Risco Iminente

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os meus poemas todos
são como moscas em
uma teia de aranha.

a vida era boa quando
eram livres e podiam
voar, sobrevoar por dias.

mas os firmei com
caneta tinteiro, os
tornei prisioneiros.

agora são moscas.
presas, grudadas,
em um fio de seda.

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uma teia de aranha
é tão simples como
a margem do papel;

suas fibras e fios de seda
fabricados pelas aranhas
fiandeiras trabalhadeiras,

são quase tão firmes e fortes
quanto são as fibras de polen
do grosso modo deste papel.

meus versos são moscas
temendo a hora de serem
apanhadas, devoradas.

sem dó nem piedade,
a qualquer momento
há um risco iminente.

o risco iminente de
serem todos
alternados,
. . apanhados
apagados,

( ̶u̶m̶ ̶r̶i̶s̶c̶o̶ ̶ )

é quase

uma mosca
m̶o̶r̶t̶a̶.

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