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Estou em frente a lápide da minha irmã

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Estou em frente a lápide da minha irmã. Há tempos que não venho aqui. Antes eu vinha todos os dias, no entanto, não tenho mais palavras para dizer a Nina.

James ainda não sabe, a não ser que Dylan contou a ele, mas é bem provável que não.

Não é um evento muito agradável de nossas vidas. Digamos que foi traumático. Quando Nina se foi, minha vida perdeu o sentido, eu não queria mais fazer teatro, não queria sair, apenas queria que ela voltasse. Eu sinto como se sua morte fosse culpa minha... Eu poderia ter protegido-a, e não insistido para sair comigo. Ter deixado-a em casa, fora de perigo.

Talvez se aquele caminhão não estivesse na contramão; talvez se eu tivesse avisado a Nina, talvez se ela tivesse desviado...

São muitos talvez, e se... Mas nada disso vai trazê-la de volta. Nada vai preencher o vazio que possuo em meu coração, em minha alma...

Mas talvez... se eu contasse a ele... se por um acaso James soubesse... ele me ajudaria a superar esta perda? Ou mandaria eu ir me lascar? Ou apenas reviraria os olhos e iria virar as costas para mim e sair andando? Não sei se devo... Talvez sim, talvez não. Mas ele não é meu namorado de verdade, nem um amigo um pouco próximo. Apenas um parceiro de trabalho. Mas ele parece se importar comigo, principalente depois do último jogo.

James está... meio confuso. Está jogando mal e se isolando. O que é estranho pois ele sempre foi bem elétrico e extrovertido, sempre se deu bem com crianças e idosos, mas ultimamente está mais na dele. O que me preocupa um pouco.

Mas no último jogo ele foi muito fofo comigo. Porém o jeito que ele estava naquele dia que me preocupou.

Enfim, não vim aqui para ficar pensando nele, e sim para falar com Nina.

Enfim, não vim aqui para ficar pensando nele, e sim para falar com Nina

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Ela está quieta. O que é estranho quando se diz de Betty.

Ela está concentrada na folha em cima da escrivaninha em seu quarto, estou sentado ao seu lado; observando os movimentos que faz com o lápis. Ela escreve um pouco, e apaga, e escreve novamente. Sua perna treme, batendo seu pé no chão. Ela para e me olha pela visão periférica, e diz:

- pare de olhar.- ela deixa o lápis sobre a mesa.- está me deixando desconfortável.

- desculpa. É que você está estranha hoje.- digo quando ela se vira para mim.

Betty me encara como se esperasse que eu continuasse. Mas não tenho mais nada a dizer. Ela suspira para dizer algo, mas desiste. Faço com sinal com a cabeça para ela seguir em frente, e dizer-me o que tanto guarda para si.

- não é nada.-,ela revira os olhos.- só estou concentrada. E focando na peça para ficar perfeita.

Eu olho em seus olhos, ela olha nos meus. Inclino minha cabeça levemente para frente.

Seu olhar, agora, não estava como antes; ela olhava dos meu lábios aos meus olhos. Reflito se estou fazendo certo e, se meu plano está funcionando. Pelo jeito está.

Meu olhar que estava fixo em seus olhos, se abaixam. Me reencosto na cadeira. Betty engole em seco e desvia o olhar.

- você não quer me dizer?- quebro o silêncio um tanto constrangedor.

- Marjorie, ou Nina. Minha irmã.- ela diz alguns segundos depois da hesitação.

- sério? Não sabia que tinha uma irmã, pensei que fosse só o Dylan...

- Ela... morreu.- a explicação me pega de surpresa.

- Nossa... eu sinto muito, eu não sabia.

- tudo bem, você e o Dylan se aproximaram depois que ela morreu, era óbvio que ele não ia te dizer nada.

- e nem você.- murmuro para ela não escutar.

Ela se levanta da cadeira e caminha pelo quarto, de uma lado para o outro. Betty mexe as mãos nervosa, percebendo seu incômodo, eu me levanto e dou alguns passos até ela.

Vejo lágrimas ameaçando a cair de seus olhos. Eu a puxo pelos ombros, e antes que eu perceba estamos abraçados.

Ela demora alguns segundos para me abraçar de volta, mas quando o faz sinto suas mãos tremerem. Ela afunda sua cabeça no meu peitoral, permitindo que as lágrimas caíssem.

- foi culpa minha.- diz ela.

Eu a aperto.

Ela se prende a mim.

- você não sabia...

- eu poderia ter protegido-a!

- a culpa não é sua.

- era eu...- ela diz me apertando mais forte- eu deveria ter morrido no lugar dela...

- não diga isto.

- eu que pedi para ela dirigir, mas eu já sabia. E eu tinha visto e não disse nada. Eu a vi morrer na minha frente, e não tive a coragem de fazer nada!- ela diz choramingando.- me desculpa...

- está tudo bem...-acaricio seu cabelo enquanto digo- Não é culpa sua. Era pra acontecer, e aconteceu. Não era a sua hora, diferente de Marjorie.

- Nina.- me corrige.- ela gostava de ser chamada pelo apelido. Marjorie era o nome da nossa avó, que também se foi. Desde então concordamos em só chamá-la de Nina.

- não é sua culpa.

- você já disse.

- não é sua culpa.

- eu sei.

- não é a sua culpa.

- por que está fazendo isso?- ela diz mais alto.

- não é sua culpa.

- pare...- Betty chora, em meus braços.- por favor.

- não é sua culpa, Betty. Uma pessoa tão maravilhosa quanto você não faria uma coisa dessas. Você é incrível demais para isso. Não é sua culpa!

Continua...

Quem é vivo sempre aparece né

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Quem é vivo sempre aparece né.

890 palavras (o maior que eu fiz aqui)

Esperem pelo próximo que em breve lançarei.

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⏰ Última atualização: Nov 06 ⏰

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