se da massa peluda encolhida.

- Kakashi. - cumprimentou Asami, dando um sorriso que Kakashi havia estudado por um longo tempo.

- Olha só como estás crescida. - Kakashi mostrou uma surpresa nada impressionável. - Os seres do mundo da convocação são extraordinárias.  - Kakashi olhou à volta, aquela era a residência dos Kitsune. A sua voz monótona parecia continuar a ecoar pelas paredes do templo.

- Saudades, canino? - perguntou a Kitsune.

- Maa... Está mais vazio que na época que a irmã Kushina me trouxe aqui. - Kakashi coçava a bochecha sobre a máscara. - Creio que tenho de conter a curiosidade e voltar para os meus alunos. Preciso voltar. - ele voltou o olhar para Asami. Foi quanto notou que Asami ganhou uma nova cauda e novas tatuagens. - Oh, e parabéns pela nova cauda. - Kakashi parabenizou de olhos fechados, contente.

Espreguiçando-se, a grande raposa bufou.

- Vocês humanos não sabem apreciar o sossego. - reclamou Asami, puxando uma das suas caudas na frente do homem, que a olhou curioso. - Aqui está, tudo o que havia naquele lugar.

Pegando no pergaminho, mais uma vez o platinado guardou no selo no seu pulso.

- Obrigada, mais uma vez.

- Não me lembro do primeiro agradecimento, aquele em que eu te trouxe aqui para ser curado. - ela abriu um sorriso afiado, os seus caninos ameaçadores perfeitamente alinhados.

Flor de Cerejeira entre monstros (Sakura Haruno)Onde histórias criam vida. Descubra agora