Capitulo 7 - Ela une todas as coisas

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O ambiente no hospital estava carregado de tensão. A equipe médica se preparava para descontinuar o suporte de vida de Wanda, e Natasha sentia seu coração acelerar a cada movimento. O médico, com uma expressão grave, se aproximou da cama, suas mãos firmes e decididas.

Primeiro, ele retirou a máscara de oxigênio que cobria o rosto de Wanda, revelando seus traços pálidos e frágeis. O som do oxímetro diminuindo foi quase ensurdecedor, como um sinal de que a vida estava sendo colocada em uma linha tênue. Natasha, ao lado de Yelena e Rio, segurava a mão de Wanda com força, uma conexão desesperada e esperançosa.

O médico desconectou um a um os monitores que vibravam com os sinais vitais, cada som se apagando lentamente. A sala ficou envolta em um silêncio pesado, enquanto a última máquina foi retirada. Natasha sentiu como se cada aparelho removido levasse consigo um pedaço da própria vida de Wanda.

Quando o médico terminou, o corpo de Wanda começou a se debater involuntariamente na cama, como se lutasse contra a imobilidade. Natasha ficou paralisada por um instante, o coração na garganta, mas o médico imediatamente a tranquilizou:

- Isso é normal. O cérebro está reagindo ao processo. - o medico falou.

Natasha começou a chorar, sentindo a angústia de ver a jovem  em uma luta tão visceral. Yelena e Rio estavam ao seu lado, suas presenças um suporte necessário, mas o cenário era doloroso demais para suportar. A imagem de Wanda se debatendo na cama era desoladora, como se a própria vida estivesse tentando abrir caminho para voltar à realidade.

***


No íntimo de Wanda, tudo era confuso e nebuloso. Ela se via deitada em uma cama, mas não conseguia se lembrar de como chegou ali. A escuridão a cercava, e uma sensação de opressão a envolvia. Tentando se levantar, ela fez um esforço, mas, de repente, um turbilhão de água a engoliu, a puxando para as profundezas.

Wanda lutou contra a corrente, sua mente se debatendo entre a realidade e a escuridão do coma. As ondas frias a cercavam, e ela sentia o desespero crescendo à medida que tentava nadar para a superfície, mas quanto mais tentava, mais afundava. A água parecia querer a puxar para longe, como se a estivesse segurando em um abraço sufocante.

Ela viu flashes de luz acima, como se o mundo estivesse lá, apenas a alguns centímetros, e sua vontade de emergir crescia. Cada movimento a fazia sentir-se mais distante, enquanto a pressão aumentava ao seu redor. Em sua mente, um grito ecoava, mas nenhum som saía. Ela precisava lutar, precisava voltar.


***

Enquanto isso, do outro lado, Natasha não conseguia tirar os olhos de Wanda, suas lágrimas caindo sobre a mão dela. O médico continuava observando, pronto para intervir se necessário, mas a cena era terrível. Natasha sentia que a vida de Wanda estava em um fio, e cada segundo que passava era uma eternidade.

- Lute, Wanda! - um pensamento impulsionou Natasha. O que mais poderia fazer, senão torcer para que a jovem encontrasse a força dentro de si?

Aos poucos, os movimentos de Wanda foram diminuindo. A luta dentro dela parecia perder força, e os monitores, antes agitados, começaram a mostrar um ritmo mais regular. Natasha, com o coração na boca, observava cada sinal que aparecia na tela. O médico se aproximou, examinando os gráficos e fazendo anotações rápidas, enquanto a tensão na sala aumentava.

Então, em um momento que parecia congelar o tempo, Wanda abriu os olhos. A luz da sala a atingiu, e ela piscou várias vezes, confusa. O médico imediatamente se inclinou sobre ela, seu rosto uma mistura de surpresa e profissionalismo.

Além do precipício -   wantasha  & agatharioOnde histórias criam vida. Descubra agora