Capítulo 39 - Surpresa bem intencionada?

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Como um vulto, a sombra mal permitia que as luzes vermelhas o tocassem. O seu caminho continuou até ele parar frente a uma porta dupla, claramente metálica, apesar da luz não ajudar a identificar o material.

- Senhor. - uma voz masculina chamou do lado de fora da porta. Duas batidas foram os únicos sons a reverberar pela sala adentro.

Quando passos arrastados se ouviram em direção à porta, o homem encapuzado que bateu deu um passo atrás.

- Víbora. - a realização apossou-se brevemente no olhar do encapuzado.

- Ele não está aqui. O que queres, seu pobre infeliz? - o seu cabelo estava entrelaçado, não num penteado, mas sim como se ela tivesse acabado de acordar. O encapuzado ia falar, mas parou quando notou que a mulher iria falar mais uma vez. - Tens de me chamar pelo codinome mesmo fora das missões?

- Ter, não tenho, mas combina contigo. - a voz do encapuzado soou como se aquela conversa se tivesse repetido mil vezes, e ele ainda tinha a resposta na ponta da língua. - Tenho informações a relatar ao senhor. - por fim, ele avisou à mulher frente a ele, que o olhava com uma cara sonolenta ainda.

- És o terceiro a vir aqui com informações a relatar, ele saiu. E não, não sei onde o podes encontrar.

O rosto do homem estava parcialmente apagado pelo capuz e pela luz vermelha, que mais causava sombra do que outra coisa, e ainda assim, a mulher pôde vê-lo arquear a sobrancelha.

- Com certezas, eu não sei a localização dele. - ela cruzara os braços antes de fechar a porta, só para ouvir novamente duas batidas reverberar e o seu nome verdadeiro ser chamado. Por um motivo ou outro, ela dirigiu-se à porta e abriu-a, ainda mantendo o encapuzado lá fora, o mesmo não tendo feito nenhum movimento para entrar. - Os responsáveis pela apreensão da nossa carga em Agosto foram vistos na cidade mais próxima a leste. O "senhor" quis ver com os próprios olhos com quem os seus subordinados lidaram. 

Um aceno de olhos fechados foi a despedida do encapuzado, que desceu pelos andares sem escadas aos pulos pelas plataformas colocadas ao longo do trajeto.

No campo verdejante, a equipa 7 treinava junta. O Sannin não estava à vista, tendo saído logo pela manhã.

- Maa, como a Sakura está? - perto de Kakashi, Asami empoeirava-se sobre um dos ramos da árvore.

Esperando que os berros dos quatro genin baixassem de volume e que continuassem o treino básico de shuriken e kunai contra o alvo, Asami falou: "Sakura teve sucesso no que eu lhe ensinei. Com uma surpresa."

O olho do platinado voltou-se para a bola de pêlo em curiosidade disfarçada.

- Ai sim? Vais fazer surpresa para mim também? - o sorriso de raposa voltou ao rosto do homem.

- Claro que sim, porque não o faria? - o olhar sorrateiro, de uma verdadeira kitsune, rivalizou com o sorriso de Kakashi, que cedeu e voltou à sua expressão tediosa de sempre.

- Sakura não me quer mostrar o seu novo jutsu?

A expressão de Asami agilizou e voltou para a tranquilidade normal: "Tens de esperar, se ela não te quiser mostrar, é por um motivo. Mas se tu nem te mostrares interessado, então o que esperas que aconteça?"

Interessado? - o platinado voltou o seu olhar para a sua aluna de cabelos rosa, que celebrava os seus acertos perfeitos. Ao lado da rosada, os seus colegas também pareciam ter acertado em cheio, com exceção das vezes em que Sasuke, Naruto e Bela duelavam entre si e lançavam as suas armas para o alvo um do outro, frustrando a vitória de cada um. - Maa... Dividir a minha atenção de sensei para quatro alunos é um desafio maior do que eu pensei.

Flor de Cerejeira entre monstros (Sakura Haruno)Onde histórias criam vida. Descubra agora