Capítulo 4 - O Mundo Interior de Wanda

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***galeris o capitulo vai ser meio confuso porque é um relato de dentro da cabeça da wanda em coma. e ele vai ficar entre realidade e confusão ***



Wanda flutuava em um abismo escuro e confuso. Não sabia se estava sonhando ou se tinha morrido. A sensação de peso em seu corpo era esmagadora, como se estivesse submersa em águas profundas, incapaz de se mover.

Enquanto a escuridão a envolvia, fragmentos de memória surgiam, misturando-se com a sensação de perda e desespero. Ela ouvia vozes. Uma delas, familiar e suave, parecia ressoar em sua mente. Mas a realidade da voz não a alcançava; parecia distante, como um eco em uma caverna vazia. Wanda não conseguia entender se realmente estava ouvindo ou apenas sonhando. Era uma experiência confusa, onde a linha entre o sonho e a realidade se desvanecia.

— "Oi, Wanda!" — a voz falava com uma alegria que parecia deslocada em meio à sua própria escuridão. Era Natasha. A ideia de que Natasha estivesse ali, falando com ela, era absurda. Wanda fechou os olhos em um esforço para escapar daquela ilusão. Para ela, Natasha estava esquecida nas suas piores lembranças. A última lembrança que tinha era a de seu corpo se afastando, e a ideia de que ela estivesse presente agora era dolorosa.

— "Hoje eu trouxe algumas histórias para você. Espero que goste." As palavras de Natasha continuavam, como um canto de ninar que ela não queria ouvir. Cada frase parecia ressoar em um lugar profundo dentro dela, mas Wanda se sentia cada vez mais distante. Era como se sua própria mente estivesse em um conflito interminável, lutando entre a dor e a esperança.

— "Wanda, você consegue ouvir? Estou aqui." Natasha falava com uma determinação que Wanda desejava sentir, mas que parecia tão distante quanto as estrelas em uma noite sem lua. A ideia de que Natasha estivesse falando com ela fazia Wanda se sentir perdida em sua própria tristeza. Ela já havia se deitado em sua cama tantas vezes planejando sonhar com um mundo onde Natasha tivesse dado uma chance para ela.

 A confusão era exaustiva, e ela queria gritar, mas a dor a impedia de encontrar sua voz. As lembranças de sua adolescência começavam a ressurgir, flutuando como imagens borradas em sua mente. O sorriso de Natasha, o jeito que ela a olhava com aqueles olhos verdes intensos, a paixão que tinha por ela. Era tudo tão distante, tão doloroso. Wanda se sentia aprisionada em um pesadelo, sonhando com a mulher por quem havia se apaixonado, mas que agora parecia ser uma miragem.

— "Estou esperando por você." As palavras de Natasha penetraram em sua mente como uma flecha. Wanda queria acreditar, queria ter a força para abrir os olhos e ver Natasha, mas a escuridão a puxava com uma força inabalável. A dúvida a consumia, e ela não conseguia distinguir se estava viva ou morta. Aquela conversa, aquela presença, era tudo real ou apenas uma construção de sua mente desesperada? Ela começou a lutar contra o peso que a prendia. Tentava se concentrar na voz de Natasha, na segurança que ela oferecia, mas a ideia de que aquilo era real se esvanecia a cada momento. Para Wanda, a verdade era que havia morrido e estava agora presa em um lugar entre o céu e o inferno, um limbo onde as memórias e os sentimentos se misturavam.

— "Você é tão forte, Wanda. Isso é admirável." As palavras de Natasha soaram como um eco de esperança em um vale de desespero. Mas Wanda não conseguia se sentir forte. As cicatrizes em seus braços eram um lembrete de sua fragilidade, de sua luta constante para parar de sentir tanta dor. O que Natasha via como força, ela via como fraqueza.

— "Você se tornou uma mulher tão linda..." Natasha murmurou, e isso cortou fundo em Wanda. Ela queria acreditar, mas ela estava sendo sufocada. Era impossível se sentir bonita quando o passado a atormentava. Como poderia Natasha pensar que ela era linda quando nem mesmo conseguia olhar para si mesma sem sentir repulsa? As tentativas de Wanda de mover-se, de abrir os olhos, eram frustrantes. A cada tentativa, a escuridão a envolvia com mais força, e ela se perguntava se a única maneira de escapar daquele sofrimento era simplesmente se entregar. Ela não queria estar ali, sonhando com a mulher que sempre fora apaixonada, e, ao mesmo tempo, não queria perder Natasha pelo menos ali ela parecia se importar. Natasha continuava a falar, sua voz era um bálsamo em meio ao caos que Wanda enfrentava. Mas a ideia de que poderia retornar à vida, à realidade, parecia um sonho inalcançável. Wanda estava presa em sua própria mente, mergulhada em suas inseguranças, e o que poderia ser uma luz em sua vida se tornava mais um lembrete da dor que a acompanhava.

— "Eu estarei aqui, não importa o que aconteça." As palavras de Natasha se entrelaçaram com a confusão e a dor de Wanda. A luta interna continuava, e ela queria tanto acreditar que poderia emergir daquela escuridão. Mas a incerteza e a desconfiança a mantinham atada. O que aconteceria se ela despertasse e tudo não passasse de uma ilusão? E se Natasha não estivesse realmente lá? Com cada visita, a esperança de Wanda diminuía um pouco mais. O que parecia ser um canto de ninar tornava-se um lembrete de tudo o que havia perdido. Em seu estado vulnerável, ela começou a aceitar a ideia de que talvez nunca voltasse. A escuridão que a envolvia parecia mais convidativa, e ela lutava contra a tentação de simplesmente se

— Eu estou aqui. — Ela pensava dentro de sua mente querendo responder, mas sua boca seguida calada. Wanda flutuava naquele vazio opressor, sentindo cada palavra de Natasha reverberar como um eco distante. Ela queria agarrar-se àquela voz, mas a escuridão era densa, quase sólida. Em meio ao desespero, uma ideia surgiu: se pudesse mover-se, qualquer movimento, talvez pudesse alcançar Natasha. Com todas as suas forças, tentou mexer um dedo, só um. A sensação foi ínfima, mas algo mudou. De repente, as memórias que flutuavam ao seu redor se tornaram mais vívidas, como se uma cortina tivesse sido aberta, permitindo que Wanda visse além da escuridão. Ela estava vislumbrando um momento com Natasha, algo pequeno e aparentemente insignificante, mas que agora ganhava uma importância enorme. Estavam sentadas em um parque, sob a luz do sol de outono, as folhas caindo ao redor. Natasha tinha segurado sua mão, um toque suave, mas cheio de significado. Naquela época, Wanda não tinha percebido a profundidade daquele momento, mas agora, naquele limbo entre a vida e a morte, ela podia sentir o peso daquilo. Natasha sempre estivera ao seu lado, mesmo quando Wanda não conseguia ver.

— "Eu estou aqui, Wanda." A voz de Natasha soava mais próxima agora, como se a distância entre elas estivesse diminuindo.

Wanda sentiu uma onda de emoção percorrer seu corpo. Ela não sabia se era raiva, tristeza ou amor. Talvez uma mistura dos três. Natasha tinha sido a única pessoa que ela realmente amou, e agora sua cabeça estava em uma confusao gigantesca entre realidade e sonhos, em seus sonhos Natasha era a unica que a entendia. Mas, ao mesmo tempo, ela era um lembrete constante daquilo que Wanda havia perdido, de uma vida que nunca poderia ter. Natasha era a personificação de seus machucados.

— "Por que você está fazendo isso comigo?" Wanda finalmente encontrou sua voz, mas era um sussurro, uma fração do que queria dizer. "Por que você continua voltando? Isso não é justo..."A escuridão ao redor de Wanda pareceu ondular em resposta às suas palavras. Era como se o abismo em que flutuava estivesse reagindo às suas emoções, intensificando a sensação de sufocamento.

— "Eu não estou aqui para te machucar," Natasha respondeu, sua voz calma e serena, mas havia uma tristeza nela que Wanda nunca tinha notado antes. "Estou aqui porque você precisa de mim."

Essas palavras cortaram Wanda profundamente. Precisava de Natasha? Ela passou anos tentando afastar esse pensamento, convencendo-se de que era forte o suficiente para seguir em frente sozinha. Afinal, sua vida tinha sido marcada por perdas. Seus amigos, Visão, seu irmão, e Natasha essa ela havia perdido sem nunca ter tido ... Ela não sabia lidar com essas perdas, então construíra paredes ao seu redor, afastando qualquer lembrança daquilo que amava.

— "Eu não preciso de ninguém," Wanda retrucou, sua voz agora mais firme, mas havia uma rachadura em sua determinação. Ela sabia que estava mentindo, para Natasha e para si mesma.Natasha permaneceu em silêncio por um momento, como se estivesse esperando que Wanda processasse suas próprias palavras.

— "Então por que você está aqui?" Natasha finalmente perguntou, e Wanda soube que ela não se referia ao espaço físico. Ela estava perguntando por que Wanda estava presa nesse limbo, por que sua mente continuava voltando àquela escuridão, àquele lugar onde o passado e o presente e seus desejos  se misturavam. Wanda não sabia como responder. Ela não sabia por que estava ali. 

Além do precipício -   wantasha  & agatharioOnde histórias criam vida. Descubra agora