Capitulo 16 - Maldita seja

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Agatha, com aquela força dominadora que Rio já conhecia, empurrou-a contra a parede. As mãos dela se moviam rápidas, quase impacientes, e a urgência em seus olhos brilhava com o fogo habitual. Rio sabia o que estava por vir. Já tinha vivido aquilo várias vezes. Agatha estava prestes a invocar o lado mais selvagem de seus encontros, o lado onde as palavras eram escassas, e os toques, sempre brutais.

Agatha estava prestes a arrancar a camisa de Rio, mas antes que pudesse, Rio agarrou seus pulsos. Surpresa, Agatha congelou, seus olhos arregalados se fixando nos de Rio.

— O que pensa que está fazendo? — Agatha resmungou, sua voz carregada de impaciência e desejo.

Rio respirou fundo, o coração batendo acelerado, mas não apenas por causa da excitação. Ela sentia algo mais forte dessa vez, algo que a urgia a agir diferente, a quebrar o ciclo que as prendia naquele mesmo padrão.

— Isso vai ser diferente hoje — Rio murmurou, seus olhos firmes nos de Agatha. — Hoje, você vai me deixar cuidar de você.

Agatha soltou uma risada cínica, como se a ideia de ser cuidada fosse absurdamente ridícula para ela.

— Cuidar de mim? — repetiu ela, quase debochada, tentando puxar os braços de volta. — Não preciso de carinho, xerife. Se é isso que você acha que vai me fazer ficar...

Rio a empurrou levemente para a cama, sem agressividade, mas com firmeza. Agatha caiu de costas, e antes que pudesse reagir, Rio se inclinou sobre ela, imobilizando seus pulsos acima da cabeça.

— Não vou te deixar escapar dessa vez — Rio sussurrou, sua voz baixa, cheia de intensidade. — Você sempre se esconde atrás desse seu controle. Sempre precisa que seja tudo do seu jeito. Mas, desta vez, Agatha, vai ser do meu jeito.

Agatha olhou para ela, uma mistura de confusão e resistência passando por seus olhos. Rio não a deixou responder. Em vez disso, ela a beijou, mas o beijo foi diferente de todos os outros. Não era urgente, não era faminto. Era lento, profundo, um beijo que pedia por tempo e conexão. Agatha hesitou, os lábios dela imóveis por um momento, como se tentasse processar o que estava acontecendo. Mas, aos poucos, ela cedeu.

As mãos de Rio, que seguravam os pulsos de Agatha, suavizaram o toque, até que ela as soltou completamente, permitindo que os braços de Agatha caíssem para os lados. Rio manteve o olhar fixo nos olhos dela, procurando por qualquer sinal de resistência. Agatha continuava ali, quieta, respirando fundo, sem saber como lidar com aquilo.

— Você não precisa lutar comigo — Rio murmurou, acariciando a linha do maxilar de Agatha com delicadeza. — Deixe que eu te toque... de um jeito que você nunca deixou ninguém.

Agatha não respondeu. Talvez não soubesse o que dizer. Talvez estivesse assustada demais para admitir que estava cedendo. Mas seu corpo, por outro lado, estava começando a relaxar sob o toque de Rio. E era isso que Rio precisava.

Ela começou a descer os beijos pelo pescoço de Agatha, lentamente, mordiscando de leve a pele sensível. As mãos de Rio acariciavam os lados do corpo dela, os dedos desenhando trilhas suaves pelos flancos até chegarem à cintura. Tudo era diferente agora. Não havia a brutalidade, não havia o desejo desenfreado que costumava incendiar aqueles momentos. Havia, sim, um desejo profundo, mas agora misturado com algo que Rio sempre quis mostrar: seu amor.

Ela beijou os ombros de Agatha, deslizando as mãos para livrá-la da blusa. Agatha ergueu os braços de maneira hesitante, permitindo que a peça fosse removida, revelando sua pele. Rio a observou por um momento, admirando a vulnerabilidade que ela estava permitindo, mesmo que fosse a contragosto. Cada curva de Agatha parecia ainda mais bonita sob aquela luz suave, e Rio sentia como se estivesse tocando algo precioso.

Além do precipício -   wantasha  & agatharioOnde histórias criam vida. Descubra agora