Capítulo sem título 4

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- Eu era uma Audrey Hepburn brasileira quando mais nova, agora sou um fracasso.

Monica estava resmungando sozinha enquanto assistia a seus filmes mais novos e bebia uísque.

- Olha, que lixo de atuação, que merda eu me tornei? - Ela joga o copo de uísque na TV.

Monica se levanta e começa a quebrar todos seus dvd's e o telefone toca ela vai andando rápido para atendê-lo. Era o diretor de seu novo filme.

- Monica, amanhã será seu último dia, se não fizer uma boa atuação serei obrigado a procurar outra atriz - Ele fala com fúria em sua voz.

- Ok! - Ela desliga o telefone.

Já dava para ver algumas lágrimas escorrendo pelo seu rosto, ela sabia que era um fracasso e que não conseguiria atuar.

Ela vai até a cozinha pegar um copo de café com conhaque e vai ver suas correspondências. Uma era a carta de Gabriel, seu marido que estava viajando a trabalho.

- Runf... Pelo menos uma coisa boa - Bebe um gole de seu café com conhaque e abre a carta começando a lê-la.

''Querida, já faz algum tempo que queria fala para você, mas não tive coragem... Não sei como posso falar isso para você, mas na verdade eu nunca gostei de você, nunca gostei do jeito que você bebe uísque, fuma e arrota igual a uma caminhoneira, nunca gostei de suas roupas do seu cabelo. Única coisa que você tem de bom é seu corpo e seus lindos olhos verdes. E também estou te traindo há algum tempo... Com outro homem. É sou gay e casei com você só para esconder, nunca mais vou voltar. Adeus!''

                                                                                                                                De seu amado ex-marido, Gabriel. 

-AAAA! FILHO DA PUTA! EU TE ODEIO! DESGRAÇADO! NOJENTO!

Agora era inevitável, ela desabou a chorar, começou a rasgar a carta e jogou seu conhaque com café longe.

- Eu te odeio... odeio, odeio, odeio... que merda, eu te amava, filho da puta.

Nessa noite Monica saiu para beber, foi em um bar de motoqueiro e bebeu até ficar totalmente bêbada. Ficou com quase todos os caras do bar, mas teve um em especial. Devia seu uns nove ou dez anos mais velha que ela.

Noutro dia ela acordou no sofá de sua casa totalmente nua com o cara mais velho que ela, deitado ao seu lado.

- Hã?... Ben?

- Hum... o que foi baby? - Ele responde sonolento.

Ela levanta cambaleando e vê que está quase na hora das filmagens

- Ah que merda! To atrasada!

- Ah droga to atrasada e com uma puta ressaca!

- Tudo bem, se arrume e eu te levo... mas pra onde?

- FILMAGENS CACETE! TENHO QUE IR RÁPIDO!

- Ok, ok, não se preocupe eu te levo, baby, só diz onde é.

- Ok

Monica começa a se vestir o mais rápido possível e toma meia garrafa de uísque com seu novo ''namorado''.

Os dois vão para o carro e no caminho ela acende um cigarro para esconder o cheiro de bebida.

- É aqui, obrigada - Ela da um beijo nele. Desce do carro e vai para o estúdio.

- VOCÊ ESTÁ HORRÍVEL! - O diretor fala furioso, dava para ver seus olhos vermelhos.

- É eu sei.

- ANDA RÁPIDO VAI SE VESTIR E FAZER A MAQUIAGEM, É SUA ÚLTIMA CHANCE!

- Eu sei.

Nas atuações ela estava horrível, não conseguia se expressar. Exaltava-se muito fácil. Não conseguia colocar ânimo em seu personagem. E o diretor gritava muito com ela.

- NÃO QUERO MAIS! NÃO QUERO MAIS FAZER ESSA PORCARIA DE FILME! EU ME DEMITO!

- VOCÊ NÃO PODE FAZE ISSO MONICA!

.- FODA-SE!

- ESTÁ DEMITIDA! Você não é mais a mesma, não passa de uma bêbada fodida.

- VAI SE FODER, HANK!

Ela volta para casa e encontra Ben deitado no sofá bebendo.

- Fui demitida - Ela senta do seu lado pegando a garrafa de uísque e acende um cigarro.

- Relaxa.

- Relaxa o que? To desempregada, não consigo mais atuar, a única coisa que eu sabia fazer... to fodida.

- Vamos dar um jeito, baby.

- Vamos?

- É, não estamos namorando?

- É... acho que sim.

- O que acha de dar um tempo? ir viajar comigo, sem rumo de moto, vamos conhecer todos os bares.

- Perfeito, podemos ir quando?

- Agora!

                                                                                                                              Conto dedicado a, Monica Zoiuda Linda.

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